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Resenha - In Session - Albert King with Stevie Ray Vaughan

Por Paulo Haroldo
Postado em 26 de setembro de 1999

Nota: 8 starstarstarstarstarstarstarstar

Lançamento: STAX Records
Edição nacional pela BMG Brasil

O blues tem fama de ser um gênero marcado por dramas pessoais, cuja dor inspiraria os lamentos em forma de notas musicais. Entretanto, com a triste exceção de Roy Buchanan, a maioria das estrelas do blues seguiram firmes e fortes por toda a vida. Já no rock, Ian Curtis e Kurt Cobain, para ficar nos nomes mais conhecidos, não suportaram muito tempo...
Albert King, uma das figuras mais simpáticas e queridas do blues, é exemplo de que a tristeza pode ser contornada, como mostram as faixas de "In Session".
Em 06.12.83, King compareceu aos estúdios da TV canadense CHCH por insistência de um jovem guitarrista texano, que faria qualquer coisa para gravar com ele. "But who the hell is Stevie Ray Vaughan?" queria saber King. Hoje, Stevie é o chamariz comercial para este lançamento. "In Session" é, entretanto, um álbum basicamente de Albert King.
Das 7 faixas musicadas (4 são de trechos de diálogos), apenas uma é de autoria de Vaughan (o clássico Pride and Joy). Entre as demais, blues tradicionais e rhythm'n'blues perfeitos. O cd começa com a pureza de Call It Stormy Monday (de "T-Bone" Walker), passa pela deliciosa Ask Me No Questions (tente parar de escutá-la depois de começar), atravessa uma jam de 15 minutos (Blues At Sunrise - gravada anteriormente com Janis e Hendrix no festival de Fillmore East, em 69) e acaba com outro rhythm'n'blues infernal, Don't Lie To Me, onde mais uma vez se destaca a boa banda que acompanha os guitarristas.
E Stevie R. Vaughan? Além de cantar em Pride and Joy, limita-se a solar nas demais músicas, o que já é um privilégio. Sim, por que além de Vaughan, pouca gente conseguiu tocar com King. John Mayall e Steve Miller conseguiram. Outros só poderão fazer isso lá nos céus - Albert King deixou o blues e sua Gibson Flying V em 21 de dezembro de 1.992, aos 69 anos.

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Sobre Paulo Haroldo

Advogado, casado com o rock e com a mulher mais linda do mundo. Preferências musicais: Hard Rock (principalmente anos 70), Blues, Heavy Metal sem podreira, Progressivo (não confundir com ProgMetal), e todo bom rock/pop feito sem samplers, computadores e outros artifícios eletrônicos que só servem para mascarar falsos músicos.
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