Helloween: calmaria antes das turbulências a seguir
Resenha - Better Than Raw Expanded Edition - Helloween
Por Rodrigo Simas
Fonte: Helloween
Postado em 19 de junho de 2008
Nota: 8
Continuando a ótima fase iniciada em "Master of The Rings" e "The Time of The Oath", o Helloween partiu para uma sonoridade um pouco diferente, incorporando elementos mais modernos e soando um pouco mais agressivo. Nada que alterasse completamente o estilo da banda, mas o caminho que iria resultar no controverso "The Dark Ride", lançado dois anos depois e renegado até hoje pelos membros remanescentes, já era apontado.
Surpreendentemente, pela primeira vez Roland Grapow não participou de nenhuma composição, o que gerou indagações por parte dos fãs. Uli Kusch foi o destaque, compondo quatro novas músicas, inclusive a bela introdução "Deliberately Limited Preliminary Prelude Period in Z", que abre os trabalhos e de cara já mostra um Helloween bem mais pesado com "Push", também composta pelo baterista. "Falling Higher" é uma das melhores, com um grande refrão e melodias que remetem ao som clássico dos alemães. "Hey Lord" e "Don’t Spit On My Mind" são as mais dispensáveis e quebram um pouco o clima do excelente começo, enquanto "Revelation", novamente assinada por Kusch, mostra mais uma vez a vertente pesada da banda.
"Time" é uma música lenta, com algumas influências "floydianas", que também foge do estilo usual do Helloween, mas agrada. "I Can" foi o primeiro single e conseguiu relativo sucesso na época, com um refrão pegajoso e uma pegada mais acessível. A trinca final é excelente: "Handful Of Pain" traz novos elementos, principalmente na linha vocal de Andi Deris e nos arranjos de teclado, "Lavdate Dominvm" é cantada em latim, traz grandes melodias, e é, junto com a épica "Midnight Sun" (com mais de 6 minutos de duração), o maior destaque de Better Than Raw. As duas últimas, compostas por Michael Weikath, são as obras-primas do álbum e conseguem sintetizar a real essência da banda.
As faixas bônus desta edição expandida não são tão relevantes quanto as dos lançamentos anteriores, mas as duas inéditas "Back On The Ground" e "A Game We Shouldn’t Play" devem saciar os colecionadores que querem ter tudo da banda. Além delas, estão presentes uma versão ao vivo de "Perfect Gentleman" e um solo de bateria entitulado "Moshi Moshi-Shiki No Uta", que não acrescentam em nada ao pacote.
Mais uma vez, cada faixa ganha sua abóbora correspondente, satisfazendo os fãs e mantendo a tradição. A ilustração da capa é um espetáculo a parte, de longe a mais interessante e bem feita de toda a discografia do grupo.
O Helloween aproveitava a calmaria antes das turbulências dos anos seguintes, nos quais a banda quase acabou novamente, e mostrava ao mundo que poderiam soar mais sérios e modernos sem perder suas principais características.
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