Monstractor: perfil e entrevista com a banda
Por Sigried Neutzling Buchweitz
Fonte: Rio de Metal
Postado em 10 de março de 2013
Monstractor é uma banda nova, formada no início de 2012. Da cidade de Resende, na região do Médio Paraíba. Nessa região onde se encontram as Agulhas Negras, há milhões de anos atrás, a atividade vulcânica era intensa, ou seja, tinha lava pra todo lado. Pra completar, Resende fica perto de Volta Redonda, cidade do aço. Afinal, esse é ou não um lugar bom pra sair banda de metal?
Os integrantes da Monstractor são os seguintes: Christian Klein (Vocal e baixo – Ex- Expantor, Ex-Beerseeker), Diego Monsterman (Guitarra e solos), Mark Tractor (Guitarra) e Demetrios Maia (Bateria – Ex-Beerseeker).
Escutei o som dos caras e posso dizer que ninguém escolhe o nome de Monstractor à toa. Fazendo jus às demolidoras atividades tectônicas da região de origem, eles são verdadeiras máquinas de moer, passado por cima de tudo que encontram.
Um som bem executado, o que é muito importante. Parece feito pra formar diversas rodas diante do palco e fazer a casa tremer. A programação visual da capa do álbum se encaixa como uma luva na proposta sonora da banda. Se os leitores gostam das ilustrações tanto quanto eu, podem confiar também na música.
As composições são voltadas pros estilos Thrash e Stoner Metal. Confesso que não consegui me ater muito às letras, mas os temas vão desde o caso ufológico do ET de varginha até o whisky, a vingança, as motos e os monstros. Pelo que andei lendo, as gravações foram feitas de forma independente pela própria banda, à base de muita cerveja, Whisky e sem frescuras. Quero saber como é isso, nada melhor que perguntar aos próprios integrantes. Abaixo estão as respostas do Klein às perguntas que fiz.
E então, como foram essas gravações? O que foi feito em casa, ou no estúdio... Onde a cerveja e o whiskey ajudam ou atrapalham? Rs!
A bebedeira é inerente à banda, se a gente se reúne a gente bebe, não importa a ocasião, e no caso das gravações, acaba que a gente se empolga e bebe um pouco mais... ehehehhe. Na verdade isso deixa a coisa toda mais despojada, sem tanta cobrança e o som flui de uma forma mais direta que o normal. Não tem muito o que explicar. O lance é ter um conhecimento de programas de gravação, ter um equipo decente de captação , saber tocar e ter composições e fígado pra isso.
Mais importante que o SONAR, SOUNDFORGE e etc... são as latas de cerveja e o velho Jack Daniel's. Eu sou cursado em produção musical e o Diego (Monsterman) manja muito... É um ótimo produtor bêbado ahauhauha.... Ele é técnico de informática e também trabalha com produção musical, as músicas do Monstractor foram gravadas e produzidas por ele. Na boa, ele faz tudo sozinho, a gente só toca... e depois nas mixagens vamos acertando como a banda prefere deixar as coisas. Tudo foi gravado na maioria das vezes de madrugada no meu estúdio de tattoo, sem frescura mesmo. AUTÊNTICO e até com algumas visitas à "DONA GLICOSE" ao hospital. Nosso roadie e vocal do SIDEROSIS que o diga. Glorioso Seagal Metal!
Considero o nome da banda uma escolha muito feliz: curto, impactante, e resume bem a proposta sonora de vocês. Como foi que ele surgiu?
Inicialmente seria TRACTOR, porque meu carro fazia barulho de trator por causa de um furo no escapamento, e aquilo virou piada...depois veio a ideia de fazermos uma banda que tivesse a intenção de atropelar os obstáculos e deixar uma impressão esmagadora no som, atropelar tudo que viesse pela frente, então juntamos a idéia do carro e do trator passando por cima de tudo, o que na verdade veio a calhar, pois a ideia inicial nossa era tocar um som voltado pro stoner metal texano, um lance meio que caipira mas ao mesmo tempo pesado. Trator combina com isso!!. Mas aí eu tive a idéia de mesclar o trator com algo de mais impacto.. e no caso, a alma dessa banda é o Monsterman e sua guitarra maldita, então fiz a junção dos nomes. MONSTRACTOR.
Me contem um pouco sobre a arte da capa, do logo...
