Formato acústico é turbinado por doses de ousadia e Angra faz show histórico em Curitiba
Resenha - Angra (Ópera de Arame, Curitiba, 30/08/2024)
Por Gustavo Maiato
Postado em 06 de setembro de 2024
Não dá para reclamar que o Angra não tenta se reinventar. O show no formato acústico que o diga. Na última sexta-feira, no palco da suntuosa Ópera de Arame, em Curitiba, o grupo capitaneado pelo guitarrista Rafael Bittencourt pendurou as guitarras e recorreu aos violões. Ao desnudar as músicas do aparato tecnológico, sobram suas almas e uma nova forma de se relacionar com os hits.
O palco com castiçais decorativos foi cuidadosamente projetado para receber o Angra e seus muitos convidados. A palavra que ditou o ritmo foi ousadia. Afinal, além da própria coragem de fazer o acústico e não depender do peso da bateria e dos riffs de guitarra, o Angra apostou em nomes de peso para fazer coro.
Vanessa Moreno cantou junto a lindíssima "Here in the Now". Esse seria o básico. O overdelivery veio com a icônica "Wuthering Heighs", "Tears of Blood" e "No Pain For the Dead" – essa com a presença de outra visita muito esperada: Kiko Loureiro. Vale a menção que Moreno foi aplaudida de pé enquanto cantava o cover de Kate Bush.
Ao entrar aclamado, Kiko se posicionou ao lado de Marcelo Barbosa e mandou ver também em "Holy Land", "Late Redemption" e "Rebirth". Que trio! A grande verdade é que o Angra soube brincar com o arranjo das músicas e extrair uma espécie de beleza oculta até mesmo nas rápidas "Nova Era" e "Carry On".
Toni Garrido, do Cidade Negra, foi o único que deixou um gostinho de "quero mais" na boca dos fãs que lotaram a Ópera. Afinal, era esperado que ele fizesse a parte de Milton Nascimento em "Late Redemption", mas bem que poderia ter aprontado mais alguma. Por fim, destaque para Fabio Lione, que segurou as pontas com interpretação impecável – com direito a canto no estilo operístico em "Tears of Blood" com Moreno.
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