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Lynyrd Skynyrd: Disco ao vivo com qualidade astronômica

Resenha - Live from Freedom Hall - Lynyrd Skynyrd

Por Paulo Finatto Jr.
Postado em 24 de abril de 2011

Nota: 10 starstarstarstarstarstarstarstarstarstar

Nem mesmo os pretextos e as turnês do seu mais recente disco de estúdio, intitulado "God & Guns", impossibilitaram que o LYNYRD SKYNYRD colocasse à disposição dos seus fãs mais um CD ao vivo. O álbum batizado sob o nome de "Live from Freedom Hall" pode ser considerado uma homenagem aos ex-membros Billy Powell e Ean Evans, que faleceram dois anos após o show gravado em junho de 2007 nos Estados Unidos. Com quase quatro anos de atraso, a apresentação do maior grupo de southern rock do mundo é acompanhada por DVD que reproduz a performance dos caras em cima do palco.

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Por mais que a banda não venha se dedicando às novas composições, as apresentações do conjunto, sobretudo nos Estados Unidos, ainda levam públicos expressivos aos estádios ao redor daquele país. De qualquer modo, o show gravado nessa oportunidade ainda fazia parte da The Vicious Cycle Tour e contou com uma plateia de cerca de vinte mil pessoas no Freedom Hall, em Louisville (Kentucky). No palco, Johnny Van Zant (vocal), Gary Rossington, Mark Matejka e Rickey Medlocke (guitarras), Ean Evans (baixo), Billy Powell (teclado) e Michael Cartellone (bateria), juntamente com as cantoras de apoio Carol Chase e Dale Krantz-Rossington, mandaram um set curto, porém eficiente, de exatos oitenta minutos. No repertório, os sucessos que ajudaram a escrever a história do rock na década de setenta e nenhuma novidade.

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Embora o LYNYRD SKYNYRD possua fôlego (e um repertório consistente) para gravar um disco duplo ao vivo a cada turnê, "Live from Freedom Hall" possui uma proposta relativamente diferente do ótimo "Lynyrd Skynyrd Lyve: The Vicious Cycle Tour" (2004), CD/DVD que celebrou os trinta anos de carreira da banda. O registro é mais ou menos uma homenagem a Ean Evans e Billy Powell, que morreram em 2009, poucos meses após a banda encerrar as sessões de estúdio de "God & Guns". No entanto, o que fica para os fãs – acima de qualquer honraria – é um show excepcional e com os maiores clássicos do southern rock – além de músicas de destaque retiradas dos discos da era Johnny Van Zant. De certo modo, não há nenhuma ausência que pode ser sentida no set de "Live from Freedom Hall".

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Com as relativamente novas "Travelin’ Man" e "Workin’", o LYNYRD SKYNYRD inicia o seu show com duas músicas que comprovam a eficiência do line-up da banda pós-acidente aéreo que vitimou o ex-cantor Ronnie Van Zant e o ex-guitarrista Steve Gaines em 1977. Embora possuam a mesma áurea dos clássicos "What’s Your Name" e "That Smell" (que vêm na sequência), a atual fase do grupo conseguiu dar uma leve repaginada no southern rock criado de modo pioneiro pelo conjunto mais de três décadas atrás. A execução impecável ainda de "Down South Junkin’" e "The Needle and the Spoon" – faixas praticamente esquecidas por boa parte do público acostumados apenas aos maiores sucessos da banda – servem como um prato cheio para os mais fanáticos por LYNYRD SKYNYRD.

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Porém, certas músicas do grupo norte-americano são imbatíveis e incomparáveis, sobretudo em versões ao vivo. Não há como não se emocionar com a performance de "Simple Man" por exemplo. Como os maiores clássicos do rock, essa composição sobrevive à questão do tempo e pode ser apontada como uma das músicas mais atuais de nossa época. Outras faixas como "The Ballad of Curtis Loew" e "Gimme Back My Bullets" simplesmente dispensam maiores apresentações. Do mesmo modo, a (ótima) balada "Tueday’s Gone" e "Gimme Three Steps" (que inicia com um pequeno solo de bateria) são presenças garantidas em qualquer show do LYNYRD SKYNYRD e em "Live from Freedom Hall" não foi diferente.

Embora não conte com os violinos e os arranjos pomposos que contornaram o especial "Lynyrd Skynyrd Lyve: The Vicious Cycle Tour" (2004), o novo disco ao vivo da banda comprova a possibilidade de realizar uma apresentação impecável com um enfoque bem rock n’ roll. A única faixa retirada do ótimo "Vicious Cycle" (2003) – "Red White and Blue" – pode ser apontada como um dos hinos recentes do LYNYRD SKYNYRD, sobretudo após ela ser dedicada aos membros do exército americano que ainda lutam em países estrangeiros. Entretanto, "Call Me the Breeze" – e principalmente "Sweet Home Alabama" – encerram a primeira parte do show por cima e sem decepcionar nenhum dos vinte mil fãs presentes no Freedom Hall. Por fim, nada mais adequado para encerrar o show do que "Free Bird", disparada a melhor música (e de maior expressão) de Gary Rossington & Cia. O épico de doze minutos é outra música que ainda emociona muitos fãs, ainda mais por ser uma homenagem mais do que merecida a Ronnie Van Zant em todos os shows.

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A qualidade astronômica dos discos ao vivo do LYNYRD SKYNYRD simplesmente impossibilitam maiores comentários sobre a performance da banda. O repertório de "Live from Freedom Hall" pode ser considerado perfeito – mesmo que não conte com músicas interessantíssimas como "I Know Little" e "That’s How I Like It" – e não evidencia nenhum deslize técnico ou tático em cima do palco por parte do conjunto. O DVD que acompanha o CD (que saiu via Roadrunner Records nos Estados Unidos) é um bônus de luxo para quem ainda sonha em ver o LYNYRD SKYNYRD ao vivo no Brasil (e torce para que os boatos sobre a vinda da banda ao nosso país se concretizem ainda em 2011). Por outro lado, uma lástima que "Live from Freedom Hall" só chegue ao mercado brasileiro via versão importada caríssima (R$ 164,90 em média). Nos Estados Unidos sai por apenas dezoito dólares (em média).

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Track-list:

01. Travelin’ Man
02. Workin’
03. What’s Your Name
04. That Smell
05. Simple Man
06. Down South Jukin’
07. The Needle and the Spoon
08. The Ballad of Curtis Loew
09. Gimme Back My Bullets
10. Tueday’s Gone
11. Red White and Blue
12. Gimme Three Steps
13. Call Me the Breeze
14. Sweet Home Alabama
15. Free Bird

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Sobre Paulo Finatto Jr.

Reside em Porto Alegre (RS). Nascido em 1985. Depois de três anos cursando Engenharia Química, seguiu a sua verdadeira vocação, e atualmente é aluno do curso de Jornalismo. Colorado de coração, curte heavy metal desde seus onze anos e colabora com o Whiplash! desde 2000, quando tinha apenas quinze anos. Fanático por bandas como Iron Maiden, Helloween e Nightwish, hoje tem uma visão mais eclética do mundo do rock. Foi o responsável pelo extinto site de metal brasileiro, o Brazil Metal Law, e já colaborou algumas vezes com a revista Rock Brigade.
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