Def Leppard e Mötley Crüe: pouco público mas muito espetáculo do Def Leppard
Resenha - Def Leppard e Mötley Crüe (Allianz Parque, São Paulo, 07/03/2023)
Por Diego Camara
Postado em 10 de março de 2023
Faltou gente para encher o Allianz Parque na noite de terça-feira. O dia obviamente já não é dos melhores para um show do gênero, e mesmo a grande promoção de ingressos não foi o bastante para atrair os fãs. Mas quem esteve lá pode ver um show espetacular do Def Leppard, daqueles que mostram que o bom e velho Hard Rock continua firme e forte. Confira abaixo os principais detalhes do show, com as imagens de Fernando Yokota.
Fotos: Fernando Yokota
Logo quando se entrou no Allianz Parque era possível ver que as coisas estavam um pouco diferentes. Quando se caminha pelos corredores do estádio, com várias das lanchonetes fechadas no caminho até a entrada da Pista Premium, já era possível notar um vazio pouco comum ao estádio que sempre está abarrotado de gente.
O palco foi posicionado distante da comum área do anfiteatro, onde é normalmente posicionado, fora da área do gramado. E duas áreas enormes das cadeiras, travadas por um bloqueio preto, margeavam e dividiam a área das cadeiras em três: uma central e uma a cada lado, reduzindo a ocupação destes setores pela metade. Isso tudo era mais que natural: o Def Leppard não é uma banda com uma quantidade de fãs tão grande no Brasil para encher um estádio – quem diria todos os que se imaginavam inicialmente para esta tour. É, para o público brasileiro, uma banda de lugar fechado.
O show do Mötley Crüe se iniciou com um leve atraso de alguns minutos, nada que deixasse o público nervoso. O som alto do palco foi impressionante desde a primeira música, mas o que mais impressionou é que os sons dos instrumentos pareciam claramente pouco equalizados para o espaço: os vocais ficaram como que espremidos entre os instrumentos, e a bateria não soava tão limpa quanto deveria para o gênero.
Mesmo com o som a desejar um pouco, se viu um público afinado com a banda, que cantou todos os principais hits e se apaixonou pela desenvoltura do vocalista Vince Neil, extremamente carismático. O público se animou bastante, especialmente na frente do palco, em músicas como "Live Wire" e o clássico "The Dirt", onde cantaram junto com Neil quase a música inteira.
O show pegou maior potência na sua parte final, com uma leve melhorada do som do palco e com alguns dos maiores sucessos da banda. O público cantou com muita vontade "Same Ol’Situation", que animou bastante os fãs da banda. A seguinte, "Girls Girls Girls" teve uma belíssima construção do palco com as duas grandes garotas robóticas infláveis, mostrando que a potência da turnê vai além do espetáculo musical, mas muito bem construídas na área imagética.
É difícil, porém, não deixar de ficar um pouco decepcionado com a qualidade geral do show. A banda foi como um carro que patina em diversos momentos, sem sair do lugar ou travado pela lama. Óbvio que a questão do Mötley Crüe nunca foi o virtuosismo técnico mas sim a imagem da banda perante o seu público – uma imagem extremamente desgastada, que atualmente não reflete mais os valores da sociedade atual – mas é difícil não ver que a banda envelheceu mal também musicalmente, especialmente quando comparamos ela com a que veio logo em seguida.
Setlist Mötley Crüe:
Intro: Breaking News Report
Wild Side
Shout at the Devil
Too Fast for Love
Don't Go Away Mad (Just Go Away)
Saints of Los Angeles
Live Wire
Looks That Kill
The Dirt (Est. 1981)
Guitar Solo
Rock and Roll, Part 2 / Smokin' in the Boys Room / Helter Skelter / Anarchy in the U.K. / Blitzkrieg Bop
Home Sweet Home
Intro: T.N.T. (Terror 'n Tinseltown)
Dr. Feelgood
Same Ol' Situation (S.O.S.)
Girls, Girls, Girls
Primal Scream
Kickstart My Heart
O Def Leppard também subiu ao palco com 5 minutos de atraso, mas foi só a banda subir ao palco para que o grande espetáculo da noite começasse. Que explosão de som quando Joe Elliot começou com "Take What You Want". O som estava bem mais baixo, perfeito para o tamanho do público e o espaço do campo, e a limpeza dele surpreendeu, com os instrumentos soando em perfeita consonância.
O público curtiu muito e dançou com alegria na pista. "Animals" foi uma das preferidas dos fãs, que cantaram junto o refrão. Logo em seguida, "Foolin’" foi outro sucesso que tirou aplausos do público. Joe Elliot é sem dúvidas o destaque da banda, com vocais que parecem não ter envelhecido, estando parados no tempo em algum momento da década de 80.
Há de se ressaltar o extremo profissionalismo de todo o Def Leppard, que transforma o conjunto em uma grande obra de arte no palco. A banda realmente entrega tudo de si, com especial destaque para Rick Allen nas baquetas, que puxa o tempo das músicas e dita a velocidade da banda. Ele dominou em músicas como "Kick" e "Armageddon It", com grande maestria.
No meio do show foi a hora das baladas, com a banda abrindo com "Love Bites", em uma performance extremamente emotiva nos vocais, que fez o público cantar junto, preenchendo o ar do Allianz com as vozes dos fãs. Logo depois vieram "This Guitar" e "When Love and Hate Collide", onde o intimismo do violão e um extremo e belíssimo solo de guitarra coroaram a execução da banda, sem dúvidas um dos momentos mais lindos do show.
[an error occurred while processing this directive]Com a apresentação voltando ao hard rock e as músicas rápidas, se encaminhando para o final do show, a banda soltou alguns dos seus grandes sucessos. Começando por "Rocket", com mais uma grande cantoria do público. "Hysteria", outra das favoritas dos fãs, foi um convite para que todos dançassem na pista ao ritmo da música.
Quando o show já se encaminhava para o final, foi com os clássicos do "Pyromania" que a banda resolveu fechar o espetáculo. Primeiro puxada por "Rock of Ages" e fechando com "Photograph", o disco que abriu o mundo para o Def Leppard foi a encantadora assinatura da banda no final do show.
O resultado foi mágico, com a banda tirando tudo que a produção da Live Nation pode oferecer em São Paulo. Fica a imaginação de como o Def Leppard poderia ter até respondido melhor em um show fechado, com um público mais próximo e concentrado, o show teria sido ainda mais memorável.
[an error occurred while processing this directive]Setlist Def Leppard:
Take What You Want
Let's Get Rocked
Animal
Foolin'
Armageddon It
Kick
Love Bites
Promises
This Guitar
When Love and Hate Collide
Rocket
Bringin' On the Heartbreak
Switch 625
Hysteria
Pour Some Sugar on Me
Rock of Ages
Photograph
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