Bom, essa é uma parte legal, pois desde que surgiu o nome MONSTRACTOR, uma espécie de mascote também surgiu na minha mente, eu sou desenhista e tatauador, mas eu não queria uma visão única da coisa, eu tava procurando alguém que fosse capaz de colocar a minha idéia no papel... alguém com talento e que conseguisse captar a intenção da idéia sem minha interferência visual ou artística.
Foi aí que rolou uma doidêra do destino, há poucos meses antes, eu havia descoberto a banda SAKRAH de SP, e fiquei fã dos caras... viciei na música "fight bar" e troquei ideia com o Maurício Bertoni (baixista), acabamos ficando amigos pois ele também é tatuador e curte os mesmos sons, e mais adiante conheci o Leandro Novo (vocal do SAKRAH). Porra, o cara além de um puta vocal, é artista gráfico foda, vi uns trampos dele no FACEBOOK e fiquei maluco... era o estilo que eu procurava. Quando eu vi os trampos dele, imediatamente perguntei se ele topava fazer essa capa, passei pra ele a ideia do que eu tinha pensado, um TRATOR MONSTRO, tratamos dos valores e o resto foi com ele, pois felizmente esse cara além de grande artista, é um cara fora de série, gente boníssima é de um talento bizarro, além de dispôr de uma atenção e paciência raras.
Pois bem... ele conseguiu captar a idéia exata do que eu queria e fez um trampo incrível, além de ter criado uns papéis de parede pra banda, os banners pro facebook, e ter dado um tapa na "logo" que eu havia desenhado e criado. (Recomendo fortemente o trabalho do Leandro pras bandas que quiserem contratar o trampo dele, no final deixo o contato.).
Por fim... o legal é que a partir daí também estamos trampando pra que as duas bandas se encontrem em breve num evento aqui na região e outros por aí afora. Um Salve aos caras do SAKRAH! Banda do caralho!
Como vocês me mandaram também a entrevista que concederam à Overmetal em 21 de fevereiro de 2013 e disseram que eu podia aproveitar algo de lá, resolvi destacar uma das perguntas (muito legal, por sinal) por dois motivos: tem um trecho que acho importante, se considerarmos a segurança das pessoas envolvidas em shows (já basta aquela tragédia que aconteceu em Santa Maria por causa de fogos; nesse outro post aqui falei sobre isso e sobre rede elétrica, confira), e o restante da resposta é especialmente interessante pra quem tem banda ou quer formar uma... Aí vai: Você fez parte das extintas Expantor e Beerseeker - toda experiência proporciona lições - enfim no mínimo já sabe qual o caminho não trilhar mais - quais as lições aprendidas?
Recentemente aprendi uma boa, aterramento do equipo no palco. Tomei um choque que poderia ter me matado há pouco menos de um mês, e estou me tratando pra me recuperar. Ou seja... uma boa lição é verificar isso e proteger a integridade física da banda em shows underground.
As bandas anteriores me ensinaram várias coisas, mas vou citar as 5 principais: 1- Banda só dá certo se todos pensam igual e tem o mesmo objetivo, talento e carisma. 2- Banda é trabalho, não é hobby. É preciso ter humildade, mas também não deixar desmerecerem seu trabalho. 3- Não adianta querer mostrar algo que você não é, a coisa toda tem de ser autêntica. 4- Não confiar em todas as pessoas que se aproximam com a proposta de ajudar, existem muitos lobos em pele de cordeiro, produtores falsos, gente aproveitadora que se faz e explora o trabalho alheio. 5- Não adianta montar banda com desconhecidos... todos devem ser amigos, pois se tornam uma segunda família (ou até 1ª).
Influências:
Black label Society, Slayer, Sepultura, Pantera, Down, Alabama Thunderpussy, Spiritual Beggars, Chromme division, Claustrofobia, Exodus, Metallica, Megadeth
Pra conhecer mais da banda:
http://tramavirtual.uol.com.br/monstractor
http://www.youtube.com/user/Monstractor
Pra conhecer o trabalho do Leandro Novo, que fez a arte pra banda:
http://www.facebook.com/leandro.novo.52?fref=ts
Pra conferir a entrevista à Overmetal:
http://overmetalezine.blogspot.com.br/2013/02/monstractor-ao-monstro-ao-trator-e-ao.html
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