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Resenha - American University - Allman Brothers Band

Por Rodrigo Werneck
Postado em 16 de fevereiro de 2006

Nota: 9

A Allman Brothers Band surgiu em 1969 na Flórida (EUA), apresentando os irmãos Duane e Gregg ao mundo. Iniciando uma série de registros históricos ao vivo da banda, planejados para serem lançados em seqüência cronológica, acaba de sair esse primeiro CD, gravado em 1970 numa universidade norte-americana.

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O sexteto formado por Gregg Allman (vocais, órgão Hammond), Duane Allman (guitarra slide), Dickey Betts (guitarra, vocais), Berry Oakley (baixo), Butch Trucks (bateria) e Jaimoe (bateria) ajudou a criar o estilo denominado "southern rock" (rock sulista), juntamente a outras bandas, como o Lynyrd Skynyrd por exemplo. Tal estilo juntava o hard rock com o blues, adicionando pitadas de jazz e country music, com grandes doses de energia e improvisação nos shows. O disco ao vivo definitivo do Allman Brothers é na realidade o duplo "Live At Fillmore East", mas este registro histórico ora lançado é um excelente complemento e uma ótima oportunidade para se ouvir novamente Duane e Berry, ambos mortos há mais de 30 anos em acidentes com motocicletas (estranha coincidência).

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A gravação não é das melhores, pois a fita master continha o canal esquerdo oriundo da mesa de som, e o canal direito de um microfone captando o som ambiente. A partir daí foi gerado o melhor som possível para o CD, mas mesmo assim a voz de Gregg está mais alta que os instrumentos, e notadamente as guitarras ficaram um pouco baixas, embora perfeitamente audíveis. Considerando-se esses fatos, o trabalho de restauração foi digno de nota, e o CD possui mais de 60 minutos de duração. Uma curiosidade é que o show em questão, na American University em Washington DC, EUA, no dia 13 de dezembro de 1970, foi exatamente o primeiro assistido por Bert Holman, que estudava na universidade e viria a se tornar anos mais tarde o manager da banda! Ele conta interessantes episódios no texto do encarte, que por sinal inclui fotos e reproduções de posters da época.

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Os indefectíveis duelos de guitarra entre Duane Allman e Dickey Betts estão todos lá, duelos esses onde o único ganhador é o público. No repertório estão grandes clássicos da banda, tocados por eles até os dias atuais, tais como "Statesboro Blues" e uma sensacional "Whippin’ Post", como sempre com seus mais de 20 minutos de duração, englobando improvisos de todos, e uma mais que saudável falta de pressa em finalizar a música (ah, os bons anos 70!). Infelizmente, a fita acabou ao final de "Stormy Monday", logo parte do solo de Duane foi cortada. Mas felizmente mantiveram-na neste CD, adicionando um fade out para fins de edição. Alguns dos melhores solos de guitarra do CD estão na música "Leave My Blues At Home", que por sinal é a única a não aparecer no mencionado disco "Fillmore East".

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Agora nos resta esperar pelos próximos lançamentos da série, que incluirão gravações dos anos subseqüentes, mesmo após as mortes de Duane e Berry, inclusive de quando a banda alterou sua formação para um quinteto. Vamos torcer para que sejam incluídas gravações mais recentes, pois o retorno deles no final dos anos 80, com os grandes Warren Haynes (guitarra) e Allen Woody (baixo), também deixou registros memoráveis em estúdio e ao vivo.

Tracklist:

1. Statesboro Blues (4:34)
2. Trouble No More (3:49)
3. Don’t Keep Me Wonderin’ (3:46)
4. Leave My Blues At Home (6:45)
5. Stormy Monday (5:03)
6. You Don’t Love Me (15:48)
7. Whippin’ Post (20:40)

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Site: www.allmanbrothers.com

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Sobre Rodrigo Werneck

Carioca nascido em 1969, engenheiro por formação e empresário do ramo musical por opção, sendo sócio da D'Alegria Custom Made (www.dalegria.com). Foi co-editor da extinta revista Musical Box e atualmente é co-editor do site Just About Music (JAM), além de colaborar eventualmente com as revistas Rock Brigade e Poeira Zine (Brasil), Times! (Alemanha) e InRock (Rússia), além dos sites Whiplash! e Rock Progressivo Brasil (RPB). Webmaster dos sites oficiais do Uriah Heep e Ken Hensley, o que lhe garante um bocado de trabalho sem remuneração, mais a possibilidade de receber alguns CDs por mês e a certeza de receber toneladas de e-mails por dia.
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