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Avantasia: em 2001, redefinindo o metal melódico

Resenha - Metal Opera - Avantasia

Por Ricardo Seelig
Postado em 01 de julho de 2010

Certos discos, apesar de terem sido lançados após a consolidação do estilo que exploram, redefinem e acabam tornando-se sinônimos de um gênero. Esse é o caso de "The Metal Opera", o álbum que apresentou o projeto Avantasia ao mundo. Lançado em 16 de janeiro de 2001, o trabalho figura facilmente, e nas posições de maior destaque, em qualquer lista com os melhores discos de heavy metal melódico – ou power metal, como queiram – de todos os tempos.

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A ideia começou a tomar forma na primavera de 1999. O Edguy estava em turnê promovendo o álbum "Theater of Salvation", e Tobias Sammet, seu vocalista, começou a trabalhar na concepção de uma "ópera metálica" conceitual com a participação de vários músicos convidados. O nome do projeto é a união entre as palavras "avalon" e "fantasia", que resultou no original e carismático Avantasia.

Mas a reunião pura e simples de grandes músicos não resulta em obras de qualidade. E, nesse quesito, os principais méritos vão para Tobias Sammet, compositor de todo o material presente em "The Metal Opera", primeiro álbum do Avantasia. A história e, principalmente, as composições, melodias e arranjos vocais do álbum elevam o disco ao status de clássico. Sammet, então com apenas 23 anos, concebeu um trabalho de gente grande, um álbum cativante, envolvente e empolgante. Se alguém nunca ouviu power metal, eis aqui uma porta de entrada perfeita para o gênero.

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Outro mérito de Tobias Sammet foi saber se cercar das pessoas corretas. A lista de músicos que toca em "The Metal Opera" é formado por nomes acima de qualquer suspeita. As guitarras ficaram a cargo de Henjo Richter, do Gamma Ray. No baixo, Markus Grosskopf, do Helloween, alcançou uma das melhores performances de sua carreira. E na bateria, Alex Holzwarth, do Rhapsody, mostrou todo o seu talento. O disco ainda conta com a participação de Jens Ludwig, guitarrista do Edguy, responsável pelos solos das faixas "Sign of the Cross" e "The Tower"; Norman Meiritz, responsável pelo violão em "Farewell"; e Frank Tischer, piano em "Inside".

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As vozes de "The Metal Opera" merecem um capítulo à parte. O lendário Michael Kiske, vocalista do Helloween nos clássicos álbuns "Keeper of the Seven Keys Part I" e "Part II", saiu de seu auto-exílio para cantar em nada mais nada menos que cinco faixas do álbum. Creditado apenas como "Ernie", Kiske solta o gogó em "Reach Out for the Light", "Breaking Away", "Farewell", "Avantasia" e "The Tower", matando a saudade dos fãs. David DeFeis, do Virgin Steele, brilha em "Serpents of Paradise". Sharon den Adel, do Within Temptation, marca presença em "Farewell". Rob Rock, ex-Impellitteri, está em "Sign of the Cross" e rouba a cena em "The Glory of Rome". Oliver Hartmann, ex-At Vance, diz olá em "The Glory of Rome", "Sign of the Cross" e "The Tower". Andre Matos brilha em "Inside" e participa de "Sign of the Cross" e "The Tower". Kai Hansen dá as caras em "Sign of the Cross" e "The Tower", e o guitarrista Timo Tolkki, ex-Stratovarius, mata a saudade dos tempos de vocalista em "The Tower". Além dessa verdadeira seleção do heavy metal mundial, Tobias Sammet assume as vozes em "Reach Out for the Light", "Serpents in Paradise", "Breaking Away", "Farewell", "The Glory of Rome", "Avantasia", "Inside", "Sign of the Cross" e "The Tower", em duetos arrepiantes com cada um dos seus convidados.

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Mas essa constelação não valeria nada caso as composições presentes no disco não fossem grande coisa. E meu amigo, elas são de cair o queixo! As treze faixas de "The Metal Opera" formam uma das obras mais contundentes e espetaculares da história recente do heavy metal. O nível de qualidade alcançado é tão alto que impressiona.

O disco abre com "Prelude", uma pequena introdução que prepara o clima para "Reach Out for the Light", um ótimo speed metal com arranjos vocais excelentes. Um início que prenuncia o grande álbum que está por vir.

Na rápida "Serpents in Paradise", David DeFeis rouba a cena, interpretando a canção com classe excepcional. Uma das melhores faixas do disco, "Serpents in Paradise" é um daqueles sons que nos conquistam já na primeira audição, e tornam-se figuras frequentes em nossa vidas.

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A intro "Malleus Maleficarum" dá uma pausa no disco, que retorna com força total em "Breaking Away", um chiclete sonoro que gruda de imediato. Nessa faixa, temos Michael Kiske relembrando os tempos em que assombrou o mundo com o Helloween, fazendo-nos pensar o quão grande a banda se tornaria caso não tivesse enfrentado os problemas que enfrentou, como o suicídio do baterista Ingo Schwichtenberg e as saídas do fundador e guitarrista Kai Hansen e do próprio Kiske. Na minha opinião, "Breaking Away" é presença obrigatória em qualquer boa compilação sobre o estilo.

A bela "Farewell", com participação de vários dos vocalistas convidados, vem a seguir. Em mais um momento inspirado do álbum, "Farewell" traz um refrão inspirado, feito sob medida para ser cantado a plenos pulmões naqueles momentos em que você está sozinho dentro de seu carro, isolado do caos causado pelo trânsito selvagem do lado de fora. "The Glory of Rome" é épica e grandiosa, e conta com grandes passagens vocais de Rob Rock, além de mais um ótimo refrão.

