Resenha - X Dark Years - Dark Avenger
Por Richard Navarro
Postado em 10 de dezembro de 2003
Nota: 9
Este novo registro do Dark Avenger teve lançamentos praticamente simultâneos no Brasil, Japão e Europa, onde já rendeu excelentes críticas, como no site alemão Just for Kicks(http://www.justforkicks.de), onde o álbum alcançou a 5a. Posição no Top Ten Chart, ficando atrás apenas de bandas consagradas, como Iced Earth (The Glorious Burden).
No Brasil, a primeira prensagem do EP X Dark Years leva duas grandes diferenças. A primeira é que tem uma música a mais, pois leva um cover do Manowar como bônus, deixando esta versão do EP com mais de 35 minutos de duração. A segunda, é que trata-se de uma prensagem promocional especial e limitada em 1000 cópias, exclusiva para o evento do dia 20/12/2003 produzido pela Heavy Melody Produções na Ledslay/SP, e portanto, não poderá ser adquirido ou comercializado separadamente, senão junto ao ingresso de tal evento.
Abrindo o EP, temos Dark Avenger 2003, uma versão totalmente revisada da original gravada no álbum de estréia em 1995 e que dá nome à banda. Grande escolha, uma vez que a música, sem dúvida nenhuma, é uma das mais poderosas daquele debut. Essa releitura ganha uma nova interpretação do excepcional vocalista Mário Linhares, único membro remanescente da formação clássica da banda, e apresenta elementos progressivos na introdução e orquestrais no final, mostrando que a banda hoje sabe trilhar todas as vertentes do Heavy Metal. Nessa versão, os novos arranjos tornam a música mais pesada e muito mais harmoniosa, contando a história de Caronte, o barqueiro que leva as almas dos mortos para um dos nove giros do inferno e que se auto-intitula o "vingador negro".
Na seqüência temos a belíssima Symphonic Caladvwch, uma versão orquestrada para a música Caladvwch, lançada originalmente no álbum Tales of Avalon(2001). Totalmente reescrita e rearranjada pelo talentosíssimo tecladista Thomaz Galuf, Symphonic Caladvwch, contou com a participação de integrantes da Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional de Brasília e foi a primeira grande experiência do Dark Avenger com orquestração, que por sinal ficou majestosa e conferiu ainda maior feeling e profundidade que a versão plugada de 2001. Os violinos, as violas e violoncelos dão o toque clássico dessa versão e a harpa resgata o toque místico que a música leva na versão original. Uma história de dor, fé e esperança, fala de todo amor e fé que o jovem Rei Arthur têm nos seus Cavaleiros da Távola Redonda e na sobrevivência de Camelot diante da invasão do inimigo.
A próxima música, Uther Evil, é totalmente inédita e deverá constar na segunda parte da saga Tales of Avalon(The Lament), uma vez que faz parte da mesma temática conceitual. A música se divide em duas partes nos seus mais de 8 minutos de duração: "Delirious", que leva belíssimos arranjos de piano clássico criados pelo já citado Thomaz Galuf, conferindo-a cadência, dramaticidade e preparando para "Tragedy", quando ganha andamento, pegada e a furiosa interpretação de Linhares, destacando também os solos e incrível trabalho instrumental, que acompanha a música até o final, destacando a grande performance dos guitarristas Hugo Santiago e Marcus Valls.
Seguindo, temos a furiosa Unleash Hell, outra totalmente inédita, uma verdadeira paulada baseada nas primeiras cenas do filme Gladiador, mas precisamente no personagem do general Maximus. Uma música muito forte, pesada e raivosa, que fala de força, honra, amor e esperança, ainda que narrada em meio a uma batalha e tocada a uma velocidade alucinante. Novamente se destaca o afiado instrumental e a inspirada interpretação de Linhares, além da cozinha marcante formada pelo baixista G Zus e pelo grande batera Rafael Dantas, que gravou todo este EP, mas recentemente cedeu seu posto a Acácio Carvalho, tão competente quando seu antecessor..
