Resenha - Sepultura (Auditório Araújo Vianna, Porto Alegre, 21/03/2024)
Por Guilherme Dias
Postado em 26 de março de 2024
Após 40 anos de vida, é o momento de se despedir do Sepultura. A maior banda de heavy metal do Brasil voltou para Porto Alegre pela última vez. Foram inúmeras passagens pela capital gaúcha e em diversas casas de shows. O local para o último ato na cidade foi o histórico Auditório Araújo Vianna.
Fotos por: Liny Oliveira
Por volta das 21 horas e 30 minutos, sem nenhuma atração de abertura, o grupo foi anunciado ao som de "Polícia" dos Titãs. Com todos os ingressos vendidos, o local estava lotado para receber Derrick Green (vocal), Andreas Kisser (guitarra), Paulo Xisto (baixo) e recém chegado Greyson Nekrutman (bateria), que aceitou o desafio de encarar a turnê chamada de "Celebrating Life Though Death". O set teve um início matador com "Refuse/ Resist", "Territory" e "Slave New World". Após muitos gritos dos fãs, Derrick se comunicou pela primeira vez. Apresentou a turnê, disse que é muito bom tocar para os gaúchos, e que a noite teria muitas músicas.
De fato, foram diversas canções em aproximadamente uma hora e meia de show. O repertório passou por praticamente todos os lançamentos do Sepultura, desde "Troops of Doom" do disco "Morbid Visions", lançado em 1986, e "Escape to the Void" de "Schizophrenia", do ano de 1987, até "Means to an End", "Guardians of Earth" e "Agony of Defeat" de 2020, lançadas no disco "Quadra". Após "Kairós", Andreas foi ao microfone apresentar o jovem Greyson (ex-Suicidal Tendencies), anunciado no final de fevereiro, para iniciar a turnê logo no início de março, substituindo Eloy Casagrande que deixou a banda no início do mesmo mês. A notícia chocou os fãs e a própria banda, porém, Greyson foi magnífico e desempenhou com muita competência a sua função.
Após "Choke", Andreas foi mais uma vez ao microfone e relembrou passagens anteriores do Sepultura na cidade, mencionando os diversos shows no Bar Opinião e o do Jockey Club em 1999, realizando a abertura para o Metallica. "Are you ready?", questionou Derrick para o público e "Sepulnation" foi apresentada. Em tom de brincadeira, Andreas disse: "Essa é muito velha, mais velha do que o Paulo" e, após gargalhadas, apresentou "Troops of Doom". Os clássicos "Inner Self" e "Arise" fecharam o set e o final estava muito próximo. O bis veio com dois sucessos de "Roots", disco mais vendido da carreira do Sepultura, sendo elas "Ratamahatta" e "Roots Bloody Roots".
O caixão foi fechado com uma celebração incrível. Muito peso, força e determinação estiveram no palco durante toda a noite. Além da energia dos músicos, o palco estava incrível, com muitas luzes e vídeos nos telões. Os fãs cantaram, gritaram e bateram cabeça o tempo todo. Parece mentira que a maior banda de metal do Brasil e de sucesso no mundo inteiro esteja nos seus últimos dias, mas o legado está imortalizado e a noite do dia 21 de março de 2024 ficará na memória dos fãs presentes para sempre.
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