Bad Religion
Postado em 06 de abril de 2006
O Bad Religion trata-se de uma das poucas bandas underground socialmente engajadas, que evita o tema da anarquia política tão comum às bandas punk e coloca em suas letras fortes críticas sociais, nunca superficiais. Foi também uma das poucas bandas punk americanas da década de 80 capazes de sobreviver durante mais de 10 anos sem perder o respeito dos fãs e identidade musical mesmo após terem assinado com uma grande gravadora e assimilado influências de outros estilos.
A primeira versão da banda foi montada em 1981 em Los Angeles por Greg Graffin (vocalista), Bret Gurewits (guitarrista), Jay Bentley (baixista) e Jay Lishrout (baterista). Sem apoio nem mesmo de uma gravadora independente montaram seu próprio selo para terem a oportunidade de gravar e divulgar seus discos sem pressões exteriores. O primeiro álbum, "How Could Hell Be Any Worse" foi lançado em 1982. Logo depois a formação da banda mudou, assumindo a bateria Pete Finestone, o baixo Paul Dedona e a bateria Davy Goldman. O segundo álbum, "Into The Unknow", mostrou a banda com um som mais elaborado, a principio mal recebido pelos fãs mais radicais (e hoje, mal-visto até pela própria banda).
O guitarrista Bret Gurewits teve de abandonar a banda para iniciar tratamento contra dependência de drogas, sendo substituído por Greg Hetson. O próximo álbum, "Into The Know", significaria uma volta às raízes punk agressivas da banda. Apesar da excelente repercussão, devido aos problemas internos a banda encerrou suas atividades.
Em 1987 o guitarrista original já havia se recuperado de sua dependência de drogas e a banda resolveu voltar à atividade tomando novamente de assalto as paradas underground. Os álbuns que se seguiram, "Suffer", "No Control" e "Against the Grain" foram todos muito bem recebidos, trazendo boas músicas e letras inteligentes, uma autêntica volta às raizes. "Generator" (1992) é um disco um pouco mais sombrio, mais lento e com uma produção um tanto "polida", mas, é tão bom quantos os discos anteriores.
A ótima vendagem de "Recipe For Hate" (1993) levou a banda a conseguir um contrato com a gravadora Atlantic. Por sua vez a gravadora independente mantida por Gurewitz (Epitaph Records) ironicamente mostrou ao mundo a banda Offspring que se tornou o maior sucesso de vendas do selo e levou o guitarrista a abandonar a banda para se dedicar a sua carreira empresarial. Porém, o motivo real, como dizem as más línguas, foram os constantes brigas de Gurewitz com o resto da banda. Brian Baker, talvez um dos mais famosos guitarristas de punk (Minor Threat, Dag Nasty, Junkyard, Meatmen, Government Issue e Samhain), o substituiu.
"Stranger Than Fiction" continuou o legado do Bad Religion, mudando um tanto o estilo de "Recipe For Hate" para algo mais cru, mais punk, mas ainda mantendo um bom rítmo de vendas e de shows lotados. Em 1995 lançaram uma coletânea com suas melhores músicas, desde os primórdios da banda, "All Ages", trazendo ainda algumas músicas ao vivo e regravações.
Com Gurewitz fora da banda, Greg tomou conta da maioria das composições de "Grey Race" (chegando a gravar as demos do próximo disco sozinho). Saiu "Tested", o tão esperado disco ao vivo, que mostrava a excelente performance da banda nos palcos. "No Substance" trouxe maior participação dos outros membros no processo de composição, porém, soava como suas piores músicas dos anos 80, não atingindo a qualidade esperada.
"The New America", lançado em 2000, marcou a volta de Greg como único compositor das músicas, o que deixou a banda novamente soando como deveria. Greg é a alma e o cérebro do Bad Religion, e deste modo, os fans com certeza, ficaram mais felizes. Com o fim do contrato com a Atlantic, de volta à Epitaph e novamente contando com Gurewitz como membro fixo em sua formação, o Bad Religion lançou "The Process Of Belief" em 2002.
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