RECEBA NOVIDADES ROCK E METAL DO WHIPLASH.NET NO WHATSAPP

Matérias Mais Lidas


Outras Matérias em Destaque

Produtor de longa data do Black Sabbath revela os segredos do timbre da guitarra de Tony Iommi

A guitarra barata que é imitação de marca famosa e mudou a vida de James Hetfield

Billy Corgan comenta seu álbum favorito do Black Sabbath: "Iommi foi visionário e pioneiro"

O canadense que matou uma família e culpou música de Ozzy

Baterista do Shadows Fall odiou Metallica e Slayer quando ouviu pela primeira vez

Kurt Cobain comenta as músicas do Nirvana que compôs para combater o sexismo

Um fator crucial que levou Mike Shinoda a reformar o Linkin Park; "Estava quase como acabado"

Primeira música escrita por Steve Harris tinha título "horrível" e virou faixa de "Killers"

O que Cazuza quis dizer com "A burguesia fede e quer ficar rica" no clássico "Burguesia"

A conturbada saída de Steve Souza do Testament, nas palavras de Eric Peterson

O dia que o Pearl Jam só não compôs uma música com Bob Dylan porque Eddie Vedder não quis

A enigmática última frase que Renato Russo disse para seu amigo antes de morrer

Além de Jaco, o outro baixista fenomenal que Robert Trujillo adora, mas poucos roqueiros conhecem

Liam Gallagher estabelece condições para novo álbum do Oasis sair do papel

Ozzy Osbourne chegou a cantar no ensaio para o Rock and Roll Hall of Fame


Pierce The Veil
Comitiva

Ankh: quatro gringos tocando e se divertindo no Brasil

Resenha - Cachaça; Live at Rio ArtRock Festival 1999 - Ankh

Por Rodrigo Werneck
Postado em 02 de maio de 2008

Nota: 9 starstarstarstarstarstarstarstarstar

O Ankh é uma banda desconhecida da maior parte do público rockeiro do Brasil. Mesmo algumas pessoas que admiram a banda nem ao menos sabem que o grupo polonês tocou por aqui em 1999. O registro disso saiu somente há pouco tempo atrás, pela gravadora Rock Symphony.

O rock progressivo já teve seus dias de glória nos anos 70, no auge de grupos como Yes, Genesis, Pink Floyd e Emerson Lake & Palmer, entre outros, e mesmo aqui no Brasil com Os Mutantes, O Terço, etc. A partir dos anos 80, entretanto, começou gradativamente a se restringir a um gueto. O resultado disso é que muitos eventos legais existem sem que a grande maioria do público sequer tenha conhecimento do fato.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE - TAB 1

Um dos exemplos clássicos é o Rio ArtRock Festival, um evento de rock progressivo que já trouxe ao Brasil diversas bandas de todos os cantos do planeta, além de abrir suas portas a bandas nacionais, muitas delas carentes de palcos para mostrar seus trabalhos. Uma dessas bandas que já nos visitou foi o Ankh (da Polônia), que se apresentou em dezembro de 1999 para uma seleta platéia de 300 pessoas no antológico Teatro da Galeria, um verdadeiro pulgueiro instalado no final de uma galeria xexelenta do bairro do Flamengo, no Rio de Janeiro. Na verdade, apesar da tristeza de se ver tantas bandas boas, brasileiras e estrangeiras, tendo que se apresentar em locais não tão atrativos quanto seria de se esperar, o fato é que, no final das contas, havia algumas vantagens em se fazer um festival num clima mais informal. A possibilidade de se poder entrar com cerveja no local do show, apesar de ser um teatro com poltronas, tapete e ar condicionado, foi certamente uma delas, aumentando o clima de empolgação e descontração. Outro grande ponto foi a ausência de "toque de recolher": altos sons rolavam no Teatro da Galeria madrugada adentro. Rolavam, porque o teatro infelizmente fechou já há alguns anos.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE - TAB 2

O show do Ankh não foi exceção: começou às 3 (!!!) horas da manhã. Mesmo assim, o público todo aguardou pacientemente, até porque era um fim de semana. O grupo não se fez de rogado e entrou com todo o pique, incendiando o palco. A qualidade de som estava à altura do show, pois a produção sempre se esmerou em ser bastante profissional nesse quesito.

