New York Dolls: inéditas dos pais do Glam Rock
Resenha - One Day It Will Please Us To Remember Even This - New York Dolls
Por Ricardo Seelig
Postado em 10 de junho de 2007
Nota: 10
Uma das bandas mais cultuadas da história do rock está de volta à ativa. Tudo bem, a nova versão do New York Dolls conta apenas com dois integrantes originais (o vocalista David Johansen e o guitarrista Sylvain Sylvain), mas isso não diminui o impacto de "One Day It Will Please Us To Remember Even This". Afinal, estamos diante de um álbum com músicas inéditas de um dos pais do glam rock vinte e três anos depois do último trabalho do grupo.
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O New York Dolls gravou apenas dois discos. "New York Dolls", de 1973, e "Too Much Too Soon", de 1974, foram suficientes para escrever o nome da banda na história. Depois disso, problemas com drogas separaram os caras e tiraram a vida do guitarrista Johnny Thunders e do baterista Jerry Nolan, além do baterista original, Billy Murcia, que morreu antes de o grupo assinar seu primeiro contrato. Os demais integrantes se envolveram em vários projetos, mas nenhum deles alcançou grande projeção comercial.
Respondendo a um convite de Morrisey, vocalista dos Smiths e grande fã, Johansen, Sylvain e o baixista Arthur Kane voltaram a tocar juntos na edição de 2004 do Meltdown Festival, no qual o ex-líder dos Smiths era um dos organizadores. Animados pela recepção do público, decidiram entrar em estúdio, não sem antes perder Kane pelo caminho, vítima de leucemia.
A nova encarnação do New York Dolls conseguiu gravar em "One Day It Will Please Us To Remember Even This" uma aula de rock and roll simples, enérgico e contagiante. As canções são ricas em melodias. Suas estruturas são construídas sobre bases que seguem o que se convencionou chamar, nos últimos anos, de "classic rock". O fato é que, ouvindo o CD, qualquer fã de boa música fica com um sorriso de orelha à orelha.
Motivos para isso não faltam. Desde a abertura com "We´re All In Love" até a última faixa, "Take A Good Look At My Good Looks", o que se ouve é uma banda tocando com amor e tesão de dar inveja em muito grupo formado por garotos de vinte e poucos anos.
A balada "Plenty Of Music" é simples e bela. "Runnin´ Around" é rock puro. "Punishing World" bebe na fonte dos Stones (como muitas das músicas do disco, diga-se de pasagem). "Fishnets and Cigarettes" emociona. "Gotta Get Away From Tommy" é outra que mostra que não é preciso complicar para se fazer boa música. "Ain´t Got Nothin´" é uma baladaça como há muito tempo eu não ouvia. E a já citada "Take A Good Look At My Good Looks" é uma verdadeira lição de como se deve usar a melodia no rock.
Um discaço. Agradável, apaixonado, daqueles que nos faz renovar a fé e a esperança no rock and roll. Isso sim é AOR, o tal do "adult oriented rock", e não aquelas chatices feitas para executivos como Asia e afins.
Rock and roll maduro, experiente e inspirado. Um baita de um álbum com essas características em pleno 2007. Vou me beliscar pra ver se eu não estou sonhando …
Faixas:
1. We´re All In Love
2. Runnin´ Around
3. Plenty Of Music
4. Dance Like A Monkey
5. Punishing World
6. Maimed Happiness
7. Fishnets And Cigarettes
8. Gotta Get Away From Tommy
9. Dancing On The Lip Of A Volcano
10. Ain´t Got Nothin´
11. Rainbow Store
12. Gimme Luv And Turn On The Light
13. Take A Good Look At My Good Looks
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