O jovem guitarrista preferido de Stevie Ray Vaughan nos anos oitenta
Por Bruce William
Postado em 30 de novembro de 2025
Nos anos 1980, o Texas virou um terreno fértil para quem gostava de blues elétrico. Foi ali que dois nomes acabaram cruzando caminhos desde muito cedo: Stevie Ray Vaughan e Eric Johnson. Os dois cresceram nas mesmas rodas em Austin e arredores, e chegaram até a cogitar formar uma banda juntos quando eram adolescentes. Décadas depois, com a carreira já consolidada, Vaughan não escondia o quanto enxergava o conterrâneo como o grande nome mais jovem da cena.
Em 1986, pouco depois do impacto de "Texas Flood", Stevie conversou com a revista Guitar Player e fez questão de usar o espaço para elogiar Johnson, que ainda dava os primeiros passos em nível nacional. "Eric é um cara maravilhoso", disse, conforme republicou a Far Out. "Ele sempre foi uma das minhas pessoas favoritas no mundo, assim como um dos meus guitarristas favoritos. Esse cara fez mais tentando ser o melhor que pode do que qualquer pessoa que já vi."
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Na época, Johnson vinha de seu primeiro álbum oficial, "Tones", que renderia indicação ao Grammy de "Melhor Performance de Rock Instrumental" em 1987 com a faixa "Zap". Stevie lembrava que aquilo era resultado de anos de prática intensa. Ele comentou que Eric tocava "o tempo todo" e tinha o hábito de deixar os instrumentos em "perfeitas condições" antes de qualquer sessão. "Ele trabalha duro no timbre", destacou Vaughan. "Som, técnicas. E ele faz coisas incríveis com todo tipo de guitarra. Elétrica, lap steel, acústica, tudo."
O mais curioso é que, quando "Tones" saiu, Eric Johnson já tinha outro trabalho pronto havia bastante tempo. Antes do debut oficial, ele havia gravado "Seven Worlds", que só veria a luz do dia em 1998 por causa de questões contratuais e financeiras. Vaughan chegou a ouvir aquele material ainda inédito e tinha uma opinião clara sobre o que poderia ter acontecido se o disco tivesse sido lançado lá atrás, no fim dos anos 1970.
"Pouca gente sabe que, quando ele tinha 15 anos, já tocava coisas de Kenny Burrell e Wes Montgomery", contou Stevie, citando dois gigantes do jazz. "Se o disco que ele fez anos atrás, 'Seven Worlds', tivesse saído na época em que estava pronto, em vez de ser segurado por causa de dólares e centavos, ele poderia ter sido tão grande quanto o Jeff Beck."
Na visão de Vaughan, o problema de Johnson nunca foi falta de conteúdo, e sim o momento errado para o material certo. Mesmo assim, Stevie não tinha dúvida sobre o valor artístico do amigo. Ele via em Eric um jeito particular de misturar blues com elementos de jazz moderno, fusion e rock, sempre com muito cuidado com o som. "Esse cara merece muito mais reconhecimento do que já teve", afirmou. Para Vaughan, não se tratava só de técnica ou velocidade, e sim de um músico que se importa com tudo o que faz: "Eric é um ser humano honesto. Ele se importa com tudo. Só ouça e aprenda."
Colocado na boca de alguém tão respeitado quanto Stevie Ray Vaughan, esse tipo de elogio ajuda a entender a posição de Eric Johnson dentro do universo da guitarra. Para o texano de "Texas Flood", o conterrâneo não era apenas um colega talentoso, mas o exemplo máximo de dedicação entre os músicos mais jovens de sua geração - alguém que, com um pouco mais de sorte em termos de timing, poderia ter sido recebido pelo grande público no mesmo patamar que alguns dos guitarristas mais celebrados da história.
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