A formação da banda, na época, era composta por Piotr Krzeminski (guitarra, vocal), Adam Rain (bateria, percussão), Krzysztof "Doctor" Szmidt (baixo) e Michal Jelonek (violino). O grande destaque era certamente o violino de Jelonek, não apenas musicalmente, mas também por sua vibrante performance de palco, que incluía até uma máscara macabra. Uma pena que algum tempo depois ele tenha deixado a banda, que já tem em sua discografia 4 CDs de estúdio e outro ao vivo.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE - TAB 3

É fácil de se notar o clima de empolgação presente no local, tanto no decorrer das músicas quanto entre elas. O interessante é que a própria banda logo de cara anuncia que não toca rock progressivo (apesar do público composto totalmente por fãs do gênero), mas sim "apenas música". Talvez estivessem um pouco receosos de como seria a recepção da audiência ao som do grupo. De fato, há elementos de rock mais básico e até mesmo ingredientes da crueza e da agressividade do punk, porém há também características próprias do progressivo, até pela presença do violino, que adiciona um caráter mais erudito e experimental ao conjunto. O que interessa é que o público adorou o show, e os vocais em polonês e os arranjos inusitados ajudaram bastante nisso.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE - TAB 4

Com o repertório calcado em seus dois melhores discos de estúdio ("Ziemia i Slonce", de 1995, e "Bedzie Tajemnica", de 1998), a banda desfilou com segurança sua música pesada e climática, com generosas porções melódicas fornecidas pelo violino. O guitarrista e vocalista Krzeminski também toca de forma discreta sua guitarra, ora executando pesados riffs, ora tocando sons esparsos e quase psicodélicos. A cozinha formada por Szmidt e Rain participa de forma correta e precisa, chegando a ter alguns momentos de brilho em composições mais rebuscadas.

Embora obviamente a experiência de ouvir um disco ao vivo perca muito em relação a assistir à própria apresentação em si onde o mesmo foi registrado, pode-se perceber que a banda estava em noite inspirada. Entre os destaques estão "Kraina Umarlych" (que inclui uma referência não creditada a "The Ripper", do Judas Priest"), "Westernpopnoc" e "Blaaza", que mesclam brilhantes evoluções no violino acompanhadas pela base pesada dos demais instrumentos. Uma espécie de encontro entre a música pop (no caso, o rock) e a música erudita. Outro grande destaque, sempre incluído em shows do grupo, é o sensacional cover para "21st Century Schizoid Man", da banda inglesa King Crimson. A escolha não poderia ter sido melhor, sendo o Crimso a banda progressiva mais pesada dentre os medalhões do gênero. Além disso, o vocal alucinado caiu como uma luva na interpretação de Krzeminski, isso sem falar no violino de Jelonek, que dá um show à parte.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE - TAB 5

Uma surpresa ficou separada para o final. Em "Enosz", os vocais originais foram trocados por novos traduzidos para... Português! Isso mesmo, com a ajuda da produção do festival, a letra foi traduzida e os fonemas foram colocados numa folha de forma a facilitar uma leitura com pronúncia mais correta pelo vocalista. O resultado foi surpreendentemente bom, e ficou uma singela e simpática homenagem aos fãs brasileiros.

O show foi encerrado por 2 ótimas faixas. A primeira foi "W Grocie Króla Gór", que nada mais é que uma excelente versão para "Peer Gynt", fragmento de "In The Hall of The Mountain King", do compositor norueguês Edvard Grieg, e que já havia sido adaptada por outros artistas tão diversos como Rick Wakeman e Savatage. Em seguida, o fecho de ouro com os mais de 8 minutos de "Piesn O Wedrówce", que lentamente encerra o show (e o disco), quase como se arrastando para o repouso (afinal, já eram 4:30h da manhã!).

