Matérias Mais Lidas


Wishbone Ash: clássico e obrigatório, nesse caso, é pouco

Resenha - Wishbone Ash - Argus (1972)

Por Ricardo Seelig
Fonte: Collector's Room
Postado em 06 de março de 2010

A origem das guitarras gêmeas é até hoje discutida entre pesquisadores, críticos e colecionadores. A teoria mais aceita é que o termo surgiu do trabalho de grupos como a Allman Brothers Band, que em seus três primeiros discos, ainda com Duane Allman na formação - "The Allman Brothers Band" (1969), "Idlewild South" (1970) e o antológico ao vivo "At Fillmore East" (1971) - já apresentava um elaborado e complexo entrelaçamento entre as guitarras de Duane e Dickey Betts, o que, somado às influências de blues e jazz do grupo, resultou em um som único, regado a longas jams instrumentais, principalmente nos shows.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE - CLI
Anunciar bandas e shows de Rock e Heavy Metal

Os pioneiros do southern rock, como a banda dos irmãos Allman e o Lynyrd Skynyrd, tiveram papel fundamental na concepção e no desenvolvimento das guitarras gêmeas. Além deles, outras duas bandas foram essenciais nesse quesito: o Thin Lizzy e o Wishbone Ash. Enquanto a banda do vocalista e baixista Phil Lynott começou a desenvolver as twin guitars a partir da substituição de Eric Bell - até então único guitarrista do grupo - pela dupla formada por Scott Gorham e Brian Robertson, que estreou no quarto disco do grupo, "Night Life", de 1974, o Wishbone Ash já trazia essa característica desde sua formação, em agosto de 1969. Mas, ainda que os dois primeiros álbuns do grupo - "Wishbone Ash" de 1970 e "Pilgrimage" de 1971 - demonstrassem essa faceta, foi em "Argus", terceiro LP do conjunto, que ela se revelou por inteira, em toda sua beleza e complexidade.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE - GOO
Anunciar no Whiplash.Net Anunciar bandas e shows de Rock e Heavy Metal

Lançado em 28 de abril de 1972, "Argus" é o mais conhecido disco do Wishbone Ash, além de ser considerado o melhor trabalho da banda pela imensa maioria dos fãs e críticos. Contando com seu line-up clássico - Martin Turner (vocal e baixo), Andy Powell (guitarra e vocal), Ted Turner (guitarra e vocal) e Steve Upton (bateria) -, o Wishbone Ash concebeu um dos mais belos registros dos anos setenta. O álbum foi gravado no De Lane Sea Studios, em Londres, em janeiro de 1972, e teve produção de Derek Lawrence, que havia produzido os três primeiros LPs do Deep Purple, e o engenheiro de som do disco foi Martin Birch, que mais tarde se tornaria famoso por trabalhos ao lado do Iron Maiden.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE - CLI
Anunciar bandas e shows de Rock e Heavy Metal

As sete faixas de "Argus" trazem uma alquimia entre o rock progressivo, o folk e o hard rock, resultando em um som ímpar. Mas a principal característica do play, indiscutivelmente, é o brilhante trabalho de Powell e Turner na construção de belíssimas melodias com suas guitarras, que se entrelaçam em arranjos complexos que progridem em harmonias arrepiantes, levando o ouvinte para outras dimensões. Na minha opinião, sem dúvida "Argus" é o ponto zero das guitarras gêmeas. Por mais que algumas bandas já tivessem experimentado essa característica em seus sons, foi neste disco que o conceito foi definido, de maneira sólida e definitiva.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE - GOO
Anunciar no Whiplash.Net Anunciar bandas e shows de Rock e Heavy Metal

O LP abre com "Time Was" e sua bela introdução acústica, que serve de base para os vocais de Martin e Ted Turner. Após esse trecho, a faixa evolui para uma empolgante levada, com cativantes linhas vocais e longos trechos instrumentais repletos de inspiração, antecipando o que estava por vir. A balada "Something World" é cantada por Martin Turner com uma forte carga de emoção, o que torna a faixa ainda mais arrepiante. Destaque para os delicados arranjos e solos de guitarra, mostrando que não é preciso tocar à velocidade da luz para ser considerado um grande instrumentista. A mudança de andamento no meio da faixa leva a um trecho muito mais animado, novamente com longas passagens instrumentais entrecortadas por ricas harmonias vocais. Sensacional!

