U2: A primeira impressão é a que fica
Resenha - Boy - U2
Por Carlos Henrique
Postado em 12 de agosto de 2012
Nota: 9
É comum no rock/heavy metal o disco de estreia ser considerado o melhor ou mais importante das principais bandas; a maioria delas até supera o disco inicial tanto em vendas como em qualidade nos álbuns seguintes, mas o debut tem sempre aquele charme diferente. É o caso do U2. A banda se tornou gigante em meados dos anos 80 com álbuns como War e The Joshua Tree, e hoje, assim como KISS, AC/DC e outros, já é uma verdadeira instituição musical, é algo muito maior que uma banda de rock.
Seus shows são como verdadeiros espetáculos milimetricamente montados, estudados e o faturamento é monstruoso. Mas o que nos interessa aqui é a estreia em disco dos caras.
A capa do álbum, em preto & branco, que traz um garoto numa foto "inocente", traduz quase um sentido conceitual para o disco com um tema comum entre as canções: o fim da adolescência, dúvidas, frustrações e etc, além de problemas particulares do vocalista BONO. Tudo aquilo que nós todos passamos em algum momento da vida o U2 traduziu para música em seu primeiro álbum.
Musicalmente, soa mais "livre", mais despojado, o que é natural, do que os discos que se seguiram a esse lançamento. O baterista LARRY MULLEN tem um performance incrível em quase todas as canções (destaque para "Stories for Boys"), enquanto THE EDGE soltou riffs faiscantes, e tipicamente oitentistas, em sons como "Twilight" (que tem também um solo incrível), "The Electric Co.", "Another Time, Another Place" e "I Will Follow"; e o baixista ADAM CLAYTON marca presença com eficientes linhas como na dobradinha "An Cat Dubh" e "Into the Heart"?.
Ainda sobre THE EDGE, é legal mencionar que desde esse primeiro disco o guitarrista já conseguiu impor o seu estilo de tocar, sendo assim a maior marca registrada do som característico da banda. Algumas canções do U2 lançadas anos depois são as mais conhecidas da banda (vide "With or Without You" e etc) e muitas pessoas não conhecem a fundo as canções de "Boy", mas ao ouvirem os primeiros acordes da maioria delas, conseguiriam 'matar' que se trata do U2 logo de cara por essa característica de timbre e estilo de tocar do guitarrista.
Sobre a influência que esse estilo do THE EDGE (e o U2) teve sobre vários músicos nos anos 80/90 (músicos de MARILLION e DREAM THEATER, entre outros inúmeros, já admitiram isso), deixo uma declaração de ALEX LIFESON, guitarrista do RUSH, veiculada na edição especial da revista Roadie Crew, intitulada Classic Series, quando o guitarrista fala sobre as influências que teve na hora de compor para o álbum "Moving Pictures" (1981), de sua banda:
"Usar efeitos e fazer o meu som soar mais processado me possibilitou explorar mais espaço dentro da canção e também criar diferentes texturas. THE EDGE e ANDY SUMMERS estavam entre meus guitarristas favoritos naquela época, então isso me influenciou bastante"
1. ¨I Will Follow¨ 3:36
2. ¨Twilight¨ 4:22
3. ¨An Cat Dubh¨ 4:47
4. ¨Into the Heart¨ 3:28
5. ¨Out of Control¨ 4:13
6. ¨Stories for Boys¨ 3:02
7. ¨The Ocean¨ 1:34
8. ¨A Day Without Me¨ 3:14
9. ¨Another Time, Another Place¨ 4:34
10. ¨The Electric Co.¨ 4:48
11. ¨Shadows and Tall Trees¨ 4:36
Carlos Henrique
[email protected]
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