Phil Anselmo: Álbum mostra o quanto ele contribuía para o Pantera
Resenha - Walk Through Exits Only - Philip H. Anselmo & The Illegals
Por Nacho Belgrande
Fonte: Playa Del Nacho
Postado em 06 de julho de 2013
É triste que o Pantera jamais vá gravar um novo disco nem tampouco sair em turnê porque sem Dime não existe Pantera… tendo dito isso, o novo disco solo de PHIL ANSELMO é provavelmente a coisa mais próxima de músicas novas do Pantera que jamais teremos porque sua banda mais recente, chamada simplesmente de ‘Phillip H. Anselmo & The Illegals’ é uma dose letal de heavy metal que dá continuidade ao que ‘Suicide Note Pt. 2’, do álbum ‘The Great Southern Trendkill’ começou! Todas as faixas nesse disco arregaçam em um estilo pesado pra burro e ainda assim há uma levada e cada música tem um solo arrepiante de guitarra que faz desse projeto algo mais Pantera do que os outros projetos de Phil [DOWN/SUPERJOINT RITUAL].
O disco em detalhes:
A Faixa #1 é ‘The Music Media Is My Whore’ e é bastante furiosa sem sequer chegar a dois minutos de duração… é esculacho puro pra cima da… acertou… da imprensa musical! A maioria dos títulos das músicas é clara em relação ao que Phil está escrevendo só de lê-los. Se cabe aqui, eu de fato concordo que a imprensa musical perpetuou a briga interna entre os membros do Pantera, MAS cada um dos músicos também desempenhou seu papel nisso e o que a banda em sai precisava ter feito era simplesmente dizer ‘sem comentários’ quando solicitada sobre o assunto… enfim, ‘The Music Media Is My Whore’ é um festival de intimadas de Phil que na verdade fica bem engraçado quando você lê o título porque sem a imprensa musical Phil não receberia a atenção que consegue e ao escrever uma música sobre a imprensa musical, ele está dando à própria um salvo de agradecimento de um modo estranho, já que ao invés de simplesmente ignorar a mídia negativa, Phil escolheu compor uma música sobre ela!
‘Batallion Zero’ – ‘Head Up, Heads Down’ é o verso de abertura que Phil grita logo antes da música arrancar sua cara com uma bateria alta como um escapamento e guitarras encharcadas com um agudo crepitante. O tom de guitarra não é tão solto nesse disco como é se comparado aos do DOWN e do SUPERJOINT, e é aí que entram as associações com Dimebag, porque enquanto Dime abaixava a afinação, ele nunca flertou com o território mais stoner rock viajandão pelos quais as outras bandas de Phil se esconderam.
‘Betrayed’ – essa é a primeira música que afrouxa um pouco e ainda assim, é mais pesada do que qualquer coisa nas rádios de hoje em dia, com intensidade e agressividade intocáveis. Mais pro fim da música rola um trecho mais suave, com sintetizadores, à La Nine Inch Nails, o que só acontece nessa música do álbum.
‘Usurper’s Bastard Rant’ – há um momento harmônico de guitarra que torna essa canção diferente das outras nesse trabalho e os solos de guitarra são permeados com uma influência pesada de Dimebag… quando você a ouvir, você saberá exatamente a que me refiro, se você conhece um mínimo que seja da música do Pantera!
‘Walk Through Exits Only’ – essa música sangra direto de ‘Ususpers’, e a maior parte do algum faz a mesma coisa, o que faz com que o disco todo pareça uma única faixa gigante. Um lick rápido de guitarra é tocado ao longo de toda a faixa e essa tem uma breve influência do Slayer... depois de cerca de quatro minutos, a música desacelera e ainda assim permanece galopante pra cacete com uma levada… é ai que você pode ouvir aos licks marca registrada de Dime, o que te fará pensar, ‘Porra, isso aqui é Pantera?’ porque quando você mistura os leads Dimebag-ianos com a voz de Phil, ISSO é a essência do som do Pantera!
‘Bedroom Destroyer’ – essa música é interessante porque o tempo e os licks de guitarra dominam toda a composição e a estrutura… o tempo é diferente da maioria das coisas que já ouvi Phil fazer antes e essa faixa mostra bastante diversidade no estilo da banda. ‘Bedroom… ’ é menos ‘panteresca’ que as outras músicas nesse disco porque é quase como um épico progressivo de thrash metal e é o que eu esperaria do IRON MAIDEN se eles tocassem heavy/thrash/hardcore. Essa música termina de modo sombrio, sem bateria, apenas guitarras ecoando e apaziguando a coisa toda, criando um clima tipo ‘Suicide Note Pt. 1’, do álbum ‘Great Southern Trend Kill’, do Pantera, fazia antes de dar a deixa para ‘Suicide Note Pt. 2’.
‘Bedridden’ – os solos de guitarra me lembram muito do trabalho de Kerry King com o Slayer… essa música é mais pesada do que pesada, mas não é a coisa mais pesada desse disco. Ironicamente, ela acaba antes de você se dar conta e é a precursora do derradeiro momento do disco…
‘Irrelevant Walls And Computer Screens’ fecha o disco com uma forte jornada de 12 minutos que oferece riffs pesados, vocais gritados, ritmo intenso e essa é a música com a qual Phil escolheu fechar o disco provavelmente porque é um baita dum ‘vai se fuder’ pra TODO MUNDO que já buliu com ele ao longo dos anos… a mídia, os faladores de merda, etc… e até certo ponto essa música, creio eu, é um grito de alerta para os fãs de Pantera porque Phil prova que ele PODE fazer música no estilo do Pantera sozinho se ele quiser, sem os outros membros da banda! Essencialmente, não se deve culpar Phil pela morte de Dime, ainda que Vinnie o acuse indiretamente por ela… a triste realidade é que a banda toda [todos os 4 membros do Pantera] foram igualmente responsáveis por toda a merda falada na imprensa e infelizmente, um fã ensandecido fez o impensável… e a dura realidade é que sem Dimebag não há mais Pantera. Quando ‘Irrelevant… ’ chega à marca dos cinco minutos, há uma quebrada de guitarra que é de cortar o coração sob muitos aspectos porque é puro estilo de Dime esmerilando e lhe leva a perceber o quão amarga é a constatação de que jamais haverá uma reunião do Pantera… eu acredito que esse disco todo seja uma homenagem indireta de Phil para seu amigo Dimebag e tudo que eu posso dizer é que o novo álbum de Philip H. Anselmo é a coisa mais próxima de material novo do Pantera que JAMAIS teremos porque todos os elementos estão ali [solos gritantes de guitarra, riffs secos, batida pesada, vocais gritados] e você pode conferir com o que de fato Phil contribuía para com o som do Pantera quando você ouve esse disco!
Texto original de BOB SUEHS, do site Rock N’ Roll Experience
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