Hell Mosh faz jus ao nome e promove festa impecável com Krisiun, Torture e WitchHammer em BH
Resenha - Hell Mosh (Belo Horizonte, 17/02/2023)
Por Bruno Lisboa
Postado em 06 de março de 2023
Em mais uma empreitada produzida pela BH Hell Produções, aconteceu no Mister Rock o Hell Mosh, evento que reuniu três bandas icônicas da cena metal brasileira: os lendários heróis locais do WitchHammer, que começou atividade em 1985; a paulistana Torture Squad, que recentemente celebrou 20 anos de estrada e os gaúchos do Krisiun.
Fotos: Alexandre Biciati
Formada por Casito (baixo e vocal), Paulinho (guitarra e vocal), Kiko Ianni (guitarra), Alfredo Malagoli (bateria) e Larissa Alencar (vocal), o Witchhammer fez um show pra lá de competente, celebrando uma muito bem-vinda volta aos palcos. Tanto público como banda compartilharam da sensação intensa de reviver ao vivo os hits eternizados nos quatro discos oficiais da banda. Um show pautado em entrega que encheu os fãs de expectitiva por próximos encontros.
O Torture Squade, por sua vez, fez uma apresentação enérgica e muito empolgante que levou o público a abrir rodas de mosh durante todo o show. Composta por Amilcar Christófaro (bateria), Castor (baixo), Mayara "Undead" Puertas (vocais) e Rene Simionato (guitarra), a banda de death metal fundada em 1990, completa 8 anos com a nova formação. Como uma presença de encher os olhos, Mayara fez questão de mencionar com respeito o legado deixado pelos membros anteriores.
Pensar na trajetória da música pesada brasileira e mundial é pensar na caminhada do Krisiun. Afinal, a banda gaúcha formada pelo irmãos Kolesne é um dos maiores patrimônios desta seara. Fundada nos anos 90, o trio construiu um sólida, respeitável e influente carreira.
Tendo a sonoridade ligada ao death metal como força motriz, a banda lançou seu primeiro álbum em 1995 ("Black Forced Domain") e, de lá para cá, tem feito sua musicalidade evoluir em camadas sonoras, mas mantendo o peso peculiar. Prova disso é o seu trabalho mais recente, "Mortem Solis" (2022). E foi para divulgar esse disco que a banda se apresentou no Mister Rock, casa consolidada como celeiro da música extrema em BH.
O evento reuniu um bom (e enérgico) público que enfrentou fortes chuvas, em plena sexta de carnaval, para estar ali. Apesar dos problemas técnicos no palco, a banda e equipe técnica contornaram a situação, entregando uma performance brutal para centenas de admiradores.
Sendo um caso raro em que estúdio e ao vivo se equivalem, as apresentações do Krisiun são um deleite para fãs da música pesada, pois reúnem as melhores características ligadas ao death metal: riffs furiosos, bateria acelerada, linhas de baixo marcantes e vocais guturais. Tamanha a competência técnica faz com que a banda, merecidamente, tenha conquistado público e crítica a níveis mundiais.
O set, de pouco mais de uma hora privilegiou (como esperado) o novo disco Mortem Solis com as faixas "Necronomical", "Serpent Messiah" e "Swords Into Felsh". Outro disco agraciado foi Apocalyptic Revelation através da execução de "Apocalyptic Victory", "Kings of Killing" e "Vengeance’s Revelation". Hinos oriundos de álbuns anteriores também ganharam destaque como "Blood of Lions" (do álbum The Great Execution) e "Bloodcraft" (do disco Assassination). De maneira ininterrupta, o bate cabeça e as rodas de pogo seguiram por toda noite, numa amostra de sintonia entre público e banda.
Entre as faixas, o baixista e vocalista Alex Kolesne, não se furtou em agradecer os presentes por estarem ali, falou sobre a relação intrínseca com a cidade e criticou o que chamaria de falsos metaleiros, que se rendem a "modinhas".
No final uma inusitada cover de "Ace of Spades", clássico do Motorhead presente no álbum de mesmo nome, veio na reta final e corou a noite em que noite a música extrema foi, mais uma vez, celebrada em terras mineiras.
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