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Nick Drake

Postado em 06 de abril de 2006

Por Dérik Granziera

Quem toma antidepressivos para morrer? Com tantos barbitúricos e opções mais eficazes por ai... Assim o legendário jornalista Inglês Nick Kent questionou o suicídio de Nick Drake,em 1974. Muitas são as teorias sobre a morte desse grande compositor Inglês que sucumbiu a distúrbios psiquíatricos aos 26 anos de idade.

Nicholas Rodney Drake nasceu a 19 de junho de 1948, em Ragoon, Birmânia, onde seu pai Rodney trabalhava desde o nascimento de sua filha mais velha, Gabrielle, que, por sua vez, nasceu na Índia. E foi também na Índia que os pais de Nick se conheceram. A família Drake voltou à Inglaterra em 1952 fixando-se em Tanworth-In-Arden, ao sul de Birmigham. O principal motivo era o problema de coração de Rodney, agravado no clima tropical da residência anterior. A família permaneceu em Tanworth-In-Arden por mais de 40 anos vivendo numa bela e grande casa de tijolos que na parte de trás continha um jardim que se estendia até uma colina.

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Desde pequeno Nick teve muito contato com a música, principalmente por causa de sua mãe que era cantora e o incentivou a aprender piano. Em 1961 entrou para Marlborough, uma das mais respeitadas escolas de música da Inglaterra. Ali se destacou no coral e aprendeu a tocar instrumentos como clarinete e sax alto. Mas o que realmente lhe encantou foi o violão.

Fã de artistas como Bob Dylan e Van Morrison, em pouco tempo já tocava infinitamente melhor do que o rapaz que lhe ensinou. Com seu porte físico avantajado (1,90 metros de altura) foi escolhido capitão da equipe de rugby e era descrito pelos seus colegas como ‘tímido e feliz’. Mas Nick ainda era bastante introspectivo. Ele se relacionava pouco com outras pessoas, até mesmo com mulheres, o que até hoje gera polêmica sobre sua sexualidade (apesar da lenda de que pouco antes de morrer ele tenha tido um caso com a cantora francesa Françoise Hardy). Nick ficou em Marlborough até 66 quando começou a falar com amigos por países como França e Marrocos. Neste último, teve uma pequena viagem de LSD.

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Em 1967 retornou a Inglaterra passando um tempo na casa da irmã Gabrielle até se mudar para Cambridge onde foi estudar literatura. Nesse período começou a dedicar quase todo o tempo à música, poesia francesa e ao haxixe, o que pode ter lhe causado esquizofrenia. Já tinha um bom número de canções que tocava para os amigos sempre impressionados com a boa qualidade do repertório. Um dia resolveu procurar o estudante de música Robert Kirby. Influenciados pelo trabalho de George Martin e os Beatles em canções como "Yesterday" e "Eleanor Rigby", passaram a fazer arranjos de voz e cordas para as músicas. No final de 68 Nick se apresentou num festival folk anti-guerra e acabou impressionando Ashley Hutchings, baixista do grupo inglês Fairport Convention, que o recomendou para o consagrado produtor folk Joe Boyd. "Você deve ligar para Nick Drake", disse Ashley a Boyd. O produtor ligou e se encontrou com o músico. Logo percebeu que suas canções eram especiais e convidou o cantor para gravar um disco. Não recebeu uma resposta segura, mas era uma resposta: "Ah, bem, ok". Foi assinado então um contrato com a Island Records, através de um pequeno selo, Hannibal. E Nick largou os estudos em Cambridge.

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As gravações iniciais de "Five Leaves Left", seu primeiro disco, não foram tão satisfatórias. Ele não estava gostando dos arranjos e resolveu chamar Robert Kirby, seu amigo de Cambridge, para trabalhar nas canções. A primeira foi "Way To Blue" que acabou assustando Boyd e John Wood, engenheiro de som, por não ter violão. Seria apenas a voz de Nick e um duplo quarteto de cordas. Boyd relatou: "E eu acho que eles estiveram ensaiando isso, mas John estava ligando e posicionando os microfones e eu pensei: Bem, não vou me preocupar até tudo acontecer. E então John ouviria uma - sabe, as violas, os cellos - e ouvir esse tipo de linhas intrigantes, e eu estava ficando cada vez mais impaciente; e eu lembro de John ter sido ríspido comigo porque eu disse: Vamos lá, eu quero ouvir a coisa toda. Ele disse 'Seja paciente'. E então finalmente todos os microfones começaram a funcionar e nós ouvimos Nick cantando. Olhamos um para o outro e dizendo: Isso é demais. Isso é maravilhoso. Nós estávamos absolutamente atônitos".

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Os trabalhos duraram alguns meses e havia uma canção que merecia um som especial, "River Man". Nick queria que essa música tivesse eco de seus compositores clássicos favoritos. Kirby admitiu que não estava a altura dos anseios de Drake e Boyd contatou o arranjador Harry Robinson. "River Man" foi gravada ao vivo: voz, violão e orquestra.

