Thin Lizzy: a banda mais injustiçada do rock
Por Ricardo Seelig
Fonte: Collectors Room
Postado em 03 de julho de 2019
Quando penso em bandas injustiçadas, o primeiro nome que me vem à cabeça é o do Thin Lizzy. O quarteto liderado pelo vocalista e baixista Phil Lynott tinha tudo para ser gigante: ótimas músicas, instrumental requintado, melodias inspiradas, interpretações vocais cheias de personalidade e uma sonoridade original e cativante. Porém, tinha também um outro ingrediente: a instabilidade provocada pelo abuso de drogas, que marcou a carreira da banda de maneira não muito positiva.
Formado em Dublin em 1969, o Thin Lizzy sempre teve em Lynott o seu eixo principal. Era ao redor dele que tudo acontecia. Sua forma de cantar, meio falada e com a malícia das ruas, nunca encontrou algo semelhante. Suas composições, que sempre aliaram peso e uma onipresente pegada pop, em um mundo justo seriam conhecidas em todos os recantos do planeta. E ainda havia muito mais: o ataque faiscante das guitarras de Scott Gorham e Brian Robertson fez história e influenciou nomes que vão do Iron Maiden à toda a cena de power metal. E como cereja do bolo, por breves períodos o grupo ainda contou em suas fileiras com Gary Moore e John Sykes. E pra fechar, a bateria segura de Brian Downey, onde o chimbal exercia um papel de destaque.
A fase de ouro do Thin Lizzy durou seis anos e rendeu sete discos: "Vagabonds of the Western World" (1973), "Nightlife" (1974), "Fighting" (1975), "Jailbreak" (1976), "Johnny the Fox" (1976), "Bad Reputation" (1977) e "Black Rose: A Rock Legend" (1979), além de um antológico álbum ao vivo, "Live and Dangerous", que chegou às lojas em 2 de junho de 1978. Os dois primeiros discos, "Thin Lizzy" (1971) e "Shades of a Blue Orphanage" (1972), mostravam uma banda ainda tentando encontrar a sua sonoridade. E a época final com Lynott, que abrange os álbuns "Chinatown" (1980), "Renegade" (1981) e "Thunder and Lightning" (1983), revelaram um grupo já debilitado pelas drogas enquanto buscava atualizar a sua música aproximando-se do heavy metal popular na época. A morte de Phil Lynott em 4 de janeiro de 1986, com apenas 36 anos devido a um colapso provocado pelo abuso de álcool e substâncias, encerrou de vez a era dourada do Thin Lizzy.
A banda, no entanto, seguiu em frente com encarnações distintas. John Sykes, que tocou nos últimos discos com Lynott, manteve o Thin Lizzy na ativa entre 1996 e 2010, enquanto Scott Gorham assumiu o comando a partir de 2010 com Ricky Warwick nos vocais. A iniciativa de Gorham agradou os fãs e o grupo decidiu então lançar material inédito, porém com outro nome para preservar o legado de Lynott. Nasceu então o Black Star Riders, que já deu ao mundo três bons discos que exploram o universo sonoro esculpido por Phil Lynott e sua turma: "All Hell Breaks Loose" (2013), "The Killer Instinct" (2015) e "Heavy Fire" (2017).
Toda essa trajetória foi marcada por música da mais alta qualidade, presentando os fãs com diversos hits e canções marcantes. Pelo menos um dos álbuns do Thin Lizzy, "Jailbreak" (1976), pode ser considerado um clássico inquestionável do hard rock. É nesse disco que está o maior hit da banda, "The Boys Are Back in Town", que alcançou o primeiro lugar na Irlanda em 1976. Outros grandes êxitos comerciais do quarteto foram "Don't Believe a Word" (2ª posição, também na Irlanda, também em 1976), "Dancing in the Moonlight" (4º posto na Irlanda em 1977) e "Waiting for an Alibi" (6ª posição na Irlanda em 1979). Além disso, é do Thin Lizzy a gravação mais antológica da imortal "Whiskey in the Jar", canção tradicional irlandesa que ganhou inúmeras interpretações ao longo dos anos - incluindo a do Metallica, em 1998, que apresentou a música para uma nova geração de ouvintes. Porém, a performance do Thin Lizzy, lançada em novembro de 1972 como single e incluída nas edições posteriores de "Vagabonds of the Western World" (1973), é de longe a mais marcante.
Agora que você já sabe mais sobre essa banda absolutamente incrível, delicie-se com a nossa playlist especial. Separamos 26 músicas do Thin Lizzy em quase duas horas de música, com as faixas mais conhecidas do quarteto de Lynott. E com um bônus delicioso: a arrepiante versão da linda "Still in Love With You", uma das mais belas baladas já compostas, gravada ao vivo nos estúdio da BBC em 1974 para o programa do DJ John Peel e com Lynott dividindo os vocais com Gary Moore.
Viva o Thin Lizzy. Hoje e sempre!
Receba novidades do Whiplash.NetWhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps



Welcome to Rockville 2026 divulga line-up oficial
A banda norueguesa que alugou triplex na cabeça de Jessica Falchi: "Chorei muito"
Pink Floyd disponibiliza versão integral de "Shine On You Crazy Diamond"
Os quatro maiores solos de guitarra de todos os tempos, segundo Carlos Santana
Site americano lista os 11 melhores álbuns de rock progressivo dos anos 1990
Cavaleras no último show do Sepultura? Andreas diz que chance é "50% sim, 50% não"
Bangers Open Air confirma Twisted Sister e mais 40 bandas para 2026
Com Tesla e Extreme, Mötley Crüe anuncia turnê celebrando 45 anos de carreira
Extreme é confirmado no Monsters of Rock 2026 no Allianz Parque
Blackmore's Night cancela shows devido a questões de saúde
As reações divergentes dos fãs ao anúncio do line-up do Bangers Open Air 2026
A banda que Lars Ulrich chamou de "o Black Sabbath dos anos 90"
As 3 melhores músicas do Aerosmith de todos os tempos, segundo Regis Tadeu
Os 11 melhores álbuns de progressivo psicodélico da história, segundo a Loudwire
Bono cita dois artistas que o U2 jamais vai alcançar; "Estamos na parte de baixo da escada"
Thin Lizzy anuncia edição deluxe reunindo os álbuns "Nightlife" e "Fighting"
O músico que aproximou o Thin Lizzy do heavy metal
Guns N' Roses: como foram gravados os "ruídos sexuais" de "Rocket Queen"
Bandas de Heavy Metal esquecidas (ou desconhecidas) do público brasileiro


