Castifas: Black Metal soturno, mórbido e intenso
Resenha - Journey Through the Darkness Path - Castifas
Por Marcos Garcia
Postado em 20 de novembro de 2011
Nota: 8 ![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
Poucas pessoas sabem da história do Black Metal nacional, e de quantas e quantas bandas já existiram por aqui, que ficaram escondidas no underground pelo pó do descaso de muitos fãs com a cena de nosso país, o que é uma pena, já que ótimos nomes ficaram perdidos para sempre, alguns sem nunca ter lançado absolutamente nada, nem mesmo uma Demo Tape, e outras ficaram restritas a somente uma destas, mas algumas, mesmo assim, são lendas de nosso underground, muitas vezes mais valorizadas fora do Brasil do que aqui.
É o caso do carioca SONGE D’ENFER, que apesar de ter tido apenas uma Demo Tape (que depois acabou sendo lançada em forma de um Split CD com o MIASTHENIA), angariou muitos fãs mundo afora, inclusive sendo cultuados em países onde a maioria dos que olham o Metal nacional por cima dos ombros tem seus grupos favoritos. Outros, menos conhecidos, são MEPHISTOPHELES (RJ), GOAT EMPEROR (RJ), LUVART (Juiz de Fora, mas que está de volta à ativa), UNHOLY FLAMES (MG, que chegou a ter sua Demo Tape transformada em CD), entre tantos outros.
Mas aquela época deixou alguns heróis, que resistem contra o tempo e continuam seus trabalhos com firmeza de caráter, sem se render às vicissitudes da vida e do meio, e lançando discos que cada vez mais nos surpreendem. E os veteranos do quarteto carioca CASTIFAS se encaixam perfeitamente nesta descrição, pois o que vemos nesse seu primeiro CD, ‘Journey Through the Darkness Path’, é algo de surpreendente.
Fundada em 1993, a banda é adepta até os ossos do Black Metal mais soturno, mórbido e intenso à lá MAYHEM, DARK THRONE em suas épocas clássicas, mas possui também várias doses de HELLHAMMER/CELTIC FROST e BATHORY em sua sonoridade, sem nada de moderno seja em sua música, sua produção sonora, nem mesmo na parte visual, e isso é um mérito deles, pois recursos muito avançados não conseguem superar o supremo dom humano: o de pôr vida em sua música.
A parte visual do trabalho é bem simples, pois apesar da colorização dar ênfase em um tom bem escuro de azul, com uma foto de cada membro da banda, e o encarte possui os detalhes de formação e gravação, mas apenas a letra da faixa-título do CD. A produção sonora, feita pela própria banda, é bem suja, mas sem comprometer o trabalho. Pelo contrário, já que dá ao quarteto identidade, e deixando bem claro o que eles querem de seu som.
As faixas do CD se nivelam bastante, embora os andamentos se alternem bastante entre aquela velocidade típica da segunda geração do Black Metal, e aqueles momentos cadenciados bem sinistros, típicos do estilo nos anos 90, do qual muitos sentem saudades.
O CD abre com ‘The Wicked Master of Souls’, que tem mais de 6 minutos e é bem cadenciada, para ganhar um pouco (só um pouco) de velocidade após os 4 minutos; Em ‘Pure Evocation’, temos uma faixa rápida e ríspida, bem ao estilo do HELLHAMMER, embora aqui seja mais variado; ‘Into the Ceremonial Sodom’ é outra faixa mais ‘pé-no-freio’, mas ela deixa qualquer fã do estilo empolgado devido ao trabalho da cozinha rítmica, assim como a seguinte, a rápida ‘Journey Through the Darkness Path’, onde os vocais rasgados dão uma aula de Black Metal Old School; temos em ‘The Mystic and Occult Son of the Moon’ uma faixa com andamento meio-termo, mas que conta com um trabalho de guitarras bem surpreendente nos riffs; ‘Into my Somber Realm’ tem vários momentos empolgantes, pois a bateria varia bastante do 1 X 1 até outros momentos mais MAYHEM sem o mínimo pudor; e fechando, temos o bônus de ‘Immortal Feelings’, faixa de sua Demo Tape de 1994, que é extremamente suja, mas não ao ponto de não se poder perceber o quanto é uma ótima música, com riffs cortantes e vocais absurdamente insanos.
Um trabalho honesto, digno de nota e menção honrosa, e que é recomendado a todos aqueles que gostam do Black Metal mais tradicional em sua mais pura essência.
Em tempo: hoje a banda tem no baixo Lord Nuctemeron Daemon, e na bateria Lord Anti-Christ, ambos do IMPACTO PROFANO.
Tracklist:
01. Intro
02. The Wicked Master of Souls
03. Pure Evocation
04. Into the Ceremonial Sodom
05. Journey Through the Darkness Path
06. The Mystic and Occult Son of the Moon
07. Into my Somber Realm
08. Immortal Feelings
Formação:
Hoertel – Vocais
Deathcult – Guitarras
Korzaark Verkes – Baixo
M. Kult – Bateria
Receba novidades do Whiplash.NetWhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps



Divulgados os valores dos ingressos para o Monsters of Rock 2026
Por que o Kid Abelha não deve voltar como os Titãs, segundo Paula Toller
A banda que serviu de inspiração para o Eagles: "Até os Beatles curtiam o som deles"
Quem são os músicos que estão na formação do AC/DC que vem ao Brasil
Aos 74 anos, David Coverdale anuncia aposentadoria e diz que "é hora de encerrar"
Ronnie James Dio não era o maior fã do Black Sabbath, admite Wendy Dio
O pior disco de cada banda do Big Four do thrash, segundo Mateus Ribeiro
Halestorm é anunciada como atração do Monsters of Rock 2026
A capa do Iron Maiden que traz nove bandeiras de países envolvidos na Guerra Fria
A surpreendente balada que era a música favorita de todos os tempos de Ozzy Osbourne
O guitarrista que, segundo Slash, "ninguém mais chegou perto de igualar"
A melhor gravação de bateria de todos os tempos, segundo Phil Collins
Lynyrd Skynyrd é confirmado como uma das atrações do Monsters of Rock
Bullet For My Valentine abrirá show do Limp Bizkit em São Paulo
A banda lendária que apresentou Tom Morello ao "Espírito Santo do rock and roll"

Trio punk feminino Agravo estreia muito bem em seu EP "Persona Non Grata"
Svnth - Uma viagem diametral por extremos musicais e seus intermédios
Em "Chosen", Glenn Hughes anota outro bom disco no currículo e dá aula de hard rock
Ànv (Eluveitie) - Entre a tradição celta e o metal moderno
Scorpions - A humanidade em contagem regressiva
Soulfly: a chama ainda queima
Os 50 anos de "Journey To The Centre of The Earth", de Rick Wakeman