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE - TAB 6

Um detalhe final: preciso comentar sobre o porquê de se chamar de "Cachaça" o título de um disco ao vivo gravado por 4 gringos tocando e se divertindo no Brasil?

Tracklist:
1. Intro
2. Lancelot
3. Wiara
4. Swiat Sen
5. Kraina Umarlych
6. Ziemia
7. Westernpopnoc
8. Dudziarz
9. Templum
10. 21st Century Schizoid Man
11. Pulsohordofon
12. Blaaza
13. Enosz
14. W Grocie Króla Gór
15. Piesn O Wedrówce

Site: www.ankh.art.pl

Compartilhar no FacebookCompartilhar no WhatsAppCompartilhar no Twitter

Receba novidades do Whiplash.NetWhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps


Stamp
Bangers Open Air


publicidadeAdriano Lourenço Barbosa | Airton Lopes | Alexandre Faria Abelleira | Alexandre Sampaio | André Frederico | Andre Magalhaes de Araujo | Ary César Coelho Luz Silva | Assuires Vieira da Silva Junior | Bergrock Ferreira | Bruno Franca Passamani | Caio Livio de Lacerda Augusto | Carlos Alexandre da Silva Neto | Carlos Gomes Cabral | Cesar Tadeu Lopes | Cláudia Falci | Danilo Melo | Dymm Productions and Management | Efrem Maranhao Filho | Eudes Limeira | Fabiano Forte Martins Cordeiro | Fabio Henrique Lopes Collet e Silva | Filipe Matzembacker | Flávio dos Santos Cardoso | Frederico Holanda | Gabriel Fenili | George Morcerf | Geraldo Fonseca | Geraldo Magela Fernandes | Gustavo Anunciação Lenza | Herderson Nascimento da Silva | Henrique Haag Ribacki | Jesse Alves da Silva | João Alexandre Dantas | João Orlando Arantes Santana | Jorge Alexandre Nogueira Santos | José Patrick de Souza | Juvenal G. Junior | Leonardo Felipe Amorim | Luis Jose Geraldes | Marcello da Silva Azevedo | Marcelo Franklin da Silva | Marcelo Vicente Pimenta | Marcio Augusto Von Kriiger Santos | Marcos Donizeti | Marcus Vieira | Maurício Gioachini | Mauricio Nuno Santos | Odair de Abreu Lima | Pedro Fortunato | Rafael Wambier Dos Santos | Regina Laura Pinheiro | Ricardo Cunha | Richard Malheiros | Sergio Luis Anaga | Silvia Gomes de Lima | Thiago Cardim | Tiago Andrade | Victor Adriel | Victor Jose Camara | Vinicius Valter de Lemos | Walter Armellei Junior | Williams Ricardo Almeida de Oliveira | Yria Freitas Tandel |
Siga Whiplash.Net pelo WhatsApp
Anunciar bandas e shows de Rock e Heavy Metal

Sobre Rodrigo Werneck

Carioca nascido em 1969, engenheiro por formação e empresário do ramo musical por opção, sendo sócio da D'Alegria Custom Made (www.dalegria.com). Foi co-editor da extinta revista Musical Box e atualmente é co-editor do site Just About Music (JAM), além de colaborar eventualmente com as revistas Rock Brigade e Poeira Zine (Brasil), Times! (Alemanha) e InRock (Rússia), além dos sites Whiplash! e Rock Progressivo Brasil (RPB). Webmaster dos sites oficiais do Uriah Heep e Ken Hensley, o que lhe garante um bocado de trabalho sem remuneração, mais a possibilidade de receber alguns CDs por mês e a certeza de receber toneladas de e-mails por dia.
Mais matérias de Rodrigo Werneck.

 
 
 
 

RECEBA NOVIDADES SOBRE
ROCK E HEAVY METAL
NO WHATSAPP
ANUNCIE NESTE SITE COM
MAIS DE 4 MILHÕES DE
VIEWS POR MÊS