Resenha - Don't Believe The Truth - Oasis
Por Fábio Cavalcanti
Postado em 05 de maio de 2006
Nota: 9 ![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
"De volta à velha forma!" Pelo menos foi isso que todos passaram a dizer de maneira quase unânime assim que o Oasis lançou seu último álbum "Don't Believe The Truth", em 2005. Mas na verdade, a qualidade da banda nunca caiu de fato. Neste último álbum, eles apenas diversificaram seu estilo, em um momento bastante conveniente para isso. Então, a frase correta deveria ser... "Abram alas para o novo Oasis!"
Os problemas musicais nos álbuns anteriores que foram considerados fracos ("Be Here Now", "Standing On The Shoulder Of Giants" e "Heathen Chemistry") se restringem apenas a certa repetitividade de batidas, culpa do ótimo (mas mal direcionado) baterista Alan White. Tal problema foi resolvido com sua saída da banda, que abriu espaço para o Zak Starkey, filho de ninguém menos que Ringo Starr.
O novo som da banda não tem nada a ver com o dos primeiros álbuns. O Oasis, que no começo era rock 'n' roll, agora é uma ótima banda de baladas rock. A característica da banda que permanece intacta até hoje é a sua fidelidade à atitude e qualidade musical.
O melhor aspecto de "Don't Believe The Truth" é a diversidade nas faixas (acrescente também a participação maior dos outros integrantes nas composições, e não apenas do guitarrista-líder Noel), coisa que a banda não havia explorado nem em seu álbum de estréia, "Definitely Maybe" (de 1994). Prova de que o Oasis ainda tem criatividade para lançar uma possível obra-prima em um futuro não muito distante. É esperar para ouvir!
Devido a grande diversidade neste álbum, vamos a um faixa-a-faixa:
1. Turn Up The Sun: Uma mistura perfeita entre Oasis clássico e o novo Oasis, com uma batida "Brit blueseira alternativa". A introdução leve e melancólica remete ao atual estilo amadurecido da banda. Em seguida, a banda toda aparece trazendo bastante peso e vibração, como se quisesse lembrar de que o Oasis rock 'n' roll não morreu. Com certeza o grande "rockão" do álbum.
2. Mucky Fingers: Noel canta nessa simples música de 3 acordes, que mistura perfeitamente suavidade folk com agressividade punk. É difícil de definir como rock ou balada. Não consegue imaginar? Ouça a música e entenderá!
3. Lyla: Primeiro single do álbum, que mostra o rumo que o lado rock do Oasis pode tomar daqui para frente. As guitarras estão bem misturadas com os violões, e o refrão gruda na cabeça. O final da música sai do pop e parte para um instrumental quase psicodélico. Um dia pode vir a ser considerada uma música enjoada, tanto pelos fãs quanto pela banda, mas por enquanto está bom demais!
4. Love Like A Bomb: Talvez a faixa mais fraca do álbum. Liam mostra todo o seu lado sentimental em uma baladinha acústica e simples, mas acompanhada por um ótimo jogo de caixa na bateria no maior estilo "valsinha", que traz um toque interessante à música. Se houvesse mais um single para este álbum, com certeza seria dessa música.
4. The Importance Of Being Idle: Noel está de volta, interpretando a melhor música de todo o álbum. O estilo traz a suavidade e acordes não-convencionais do indie rock misturados a uma batida Brit Pop com toques de "marchinha". Essa é uma vertente que nunca foi explorada tão a fundo pelo Oasis. E com certeza eles fizeram muito melhor do que várias outras bandas que já tocaram esse tipo de música. Foi o segundo single do álbum, e já pode ser considerada um clássico!
5. The Meaning Of Soul: Punk... acústico! Liam Gallagher expõe seu lado mais agressivo nessa faixa de apenas 1 minuto e meio, mas que está longe de ser apenas uma simples vinheta. O fato de ser acústica mantém intacta a homogeneidade "light" do álbum. Mais conveniente, impossível!
6. Guess God Thing I'm Abel: Liam continua brilhando nesta balada psicodélica aparentemente 100% acústica. Por que aparentemente? A resposta está em um trecho de apenas 10 segundos perto do final da música, no qual a banda toda entra, e logo em seguida some novamente, deixando apenas um "rastro" de barulhinhos gostosos de se ouvir até o fade out total da música. Mais pontos em termos de inovação!
7. Part Of The Queue: Noel mostra força total em seu lado mais "melancólico-com-atitude". Destaque para a bateria criativa e virtuosa, que prova de uma vez por todas que o Oasis está indo muito bem sem o antigo baterista. É interessante também como essa música semi-acústica de violões "arranhados" consegue trazer quase a mesma vibração de um rock. Pena que é alternativa demais para virar single.
8. Keep The Dream Alive: É uma música bacana, apenas. Soa como um adeus ao estilo das baladas clássicas do Oasis de melodias bonitas e guitarras pesadinhas, que lotavam os últimos álbuns da banda. Ainda assim, o baterista Zak deu um toque próprio à música.
9. A Bell Will Ring: Mantendo as guitarras plugadas, temos o último grande rock do álbum. Tem um riff bem criativo e marcante em cima de uma base simples e de poucos acordes. O ponto fraco é o tempo da música (3 minutos cravados). Do jeito que estava indo, merecia pelo menos mais um minuto.
10. Let There Be Love: 3o. single, uma belíssima balada, que fecha o álbum com chave de ouro. Noel guardou essa pérola em versão demo por um bom tempo antes de finalizar e lançá-la oficialmente. E o resultado final é perfeito. Por outro lado, se tem uma música nesse cd que pode fazer os críticos chatos pularem de alegria por finalmente encontrar alguma "chupação" do estilo dos Beatles, essa é a música! Basta prestar atenção na suavidade da música, acompanhada por um belo piano (especialmente no instrumental final). Então, de um jeito ou outro, pode agradar gregos e troianos.
Receba novidades do Whiplash.NetWhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps



O clássico do rock nacional cujo refrão é cantado onze vezes em quatro minutos
Dream Theater anuncia turnê que passará por 6 cidades no Brasil em 2026
O disco que Flea considera o maior de todos os tempos; "Tem tudo o que você pode querer"
Helloween fará show em São Paulo em setembro de 2026; confira valores dos ingressos
A banda de rock que deixava Brian May com inveja: "Ficávamos bastante irritados"
O guitarrista que Geddy Lee considera imbatível: "Houve algum som de guitarra melhor?"
A opinião de Ronnie James Dio sobre Bruce Dickinson e o Iron Maiden
Os 11 melhores álbuns de rock progressivo conceituais da história, segundo a Loudwire
Como e por que Dave Mustaine decidiu encerrar o Megadeth, segundo ele mesmo
Lemmy lembra shows ruins de Jimi Hendrix; "o pior tipo de coisa que você ouviria na vida"
O álbum que define o heavy metal, segundo Andreas Kisser
Os shows que podem transformar 2026 em um dos maiores anos da história do rock no Brasil
A maior banda, música, álbum e vocalista nacional e gringo de 1985, segundo a Bizz
O clássico álbum ao vivo "At Budokan" que não foi gravado no Budokan
Os dois discos do ELP que Carl Palmer disse que deveriam virar vasos



Liam Gallagher elogia fãs brasileiros após shows do Oasis no Brasil
O artista "tolo e estúpido" que Noel Gallagher disse que "merecia uns tapas"
A sincera opinião de Bon Jovi sobre a turnê de reunião do Oasis
Metallica: "72 Seasons" é tão empolgante quanto uma partida de beach tennis
Pink Floyd: The Wall, análise e curiosidades sobre o filme


