Aos gritos de "O Portnoy Voltou!", Dream Theater faz próprio "Veni, Vidi, Vici" em Curitiba
Resenha - Dream Theater (Live Curitiba, Curitiba, 16/12/2024)
Por Gustavo Maiato
Postado em 19 de dezembro de 2024
O ano era 47 antes de Cristo e o general e cônsul romano Júlio César obteve uma acachapante vitória sobre o monarca Fárnacles na Batalha de Zela. A fim de comunicar sua glória ao senado, ele teria dito: "Veni, Vidi, Vici". A frase que em português significa "Vim, vi, venci" passou a ser utilizada como sinônimo de sucesso incontestável.
Adiantando alguns bons séculos para frente, espírito de triunfo semelhante pairou no ar da Live Curitiba, casa de show que viu, nesta segunda-feira, 16 de dezembro, o Dream Theater desembarcar com a turnê que comemora os 40 anos de sua fundação. Foram muitas as vitórias para serem comemoradas principalmente as relacionadas com a volta de um certo baterista.
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Após quase 3 horas de muita técnica (e feeling!) sendo demonstrados, ficou a sensação de que o grupo realmente venceu em vários sentidos. O grande êxito certamente foi manter a posse do título de "maior banda de metal progressivo do mundo" mesmo depois da saída de Mike Portnoy. Seu retorno aguardado foi comemorado por milhares de fãs que pagaram caro para ver o mestre: "O Portnoy voltou! O Portnoy voltou!".
Muitos admiradores trouxeram cartazes com mensagens carinhosas e o clima geral era de muita expectativa. Quando a cortina baixou, "Metropolis Pt. 1: The Miracle and the Sleeper" e "Overture 1928" hipnotizaram a grande massa. O time completado por James LaBrie, John Petrucci, Jordan Rudess e John Myung parece que recebeu fermento e cresceu com o retorno de Portnoy.
Vale o destaque para a empolgação de LaBrie, que em contraste com os estáticos Petrucci e Myung, parecia mais feliz do que nunca. Ele pulava, agitava o público e, acima de tudo, cantava como nunca, jogando no bueiro qualquer eventual crítica que pudessem lhe direcionar. Ele até mesmo explicou a letra triste de "Barstool Warrior", que comicamente precisou ser reiniciada após a banda constatar que começou a execução enquanto Petrucci ainda estava no backstage!
Músicas pesadas funcionaram demais, como a clássica "As I Am" e a novata "Night Terror". Baladas, por outro lado, nem sempre foram acertadas. Enquanto "Hollow Years" e "The Spirit Carries On" animaram, "Vacant" This is the Life" nem tanto. Outra menção honrosa é a criatividade dos teclados de Rudess, que ganharam uma espécie de invólucro de LED.
Ao contrário da fraquíssima turnê do "Astonishing", dessa vez o Dream Theater resolveu não abusar tanto do visual. O palco era formado basicamente pelas telonas atrás, sem muito espaço para adereços ao estilo Iron Maiden. Já a divisão em três atos com intervalo de uns 10 minutos entre eles não ajudou muito. O resfriamento que as pautas causavam podia ter sido evitado. Podiam ter colocado o bom e velho "solo de guitarra gigante" para os outros descansarem no lugar.
No terço final, "Pull Me Under" foi a grande estrela. Muitos dizem que trata-se do único hit real da banda, mas colocando em perspectiva e analisando pela ótica da realidade de um conjunto técnico de progressivo, dá para conceder esse título a outras canções. De qualquer forma, o quinteto já tinha vindo e conquistado em definitivo os corações e mentes dos fãs curitibanos. Vitória praticamente sem baixas. Sucesso incontestável.
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