"Five Leaves Left" saiu em setembro de 1969 causando surpresa em Gabrielle Drake que não sabia que seu irmão já havia chegado a um estágio tão alto. O disco foi bastante elogiado pela crítica, mas não vendeu bem. Nick fez poucos shows. Não gostava deles. Era tímido e não conseguia ser simpático com a platéia. Além disso, suas canções eram complexas demais para serem tocadas em arranjos muito simples.

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Em busca de sucesso e reconhecimento como artista Nicholas deixou Cambridge e se mudou pra Londres, onde nunca teve endereço fixo. Morou em vários apartamentos, todos sem mobília, com caixas de leite espalhadas pelo chão e um violão encostado na parede. Nessa época compôs as canções de seu segundo disco, "Bryter Layter", que levou 9 meses para ficar pronto. Era ainda mais sofisticado que o anterior, com instrumentos como flauta, cravo e naipe de metais. Porém era um disco mais alegre. Contou com algumas participações especiais: o pianista Chris McGregor registrou um solo perfeito na jazzística "Poor Boy" e o ex-Velvet John Cale, que tinha se apaixonado pelo primeiro disco de Nick, fez questão de tocar no álbum. Cale tocou cravo e órgão hammond nas duas mais belas canções de "Bryter Layter": "Fly" e a sublime "Northern Sky".

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Se esperava muito sucesso de "Bryter Layter", o que acabou não acontecendo. Isso deprimiu Nick de forma devastadora. A gravadora, entretanto, estava satisfeita com as 15 mil cópias vendidas. Nick fez ainda menos shows que na turnê anterior (meia dúzia de shows apenas) e deu sua primeira entrevista,(em que o artista se confessava desconfortavel com o que havia registrado) que acabou sendo um fracasso.

O cantor foi ficando cada vez mais retraído. Doenças físicas, como uma pedra no rim, surgiram causando muita dor. Às vezes desaparecia sem dar notícias e seus pais tinham que ir a Londres procurá-lo. Nick se consultou algumas vezes com um psiquiatra que lhe receitou três anti-depressivos diferentes. Segundo o médico, era um caso de depressão interna sem fatores externos concretos. O dono da Island, Chris Blackwell, então lhe emprestou seu apartamento na costa espanhola, onde Drake passou algumas semanas. Voltou se sentindo melhor e querendo gravar um novo disco. Entrou no estúdio com John Wood e em duas noites gravou "Pink Moon", seu disco mais triste e simples, contendo arranjos compostos apenas por voz e violão, além de um piano ocasional.

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"Pink Moon" vendeu ainda menos que os antecessores e Drake acabou voltando a morar na casa de seus pais em Tanworth-In-Arden. Quando se sentia melhor viajava a Londres. Numa crise chegou a ficar um mês e meio internado numa clínica devido à depressão que o impedia de andar e falar. O cantor jogava a culpa de seu fracasso comercial em Joe Boyd: "Um dia em Londres, o meu telefone toca e era Nick, em um telefone público, e ele estava muito agitado querendo falar comigo. E eu disse: 'Ok, venha'. E ele veio. Ele parecia terrível: seu cabelo estava sujo, a barba por fazer e as unhas também sujas. E ele usava um casaco gasto. Estava meio inseguro, muito nervoso. Sentou e imediatamente começou a falar da sua carreira, sobre dinheiro e era basicamente acusador. Dizia: 'Você disse que eu sou bom, mas ninguém me conhece, ninguém compra os meus discos. Eu não entendo. O que está errado? De quem é a culpa?'. Ele estava zangado. Eu tentei explicar que não há garantias - que você pode fazer um grande disco e que às vezes ele não vende".

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Com o fracasso na carreira de músico começou a trabalhar como programador de computadores, emprego que seu pai lhe conseguiu. No começo de 1974 entrou em estúdio novamente, mas acabou abortando o que seria seu quarto disco por não estar feliz com os resultados. Nesse ano também morou na França por alguns meses com uns amigos em uma casa-barco. Na noite de 24 de novembro, o inevitável.

Nick foi dormir mais cedo que o normal. Costumava ter noites ruins e aparentemente levantou no meio da madrugada para tomar suas pílulas de Tryptzol. Na manhã seguinte, foi encontrado atravessado na cama por sua mãe com vários discos espalhados no chão. No prato do som, um dos concertos de Bach. Estava morto. Sua morte aconteceu por volta de 6 da manhã por overdose de Tryptzol. Até hoje se discute se foi acidental ou se realmente foi um suicidio. Talvez foi numa parada cardíaca causada pelo antidepressivo. A família afirma que ele estava mais feliz na época de sua morte e que não se mataria. Entretanto, o juiz que investigou o caso afirmou que foi suicídio. Nick Drake está enterrado em um cemitério de Tanworth-In-Arden. Porém sua musica jamais será esquecida por nenhum de nós!

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