Megadeth: Discografia comentada - Parte 1
 Por Mateus Ribeiro
Por Mateus Ribeiro
Postado em 07 de abril de 2019
O INÍCIO DE TUDO E OS DIAS DOURADOS
A demissão está longe de ser o sonho de vida do ser humano. Porém, no caso de David Scott Mustaine, mundialmente conhecido como Dave Mustaine, ser demitido foi a melhor coisa que poderia ter acontecido.
Caso exista alguém no planeta que não saiba da historia, Dave Mustaine foi demitido do Metallica após se comportar da pior maneira possível, e teve que cruzar os Estados Unidos para voltar até sua casa. Depois de alguns dias dentro de um ônibus, decidiu que fundaria sua própria banda, movido por muito ódio, rancor e sangue nos olhos. Com tanta coisa nobre envolvida,o resultado certamente seria algo muito bom. Então, após algum tempo, surge o MEGADETH.
 
Após algumas mudanças de formações (uma característica que acompanha a banda até hoje), a banda se estabiliza com Dave na guitarra e vocal, seu fiel escudeiro David Ellefson no baixo, Chris Poland na guitarra, e Gar Samuelson na bateria. E é aí que começa uma das historias mais produtivas e controversas da historia do Thrash Metal.
"Killing Is My Business...And Business Is Good!" (1985)
Conforme dito acima, o MEGADETH era guiado, entre outros fatores, pelo ódio cego de seu mentor. Isso fica evidente nas músicas do primeiro álbum.
A estreia do Megadeth apresenta composições rápidas, pesadas, e um tanto quanto técnicas. A voz peculiar de Mustaine dava um ar especial para a sonoridade da banda.
 
Alguns dos destaques do disco ficam por conta de "Mechanix", "Rattlehead", "Last Rites/Loved To Deth", "Chosen Ones" e "Looking Down The Cross".
"Peace Sells... but Who's Buying?" (1986)
Pouco mais de um ano depois do primeiro álbum, o Megadeth lança "Peace Sells... but Who's Buying?", um de seus melhores discos, e um clássico absoluto do Heavy Metal.
As músicas ficaram mais técnicas, porém, a rapidez e o peso continuavam presentes. Em pouco tempo, o Megadeth se tornou uma banda mais séria e profissional (apesar das atitudes um tanto quanto controversas de seu líder). As letras das músicas ainda tratam de temas mais comuns, como o ocultismo ("The Conjuring" é um bom exemplo), mas, por outro lado, também tratam de temas sérios, como a guerra fria ("Peace Sells").
 
"Peace Sells..." apresenta uma ótima produção, e todas as suas faixas merecem destaque. Os maiores sucessos do disco são a faixa de abertura, "Wake Up Dead", e "Peace Sells".
O Megadeth começava a aparecer para o mundo.
"So Far, So Good... So What!" (1988)
Em janeiro de 1988, o Megadeth lança seu terceiro álbum, que apresenta uma nova formação: Jeff Young entrou como guitarrista, e Chuck Beller assumiu as baquetas.
 
O disco mantém a fúria dos álbuns anteriores, e traz a primeira balada pesada da carreira da banda,"In My Darkest Hour", que se tornou um dos maiores sucessos da carreira de Dave Mustaine, e se mantém firme e forte no repertório da banda. A melodia da música foi escrita por Dave logo que recebeu a notícia da morte de Cliff Burton.
A evolução da banda é notável em canções como "Set The World Afire", "Mary Jane" (que ao contrário do que muita gente pensa, não fala sobre maconha), a rápida "502" e "Hook In Mouth", uma dura crítica ao PRMC (um instituto que visava aumentar o controle dos pais sobre o que seus filhos ouviam).
Apesar de ser um pouco mais fraco que seu antecessor, é um ótimo lançamento.
 
FORMAÇÃO CLÁSSICA
"Rust In Peace" (1990): Novamente, a banda muda de formação, e dessa vez, Mustaine acertou a mão: para as guitarras, foi recrutado Marty Friedman, e para a bateria, Nick Menza.
O quarto álbum do Megadeth é uma obra prima, e sempre pipoca em listas de melhores discos da história do Metal. O nível da banda evoluiu de forma assustadora, tanto na parte instrumental quanto na lírica.
 
Os temas das letras são bem variados, indo desde OVNIs("Hangar 18"), passando pela Guerra Fria ("Rust In Peace...Polaris), e chegando até os conflitos religiosos da Irlanda do Norte ("Holy Wars... The Punishment Due"). Aliás, "Holy Wars..." é o maior sucesso da banda até hoje.
As músicas ficaram mais rápidas e mais complexas, como pode ser conferido na insana "Five Magics" e em "Take No Prisoners".
Dali em diante, o Megadeth começou a figurar entre os gigantes do Metal.
 
"Countdown To Extinction" (1992): A repercussão de "Rust In Peace" havia sido a melhor possível, o que praticamente obrigava o Megadeth a lançar um bom trabalho na sequência. E o quinto disco, "Countdown To Extinction", não decepcionou.
Algumas músicas do álbum são um pouco mais lentas e reflexivas, e os temas abordados são os mais variados possíveis. A faixa de abertura, "Skin O´My Teeth", que fica entre o Heavy Metal e o Hard Rock, fala sobre suicídio. Outras músicas, como a manjada, porém ótima "Symphony Of Destruction" e "Architecture of Aggression" falam sobre o combo guerra/política. A belíssima faixa título mostra toda a preocupação da banda com o meio ambiente, e "Sweating Bullets" fala sobre os dramas pessoais de Mustaine.
 
Um álbum sólido, que começa a mostrar outra faceta da banda. O Megadeth mostra que sabia pisar no acelerador, mas que também mandava bem ao pisar no freio.
"Youthanasia" (1994): Por incrível que pareça, a formação da banda se manteve a mesma por três álbuns seguidos (fato inédito, e que nunca mais voltaria a acontecer). A estabilidade resultou em um ótimo disco, que consegue conciliar o peso dos primeiros álbuns com um senso de melodia jamais visto nos trabalhos anteriores.
 
Tudo em "Youthanasia' é absolutamente perfeito, e o disco é a perfeita representação da maturidade musical que o Megadeth atingiu. Logo de início, a fantástica "Reckoning Day" já dava alguns indícios de que os caras estavam mais afiados do que nunca. A caótica "Train of Consequences", a melancólica e bela "Addicted To Chaos" e a maior balada da banda até hoje, a formidável "A Tout Le Monde", já seriam mais que suficiente para considerar o disco um clássico. Mas ainda há espaço para muita coisa boa, como "The Killing Road", "Elysian Fields", "Family Tree", a faixa título, entre outras.
Depois de chegar ao topo, o Megadeth conseguiu o mais difícil: se manter.
 
Infelizmente, dali em diante, a caminhada da banda já não seria mais tão bela, e passaria por alguns momentos ruins. Mas isso é assunto para a segunda parte!
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