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE - WHIP
Divulgue sua banda de Rock ou Heavy Metal

"Blowin´ Free", uma das músicas mais conhecidas do Wishbone Ash, vem a seguir, e é impossível, mesmo passados quase quarenta anos do lançamento do disco original, não se arrepiar com o riff inicial da canção. Os vocais são divididos entre Martin Turner, Ted Turner e Andy Powell, em um resultado final sublime. Essa faixa é simplesmente um hino, perfeita para pegar a estrada sem rumo e sem destino.

Uma das minhas prediletas, "The King Will Come", dá sequência ao play. As guitarras dessa faixa são um show à parte, alternando-se entre riffs inspirados e solos furiosos, isso sem falar nos vocais, agora divididos entre Martin e Andy, quase espirituais em certos momentos. Resumindo: uma composição brilhante!

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE - CLI
Anunciar bandas e shows de Rock e Heavy Metal

"Leaf and Stream" dá uma acalmada nas coisas, e aqui percebe-se claramente as influências celtas no som do Wishbone Ash, principalmente pelas linhas vocais de Martin Turner. Os solos esbanjam classe e delicadeza, mostrando todo o talento de Andy Powell e Ted Turner. Uma ótima canção acústica.

O disco fecha em grande estilo, com duas de suas melhores faixas. "Warrior" é um hard classudo com grandes melodias, alternância de andamentos e um refrão marcante. Já "Throw Down the Sword" surge nos alto-falantes evoluindo sobre uma bela harmonia de guitarras, culminando com um solo duplo sensacional em seu final, onde as duas guitarras se cruzam e se complementam.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE - GOO
Anunciar no Whiplash.Net Anunciar bandas e shows de Rock e Heavy Metal

Uma coisa que chama a atenção ainda hoje é o timbre alcançado por Andy Powell e Ted Turner no disco. Suas guitarras soam puras e limpas, sonoridade essa que realça ainda mais todos os detalhes dos riffs e arranjos presentes no álbum. Na minha opinião, "Argus" tem um dos mais belos timbres de guitarra já gravados, fácil, fácil.

O impacto de "Argus" foi imediato. O disco foi muito bem aceito pelos fãs e pela crítica. A revista inglesa Sounds Magazine elegeu "Argus" como álbum do ano. O sucesso foi tamanho que um público muito maior que o habitual começou a ir aos shows do Wishbone Ash, transformando a turnê de divulgação do LP em uma das mais concorridas do biênio 1972-1973.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE - WHIP
publicidadeAdriano Lourenço Barbosa | Airton Lopes | Alexandre Faria Abelleira | Alexandre Sampaio | Alex Juarez Muller | André Frederico | Ary César Coelho Luz Silva | Assuires Vieira da Silva Junior | Bergrock Ferreira | Bruno Franca Passamani | Caio Livio de Lacerda Augusto | Carlos Alexandre da Silva Neto | Carlos Gomes Cabral | Cesar Tadeu Lopes | Cláudia Falci | Danilo Melo | Dymm Productions and Management | Efrem Maranhao Filho | Eudes Limeira | Fabiano Forte Martins Cordeiro | Fabio Henrique Lopes Collet e Silva | Filipe Matzembacker | Flávio dos Santos Cardoso | Frederico Holanda | Gabriel Fenili | George Morcerf | Henrique Haag Ribacki | Jesse Alves da Silva | João Alexandre Dantas | João Orlando Arantes Santana | Jorge Alexandre Nogueira Santos | José Patrick de Souza | Juvenal G. Junior | Leonardo Felipe Amorim | Luan Lima | Marcello da Silva Azevedo | Marcelo Franklin da Silva | Marcio Augusto Von Kriiger Santos | Marcus Vieira | Maurício Gioachini | Mauricio Nuno Santos | Odair de Abreu Lima | Pedro Fortunato | Rafael Wambier Dos Santos | Regina Laura Pinheiro | Ricardo Cunha | Richard Malheiros | Sergio Luis Anaga | Silvia Gomes de Lima | Thiago Cardim | Tiago Andrade | Victor Adriel | Victor Jose Camara | Vinicius Valter de Lemos | Walter Armellei Junior | Williams Ricardo Almeida de Oliveira | Yria Freitas Tandel |

Em 1991 "Argus" teve sua primeira edição em CD, e como atrativo extra para os fãs trouxe a faixa "No Easy Road", originalmente lançada como b-side do single de "Blowin´ Free", como bônus. Em 2002 o disco ganhou uma reedição remasterizada, que trouxe como bônus as três faixas lançadas originalmente no EP promocional "Live from Memphis", de 1972 - "Jail Bait", "The Pilgrim" e "Phoenix" -, gravadas ao vivo pela banda nos estúdios da WMC FM.