Fechando essa prensagem especial do EP, temos um bônus exclusivo para esta edição brasileira do EP, uma fantástica versão para o clássico Dark Avenger, retirada do tributo italiano ao Manowar, lançado no Brasil pela Megahard Records. Esta música foi a que inspirou o nome do grupo brasiliense, que sempre assumiu ter sido muito influenciado pelo Manowar. Além de registrar a merecida homenagem, esta foi a primeira experiência com a nova formação do Dark Avenger em estúdio, o que tem um significado todo especial e teve um resultado excepcional, que certamente orgulharia Joe de Maio & Cia. O instrumental está maravilhoso e a interpretação de Linhares é um show a parte. Como a música é bastante arrastada e cadenciada, levando vocais graves e médios numa boa parte, esta faixa encerra o álbum mostrando outra faceta do Dark Avenger. A propósito, segundo a própria crítica especializada internacional, o grupo brasiliense foi de longe a melhor atuação no tosco tributo italiano ao Manowar, que além do Dark Avenger trazia apenas outra banda brasileira, o Liar Symphony, que por sinal foi também uma das únicas a honrar sua participação e homenagear o Manowar com a devida dignidade e respeito.
Embora o segundo álbum do Dark Avenger(Tales of Avalon - The Terror) tenha sido lançado apenas em 2001, após a polêmica quebra da formação original da banda(2000), os dois únicos registros anteriores em estúdio haviam sido gravados pela antiga formação, o que causava uma grande expectativa e insegurança em relação ao futuro do Dark Avenger, se Mário Linhares e seus novos companheiros iriam ou não manter o nível e direcionamento musical que projetou a banda, uma vez o antigo guitarrista Leonel Valdez(ainda amigo de Linhares), era responsável por pelo menos metade das composições do Dark Avenger. Depois de todas as polêmicas e dificuldades que a banda enfrentou no segundo semestre de 2000, com a mudança de formação e a disputa judicial pelo uso do nome da banda, os inúmeros problemas com antigos empresários e gravadoras, que nunca trabalham a banda devidamente, impedindo que o Dark Avenger decolasse e estivesse já num mesmo patamar que o Angra(por exemplo), podemos dizer que este EP é uma grande vitória.
Além de comemorar os 10 anos de conquistas e sobrevivência da banda, X Dark Years vem provar que o Dark Avenger não apenas manteve o nível e o estilo que o projetou, mas que o instrumental e a composição estão ainda mais poderosos e complexos, o entrosamento e a união na banda mais forte que nunca e que o estupendo vocalista Mário Linhares é definitivamente a alma do Dark Avenger. Aliás, além de cantar como nunca, ele também assina a bela capa deste EP, onde um X(representando os 10 anos) separa cada fase da banda em cada quadrante com as respectivas capas: da demo-tape, da primeira prensagem do debut, da segunda(com o famoso leão e o bônus Morgana) e a da primeira parte do Tales of Avalon.
Se você é fã do Dark Avenger, curte Metal nacional ou é adepto de um Heavy Metal feito com honestidade, personalidade e livre de rótulos ou modas, vale a pena adquirir o ingresso do evento e levar este super EP de brinde, pois por enquanto é a única maneira de encontrar no Brasil este novo registro do Dark Avenger, que independente de gosto pessoal, preferência ou críticas aos exageros vocais de Linhares, é indiscutivelmente um dos maiores fenômenos do Metal nacional de todos os tempos.
Parabéns a Linhares e sua nova trupe, que venham os próximos 10 anos de Dark Avenger!!
Lançado por Heavy Melody Produções(2003)
DISCOGRAFIA:
- Dark Avenger (CD/1995)
- Tales of Avalon - The Terror (CD/2001)
- Revenge - The Triumph of... (Tribute to Manowar/2002)
- X Dark Years (EP/2003)
FORMAÇÃO ATUAL:
Mário Linhares - vocais
Hugo Santiago - guitarra
Marcus Valls - guitarra
Thomaz Galuf - teclados
Gustavo G Zus - baixo
Acácio Carvalho - bateria
CONTATOS:
website: www.darkavenger.com.br
e-mail: [email protected]
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