Resenha - Batlle Of Mexico City - Rage Against the Machine
Por Cleyto Lutz
Postado em 05 de maio de 2006
Nunca uma banda conseguiu aliar tão bem roquenrol e ativismo social quanto o Rage Against the Machine. Engajada em questões sociais, principalmente ao Movimento Zapatista mexicano, a banda desembarcou na Cidade do México para sua primeira performance na cidade durante a turnê do álbum "Batlle of Los Angeles". O show realizado no Pavilhão de Esportes da cidade foi quente dentro e fora do local: enquanto a banda detonava no palco, aos redores do ginásio manifestantes e policiais quebravam o pau. Mais tarde a apresentação acabou se tornando o DVD "Batlle of Mexico City", um trocadilho com o nome do álbum e uma homenagem à cidade.

O DVD traz a apresentação na capital mexicana, que engloba toda a carreira da banda – com destaque para as músicas do último álbum – e um material documentário que ajuda a entender bem o espírito da banda.
O show começa com ‘Testify’ e ‘Guerrilha Radio’ de "Batlle of Los Angeles". Enquanto ainda era possível ouvir o eco "all hell can’t stop us now", vem ‘People of the Sun’, mais uma homenagem aos camponeses de Chiapas. ‘Calm Like a Bomb’ reflete bem o espírito da banda, onde é possível perceber toda indignação e inadaptação a situação vigente. Na seqüência vêm mais duas músicas de "Batlle of Los Angeles": ‘Sleep Now in the Fire’ e ‘Born of Broken Man’, talvez a mais melódica música de toda a carreira do RATM.
‘Bombtrack’ e ‘Know Your Enemy’, relembram os sucessos do primeiro álbum (intitulado "Rage Against the Machine"). A primeira é ao lado de ‘Killing in the Name’, a música que mostrou o RATM ao universo musical. Nela Zack de la Rocha transforma o seu vocal numa metralhadora que dispara contra as injustiças sociais. E o show segue com ‘No Shelter’, ‘War Within a Breath’, Bulls on Parede’ (um protesto contra o racismo que toma conta da América), a clássica ‘Killing in the Name’ (que tornou a frase "fuck you, I won’t do what tell me", em uma espécie de símbolo de uma geração), ‘Zapata’s Blood’ (uma homenagem ao guerrilheiro Emiliano Zapata, que foi a fonte de inspiração para o surgimento do Movimento Zapatista) e termina com ‘Freedom’ (uma marca registrada nos shows da banda).
O documentário – que se intercala aos trechos do show – dá uma noção da importância que a banda dá ao aspecto social. Existem imagens dos camponeses do estado de Chiapas, que deflagraram um protesto no dia 1º de janeiro de 1994 tornando o Movimento Zapatista conhecido em todo o mundo, além de esclarecimentos a respeito das terras dos indígenas vendidas às multinacionais americanas, o aumento das taxas de inscrição na Universidade da Cidade do México (que gerou protestos duramente reprimidos pela polícia), e as passeatas ocorridas em 1999 (Seattle) contra a OMC e em 2000 (Washington) contra o FMI e o Banco Mundial. No material extra, mais duas preciosidades: uma entrevista feita por Zack de la Rocha com o ativista político Noan Chomsky e outra com o subcomandante Marcos, líder do Exército Zapatista.
Da mistura de funk, hard rock, rap, consciência política e engajamento social do guitarrista Tom Morello, do baixista Ytim K, do vocalista Zack de la Rocha e do baterista Brad Wilk, surge um DVD que vai muito além de um simples show, tornando-se um documento histórico.
Receba novidades do Whiplash.NetWhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps



A única banda de rock brasileira dos anos 80 que Raul Seixas gostava
3 gigantes do rock figuram entre os mais ouvidos pelos brasileiros no Spotify
O álbum dos Rolling Stones que é melhor do que o "Sgt. Peppers", segundo Frank Zappa
Graham Bonnet lembra de quando Cozy Powell deu uma surra em Michael Schenker
O fenômeno do rock nacional dos anos 1970 que cometeu erros nos anos 1980
Fabio Lione anuncia turnê pelo Brasil com 25 shows
Regis Tadeu elege os melhores discos internacionais lançados em 2025
Ritchie Blackmore aponta os piores músicos para trabalhar; "sempre alto demais"
A primeira e a última grande banda de rock da história, segundo Bob Dylan
O músico que Ritchie Blackmore considera "entediante e muito difícil de tocar"
Os 50 melhores álbuns de 2025 segundo a Metal Hammer
Shows não pagam as contas? "Vendemos camisetas para sobreviver", conta Gary Holt
O clássico absoluto do Black Sabbath que o jovem Steve Harris tinha dificuldade para tocar
Desmistificando algumas "verdades absolutas" sobre o Dream Theater - que não são tão verdadeiras
Turnê atual do Dream Theater será encerrada no Brasil, de acordo com Jordan Rudess

A obra-prima do Dream Theater que mescla influências de Radiohead a Pantera
A banda lendária que apresentou Tom Morello ao "Espírito Santo do rock and roll"
A banda que "chutou o traseiro" do Rage Against the Machine, segundo Tom Morello