Finalmente, em 2007 foi lançada uma Deluxe Edition do álbum, com nada mais nada menos que onze faixas bônus. Além das já conhecidas "No Easy Road" e das versões de "The Pilgrim" e "Phoenix" do "Live from Memphis", o disco trouxe seis faixas gravadas ao vivo em um evento chamado BBC in Concert - "Time Was", "Blowin´ Free", "Warrior", "Throw Down the Sword", "The King Will Come" e "Phoenix" -, e duas registradas durante as famosas BBC sessions - "Blowin´ Free" e "Throw Down the Sword".

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE - CLI
Anunciar bandas e shows de Rock e Heavy Metal

A tour de Argus gerou o estupendo duplo ao vivo "Live Dates", lançado em 1973, que traz quatro faixas do álbum - "The King Will Come", "Warrior", "Throw Down the Sword" e "Blowin´ Free" -, além de versões antológicas de "The Pilgrim" e "Phoenix", essa última com mais de dezessete minutos de duração. Se você curte discos ao vivo, anote a dica: "Live Dates" é um dos melhores registros ao vivo dos anos setenta, obrigatório em uma coleção de hard rock.

Além de ser o marco zero das guitarras gêmeas, que influenciariam inúmeros grupos no futuro, notoriamente os gigantes do metal britânico Judas Priest e Iron Maiden, "Argus" é o ápice da longa discografia do Wishbone Ash. Um dos mais belos discos dos anos setenta, mantém viva a sua capacidade de emocionar o ouvinte a cada nova audição. Só isso já diz muito sobre a qualidade da música que corre em seus sulcos.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE - GOO
Anunciar no Whiplash.Net Anunciar bandas e shows de Rock e Heavy Metal

Clássico e obrigatório, nesse caso, ainda é pouco.

Faixas:
A1 Time Was 9:42
A2 Sometime World 6:55
A3 Blowin' Free 5:18

B1 The King Will Come 7:06
B2 Leaf and Stream 3:55
B3 Warrior 5:53
B4 Throw Down the Sword 5:55

Compartilhar no FacebookCompartilhar no WhatsAppCompartilhar no Twitter

Siga e receba novidades do Whiplash.Net:

Novidades por WhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps




publicidadeAdriano Lourenço Barbosa | Airton Lopes | Alexandre Faria Abelleira | Alexandre Sampaio | Alex Juarez Muller | André Frederico | Ary César Coelho Luz Silva | Assuires Vieira da Silva Junior | Bergrock Ferreira | Bruno Franca Passamani | Caio Livio de Lacerda Augusto | Carlos Alexandre da Silva Neto | Carlos Gomes Cabral | Cesar Tadeu Lopes | Cláudia Falci | Danilo Melo | Dymm Productions and Management | Efrem Maranhao Filho | Eudes Limeira | Fabiano Forte Martins Cordeiro | Fabio Henrique Lopes Collet e Silva | Filipe Matzembacker | Flávio dos Santos Cardoso | Frederico Holanda | Gabriel Fenili | George Morcerf | Henrique Haag Ribacki | Jesse Alves da Silva | João Alexandre Dantas | João Orlando Arantes Santana | Jorge Alexandre Nogueira Santos | José Patrick de Souza | Juvenal G. Junior | Leonardo Felipe Amorim | Luan Lima | Marcello da Silva Azevedo | Marcelo Franklin da Silva | Marcio Augusto Von Kriiger Santos | Marcus Vieira | Maurício Gioachini | Mauricio Nuno Santos | Odair de Abreu Lima | Pedro Fortunato | Rafael Wambier Dos Santos | Regina Laura Pinheiro | Ricardo Cunha | Richard Malheiros | Sergio Luis Anaga | Silvia Gomes de Lima | Thiago Cardim | Tiago Andrade | Victor Adriel | Victor Jose Camara | Vinicius Valter de Lemos | Walter Armellei Junior | Williams Ricardo Almeida de Oliveira | Yria Freitas Tandel |
Siga Whiplash.Net pelo WhatsApp
Anunciar bandas e shows de Rock e Heavy Metal

Sobre Ricardo Seelig

Ricardo Seelig é editor da Collectors Room - www.collectorsroom.com.br - e colabora com o Whiplash.Net desde 2004.
Mais matérias de Ricardo Seelig.

 
 
 
 

RECEBA NOVIDADES SOBRE
ROCK E HEAVY METAL
NO WHATSAPP
ANUNCIAR NESTE SITE COM
MAIS DE 4 MILHÕES DE
VIEWS POR MÊS