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Outra vinheta, "In Nomine Patris", prepara o terreno para a espetacular faixa título, um dos momentos mais brilhantes da trajetória do heavy metal melódico. "Avantasia" prova, de novo, mais uma vez e de forma definitiva, que não é preciso compor uma faixa rapidíssima para conquistar os fãs do power metal. Um dos maiores dogmas do metal é despedaçado com melodias cativantes e um refrão arrepiante, que coloca de vez o disco e seu mentor, Tobias Sammet, na condição de referências para toda e qualquer pessoa que resolver se aventurar pelo estilo.

"Inside" conta com uma interpretação brilhante de Andre Matos, que tem Tobias Sammet ao seu lado no refrão. Uma bonita balada que introduz a excepcional "Sign of the Cross", faixa preferida de grande parte dos fãs do grupo. Com quase sete minutos de duração, tem a participação de grande parte dos vocalistas convidados. Além de tudo, conta com o melhor solo de guitarra do disco – e um dos melhores que ouvi em toda a minha vida -, um arregaço a cargo de Jens Ludwig, guitarrista do Edguy. Definitivamente, uma das canções mais brilhantes e emblemáticas da música pesada dos anos 2000, sem dúvida alguma.

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O álbum fecha com a longa "The Tower", que em seus quase dez minutos transita com imensa naturalidade por trechos ora rápidos, ora épicos, todos repletos de qualidade. Os coros dessa faixa são arrepiantes, principalmente no início, quando a canção embala e ouvimos "aleluia, aleluia". Um encerramento à altura de um álbum tão bom quanto The Metal Opera.

O disco caiu como uma bomba. A princípio os holofotes foram atraídos pelas participações especiais, mas foi só dar o play para o foco mudar, definitivamente, para a música – que é o que importa, sempre. Reviews positivos pipocaram por todo o mundo, elevando "The Metal Opera" instantaneamente ao status de clássico. Outra consequência da repercussão do disco foi a atenção muito maior que passou a ser dada ao Edguy, banda de Tobias Sammet, que aproveitou a exposição para lançar o álbum "Mandrake" em 24 de setembro de 2001 e se consolidar como uma das novas forças do heavy metal em todo o mundo.

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O conceito original de Tobias Sammet previa a gravação de dois volumes de Avantasia, e assim, em 26 de agosto de 2002, chegou às lojas "The Metal Opera Part II", um bom disco, mas nitidamente inferior à inagualável estreia. Mesmo assim, a segunda parte do projeto tem ao menos uma faixa que rivaliza com as presentes no debut. "Seven Angels" é uma excelente composição com mais de quatorze minutos de ricas passagens instrumentais e coros grandiosos.

A repercussão dos dois discos foi imensa em todo o mundo, gerando uma demanda enorme por mais registros do Avantasia. Tobias Sammet alimentou a expectativa até 2008, quando "The Scarecrow", o aguardadíssimo terceiro álbum do Avantasia, finalmente chegou às lojas. Tamanha espera, somada a mudanças significativas no direcionamento musical – muito mais voltado para o hard rock do que para o heavy metal melódico -, frustraram os fãs. O disco também não foi muito bem recebido pela crítica especializada, obtendo reviews medianos em todo o mundo.

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Ainda em 2008 chegou às lojas um box chamado "The Metal Opera Pt I & II: Gold Edition" trazendo os dois primeiros discos e, como bônus, a versão radio edit de "Avantasia" (que havia sido lançada anteriormente como bônus na primeira versão que chegou às lojas brasileiras) e versões ao vivo de "Sign of the Cross" e "Chalice of Agony".

Tobias Sammet não se deixou abater, e voltou com força total em 3 de abril de 2010, data em que chegaram às lojas de todo o mundo, de maneira simultânea, dois novos discos do Avantasia, "Angel of Babylon" e "The Wicked Symphony". Os álbuns deixam claro que Sammet sentiu as críticas ao trabalho anterior, pois, ainda que mantenha a sonoridade calcada no hard rock, busca, de maneira clara, inserir elementos similares aos que fizeram a fama do disco de estreia. Ainda que visivelmente melhores que "The Scarecrow", tanto "Angel of Babylon" quanto "The Wicked Symphony", ainda que sejam bons trabalhos, não alcançam, em nenhum momento, o brilho de "The Metal Opera".

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O Avantasia certamente seguirá em frente gravando novos discos, afinal se transformou em uma espécia de grife com o passar dos anos. Mas toda a fama que envolve o nome do grupo baseia-se quase que unicamente em seu trabalho de estreia, um dos discos mais espetaculares da história não só do heavy metal, mas da música pesada como um todo. Se você nunca ouviu, aproveite esse texto e ouça agora mesmo. Se você já conhece, coloque o CD novamente no play e comprove que, quando a música é de qualidade, ela sobrevive ao tempo e vai muito além dos limites de qualquer estilo musical, seja ele qual seja.

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Faixas:
1. Prelude – 1:11
2. Reach Out for the Light – 6:32
3. Serpents in Paradise – 6:16
4. Malleus Maleficarum – 1:42
5. Breaking Away – 4:35
6. Farewell – 6:32
7. The Glory of Rome – 5:29
8. In Nomine Patris – 1:04
9. Avantasia – 5:31
10. A New Dimension – 1:39
11. Inside – 2:24
12. Sign of the Cross – 6:26
13. The Tower – 9:44

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Sobre Ricardo Seelig

Ricardo Seelig é editor da Collectors Room - www.collectorsroom.com.br - e colabora com o Whiplash.Net desde 2004.
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