Lou Reed: consegue o feito de ser uma reinvenção de clássicos
Resenha - Lou Reed Live - Lou Reed
Por Paulo Severo da Costa
Postado em 08 de maio de 2013
Ok, "Rock n' Roll Animal" (1974) é hour concours e "Live In Italy"(1984) é mais sóbrio e completo. Mas "Lou Reed Live"(1975) é um feito raro: registrado entre "Berlin"(1973) e o mega subestimado "Sally Can't Dance" (1974) , consegue o feito de ser uma reinvenção de clássicos consagrados; quase um registro autônomo e original em meio à mágica fase de um sujeito que, na primeira metade daquela década, contribuiria para o glam, o pós-punk e a música industrial de forma democrática.
Apoiado por PENTTI "WHITEY" GLAN (bateria), STEVE HUNTER (guitarra), PRAKASH JOHN (baixo), RAY COLCORD (teclados) e DICK WAGNER (guitarra), "Live" é antes de tudo, sólido como rocha. As guitarras entrelaçadas de WAGNER e HUNTER remetem às parcerias uníssonas de RICHARDS e WOOD, a cozinha é gorda, a mixagem vocal não é preciosista - mas não compromete. STEVE KANTZ, co-produtor (também responsável por "Animal" e "Sally") retira todo o refinamento que BOWIE havia dado a "Transformer"(1972, cujas composições correspondem a metade desse registro) e, longe de ser um herege, dá um verniz renovado à composições exaustivamente reproduzidas ao longo dos anos.
"Vicious" talvez seja o melhor exemplo dessa roupagem- originalmente uma faixa leve, marcada por trechos de uma guitarra semi funkeada explode de forma vulcânica e hard, pontuada pelos solos afiados de WAGNER- esse, por si só, um capítulo a parte na história do rock n'roll . "Satellite of Love" ganha uma versão definitiva e "Waiting For The Man", o punch que faltou na gravação original. Seis faixas, pouco mais de meia hora- isso foi tudo o que REED precisou.
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