Resenha - Fully Rigged - Aly Bain & Ale Moller
Por Tiago Lucas Garcia
Postado em 16 de agosto de 2003
Aposto que antes de clicar no link dessa resenha você deve ter pensado: "Que raios é isso?". Bem, se você não conhece esses dois camaradas, não se preocupe, pois eles tocam musica folclórica das Ilhas Shetland (irei expor em detalhes) e meu intuito com essa resenha (e outras futuras) é que, vocês ouvintes de metal, hard rock, progressivo, como eu, tomem conhecimento da musica folclórica (seja ela da África ou das Ilhas Shetland).
As tais das Ilhas Shetland se localizam no mar do norte num ponto entre a Escócia e a Noruega. Pois então, o intuito do virtuoso violinista nascido nas Shetland, Aly Bain, e de seu comparsa sueco Ale Moller, foi exatamente fundir a musica celta e nórdica, seja tocando melodias tradicionais nórdicas com "ares" celtas (e vice-versa) ou tocando melodias das próprias Ilhas Shetland que por si já trazem a raiz de ambas as culturas.
Quem conhece algo de musica celta (como Boys Of The Lough, banda de Aly Bain no fim dos 70) e da musica tradicional nórdica (não vale introdução das bandas de black metal) vai conseguir identificar essa fusão, primeiramente por que Aly Bain, alem de usar seu violino tradicional, utiliza um "Hardanger", violino de cordas duplas que tem um som característico que pode ser ouvido na maioria dos grupos folclóricos nórdicos. Outro ponto que caracteriza essa fusão é o bandolim de Ale Moller que despeja (permita-me usar metáforas "metálicas") melodias claramente nórdicas. Moller também toca willow flute (flauta de salgueiro?) presente na musica nórdica.
Seja no violino "hardanger" ou no tradicional o certo é que o tio Aly Bain quebra tudo nesse álbum! Na faixa "Hangman´s Reel" Aly toca escalas e pizzicatos que fariam Malmsteen (se tocasse violino) se morder de inveja. Mas como virtuose demais é chato, Aly esbanja feeling (permita-me usar uma metáfora ala revistas de guitarra) em faixas como "The Great Selkie" e na (quase) faixa titulo, "Full rigged ship". O mesmo vale para seu quase xará Ale, que manda muito bem também.
O álbum apesar de totalmente instrumental não chega nem perto de soar cansativo (permita-me usar uma sinestesia), pois além da variedade de instrumentos que a dupla dispõe no álbum, a constante mudança de danças tipicamente celta, como o reel, para danças que são usadas com mais ênfase na música nórdica tais como a valsa e a "polska" garantem uma audição nada soporífera.
Vocês devem já ter percebido que esse álbum é altamente recomendável seja para ouvintes iniciados em musica folclórica ou para aqueles que curtem metal e não querem correr o risco de ouvir musica folclórica de churrascaria.
P.S: Para aqueles que tem a possibilidade de assistir vídeos na rede, clique aqui para assistir um show inteiro da dupla (e mais centenas de apresentações de musica tradicional, erudita e etc).
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