Vinny Appice e The Giant Void em Sorocaba: a história já feita e a que está sendo escrita

Na noite do dia 25 de Outubro de 2023, Sorocaba recebeu o lendário baterista Vinny Appice, grande nome que teve passagens marcantes pelo Black Sabbath e também pela bela carreira solo do Ronnie James Dio. O baterista veio acompanhado de um time de muito peso: um dos maiores guitarristas do Brasil, Edu Ardanuy, Fernando Giovanetti no baixo, e, nos vocais, o grande Nando Fernandes, atualmente com a banda Sinistra.

O evento ainda contou com o show da excelente banda Sorocabana The Giant Void, que comemorou o lançamento de seu novo CD o ABYSSAL. O Grupo é formado por Felipe Colenci, guitarrista e idealizador do projeto, e do vocalista Hugo Rafael. Acompanhando a banda estavam Guilherme Durão assumindo o baixo, Chico Rangel nos teclados, e o baterista Marcus Castellani (ex-Manowar).

Desde a abertura da casa, já chamava a atenção a presença do público: O Hangar 51 é uma casa noturna grande da região, e, desde a fila já se via que a noite seria de casa cheia. Muitos fãs presentes e animados para ver o Vinny Appice, inclusive trazendo discos do Sabbath e do Dio para participar do Meet and Greet com o músico.

Falando dos shows, a noite começou com o ótimo show da The Giant Void, e foi com The Key a terceira faixa do novo disco, e uma das minhas preferidas, e que foi muito bem executada pela banda, tônica do restante do show da banda, que seguiu com Dirty Sinner, a primeira do álbum - destaque pros Vocais do Hugo, ainda mais agressivo do que no CD.

O público assistindo ao show já era grande, e todos muito interessados e aplaudindo a grande performance da banda, que ainda mandou as ótimas Bite the Bullet, Dead End Job e Beltalowda, do ótimo Thought Insertion, primeiro CD da banda, além de Chosen one do novo disco, que funcionou muito bem ao vivo.

A apresentação seguiu com duas interpretações de respeito à grandes músicas do Heavy e Power metal: Electric Eye do Judas Priest, e Riding the Storm do Running Wild, ambas tocadas com muita energia pela banda - e muito bem vindas pelo público- e que também refletem um pouco das influências dos dois discos lançados pela The Giant Void.

O show fechou com mais três músicas do Abyssal: Inner Truth, um hard rock de respeito com um show do teclado e um refrão muito empolgante, Dimensions Collide e, o destaque da noite: War Heroes, um Heavy/power metal épico de oito minutos que conta uma história real da segunda guerra mundial, do Herói Brasileiro Danilo Marques Moura, piloto brasileiro - vale conferir o clipe.

O Show do The Giant Void agradou quem já conhecia a banda, e com certeza interessou a quem ainda não conhecia, já que foi uma apresentação muito competente, que trouxe músicas de peso, com melodias marcantes e muita técnica de todos os músicos no palco.

Após a apresentação que abriu a noite, ainda mais gente se acumulou na frente do palco - que já estava cheio - pra acompanhar o grande evento da noite, a apresentação do Vinny Appice, que não tardou a começar, e, com uma qualidade de som excelente, fazendo jus ao baterista e aos grandes músicos que o acompanhavam.

O quarteto era comandado ora pelo Nando Fernandes, ora pelo próprio Vinny Appice, ambos muito simpáticos, interagindo com o público (até colocando os presentes para cantar em coro, ponto alto da noite, em Heaven and Hell) durante todo o show, dando um tom intimista para a apresentação.

O próprio Vinny, num destes momentos , comentou que lá na Califórnia, onde mora, costuma contar a seus amigos que o público mais animado que conhece, é o do Brasil, e o show em Sorocaba mostrou bem isso, já que a cada música tocada o público fazia muito barulho e cantava todas as linhas, seja na sequência de sons do Black Sabbath que abriu a apresentação com Turn on the Night, The Mob Rules e Children of the Sea, seja nas músicas da carreira solo do Ronnie James Dio, começando com a Last in Line.

Já o Nando Fernandes lembrou o público que já é a terceira turnê que os músicos de apoio fazem com o Vinny Appice, e, isso se mostra: todos estão muito entrosados, tanto no palco quanto nas performances e nos momentos de participação do público, que cantou, fez coro e aplaudiu a todo momento.

O show continuou com um desfile de hits: Do Black Sabbath rolou Computer God, Voodoo, War Pigs além de Neon Knights e Heaven and Hell, enquanto do Dio, teve tempo para Stand up and shout, Holy Diver, Caught in the Middle, We Rock, e, fechando o show com chave de ouro, não podia ter outra música senão Rainbow in the Dark.

O show tecnicamente foi excelente, e destaque além claro do baterista, para o Nando Fernandes, que entregou uma performance brilhante, principalmente para quem nunca teve a oportunidade de assistir ao Dio ao vivo. O Nando tem um timbre fantástico, que consegue trazer a sua forma muita semelhança com o Dio, além de interpretar as músicas com muita emoção.

A noite acabou marcada por duas excelentes apresentações, unindo tanto a história já contada do Heavy Metal, como a que ainda está sendo escrita.

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