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Resenha - Fall, I Will Follow - Lacrimas Profundere

Por Sìlvio Costa
Postado em 17 de maio de 2004

O Lacrimas Profundere é uma banda veterana no cenário do metal melancólico europeu. Na ativa desde o longínquo ano de 1993, eles já passaram por inúmeras mudanças no cenário e, de certo modo, sobreviveram às transformações e modismos por que passou o estilo nos úlmos anos. Vindos da Alemanha e fortemente influenciados pelas bandas mais conhecidas da região (eu citaria o Katatonia e o Lacrimosa como maiores expoentes do gótico alemão), este é o quinto álbum do Lacrimas Profundere e mostra toda a evolução da banda, especialmente do ponto de vista técnico, na criação de um estilo único de gothic metal, em que predomina uma melancolia autêntica e altas doses de peso e beleza.

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Quem já ouviu os dois primeiros lançamentos da banda (And the wings embraced us, de 1995 e La naissance d´un rêve, de 1997) vai achar que neste Fall, I Will Follow foi lançado por uma outra banda usando o mesmo nome. O doom metal ultralento e quase sem variações dos dois primeiros álbuns deu lugar a um gothic rock vigoroso, bastante semelhante àquele praticado por bandas como Paradise Lost, Evereve e outras semelhantes. Em resumo: a banda mudou para melhor.

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O grande destaque do disco são as atuações dos irmãos Oliver Nikolas e Cristopher Schmid, responsáveis, respectivamente, pelas guitarras e vocais da banda. A primeira música do CD, "For Bad Times" remete imediatamente aos dois últimos lançamentos do Paradise Lost, com direito a efeitos na voz, guitarras hipnóticas e uma levada de baixo e bateria sem muitas variações. O peso das guitarras predomina por todo álbum, sendo mais perceptível em faixas como "Under Your..." (que é muito parecida com "The Last Time" do Paradise Lost, inegavelmente a maior influência da banda) e "Sear Me Pale Sun". A presença de teclados discretos, a cargo de Christian Steiner garantem o absoluto predomínio do peso em lugar de experimentações. A melhor música é "fornever", conduzida por uma guitarra poderosa e linhas vocais que lembram muito Anathema da época do "The Silent Enigma".

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Mesmo soando como uma mistura de Anathema e Paradise Lost, o Lacrimas Profundere consegue construir uma personalidade própria ao não se prender demasiadamente a nenhuma fórmula pronta de como fazer música melancólica. De certa forma, a avalanche de bandas góticas surgidas nos últimos cinco ou seis anos, acabou por valorizar quem faz um som autêntico. É esse o caso do Lacrimas, que não opta por temas abstratos, que tornam a tarefa de soar melancólico muito mais simples. Em linhas gerais, as letras abordam relacionamentos incertos, amores destrutivos e temores universais (morte, solidão, etc). O timbre de Christopher Schmid é perfeito para transmitir tais sentimentos. A banda toda, de modo geral, é extremamente competente na execução do som.

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Gothic rock acessível, sem grandes novidades, mas muito bem executado. Bases simples, letras interessantes e instrumentistas competentes. Resumindo, uma banda fácil de gostar, mas difícil de se virar fanático. Nada de revolucionário, mas também não há nada de comprometedor. Acaba sendo uma boa pedida, nestes tempos de criatividade tão baixa.

Line-up:
Oliver Nikolas Schmid - Guitarras
Christopher Schmid - Vocais
Christian Steiner - Teclados
Marco Praschberger - Guitarras
Willi Wurm - Bateria
Rico Galvagno - Baixo

Tracklist:
01. for bad times
02. adorertwo
03. last
04. i did it for you
05. sear me pale sun
06. the nothingship
07. liquid
08. under your...
09. ...and her enigma
10. fornever

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Sobre Sílvio Costa

Formado em Direito e tentando novos caminhos agora no curso de História, Sílvio Costa é fanzineiro desde 1994. Começou a colaborar com o Whiplash postando reviews como usuário, mas com o tempo foi tomando gosto por escrever e espera um dia aprender como se faz isso. Já colaborou com algumas revistas e sites especializados em rock e heavy metal, mas tem o Whiplash no coração (sem demagogia, mas quem sabe assim o JPA me manda mais promos...). Amante de heavy metal há 15 anos, gosta de ser qualificado como eclético, mesmo que isto signifique ter que ouvir um pouco de Poison para diminuir o zumbido no ouvido depois de altas doses de metal extremo.
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