Tarja: Ela não é só um rostinho bonito no Metal
Resenha - Tarja Turunen (Tom Brasil, São Paulo, 01/09/2018)
Por Nelson de Souza Lima
Postado em 09 de setembro de 2018
E o furacão Tarja Turunen devastou de novo a terra brasilis. Foram seis shows, entre o final de agosto e o começo de setembro, nos quais a finlandesa divulgou o novo álbum "Act II", registro ao vivo da turnê The Shadow Show. O set list contou majoritariamente com canções do mais recente disco de estúdio da cantora: "The Shadow Self", lançado em 2016. Tarja já deixou claro que existe vida após o Nightwish, banda que empunhou o mic de 1996 a 2005. Em consolidada carreira solo tem lançado bons trabalhos, mostrando os dotes de cantora lírica, equilibrando o lado sinfônico com sua cara metade heavy metal.
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Mas antes de falar de Tarja um pouco do que rolou antes. Cheguei super cedo, pois parafraseando Steve Tyler não queria perder nadinha. O show é legal, mas entrar no clima também é. Ver a galera chegando e sacando o quanto os fãs de Tarja são de várias vertentes, se assim podemos dizer. Tem bangers cabeludos, pessoal mais maduro, galera jovem e camisetas pretas aos montes. Mas isso rola em todos os shows, mostrando que o rock não tem conflitos de gerações. Todos ali pra conferir o vozeirão da musa. O público foi aumentando gradativamente. Eu diria que no fim das contas foi razoável, não lotou nem decepcionou.
A abertura ficou por conta da Rec/all, banda formada por uma galera de peso do metal brasuca. Rod Rossi (vocal), Felipe Andreoli (baixo), Marcelo Barbosa (guitarra) e Pedro Tinello (bateria). Os caras têm bagagem e estão sempre envolvidos em outros grupos/projetos. Basta dizer que Andreoli e Barbosa integram atualmente o Angra. Rod Rossi também é vocalista do Saint Seiya e Tinello já empunhou as baquetas do Almah. No bom estilo tudo junto e misturado o quarteto mandou legal.
Trupe pesada, concisa, riffs impecáveis, baixo e bateria matadores. Tudo isso servindo de base para o grande vocal de Rossi. Durante 45 minutos só tocaram pedradas sonoras. Me chamou atenção o ótimo solo de Barbosa em ´Indestructible". Além disso, mandaram também "Angels and Demons", do Angra e "Beyond Tomorrow", do Almah. Cumpriram o papel de aquecer o público. Rossi é um bom front man, com trejeitos de Bruce Dickinson. O que não é nenhum demérito.
Terminada a apresentação da Rec/all hora de tomar uma água e esperar por Tarja Turunen. Até que não demorou. Com apenas cinco minutos de atraso as luzes apagam, o clima aumenta, celulares a postos e entra a banda. A musa foi recebida aos berros e logo de cara mandou "The Bitter End", do já mencionado "The Shadow Self". Como disse a maioria das canções vieram desse disco. Foram oito, pra ser exato. Entre elas "Eagle Eye", "Diva", "Calling from the wild" e "Supremacy", cover do Muse.
Mas músicas de outros discos também foram tocadas, para delírio dos fãs. Do "What Lies Beneath", lançado em 2010 mandaram "Little Lies" e do álbum "Colours in The Dark", detonaram "500 Letters". E não dá pra deixar de falar da banda que é muito competente. Alex Scholpp (guitarra), Kevin Chown (baixo), Timm Schreiner (bateria), Christian Kretschmar (teclados) e Max Lilja (Celo) não deixam a bola baixar mantendo a galera ligadaça. Na sessão remember mandaram algumas do Nightwish tocando na sequência "Tutankhamen", "Ever Dream", "The Riddler" e "Slaying the Dreamer".
Após a turbulência elétrica veio o set acústico no qual sentados e devidamente munidos de violões emendaram, entre outras, "Until Silence" e a surpresa que já não era tão surpresa "Lanterna dos Afogados", dos Paralamas do Sucesso. A resposta do público foi bem positiva. Terminada a sessão um banquinho, um violão volta a porradaria com a já obrigatória "The Phantom Of The Opera" um dueto bacana de Tarja com o baixista Kevin. Na sequência detonaram "Love to Hate" que a vocalista revelou recentemente na Coluna Profile, da Roadie Crew, ser sua música favorita pra cantar.
No encore aquela que a musa diz ser a música que melhor define sua carreira, "I Walk Alone", seguida de "Innocense" e "Die Alive". Pra encerrar a emblemática "Until my last Breath", me perdoem o trocadilho, mas foi o último respiro e já deixando saudades. Uma apresentação pra cima. Tarja mandou coraçõezinhos, cantou enrolada na bandeira do Brasil, fez a mão chifrada do metal. Enfim, todos os clichês que um bom show de rock pede. Valeu.
SET LIST - REC/ALL
INTRO/RUNNING IN HER VEINS
IHATE
ANGELS and DEMONS (ANGRA)
INDESTRUCTIBLE
BLIND
BEYOND TOMORROW (ALMAH)
RIO RIOTS
PEGASUS FANTASY (SAINT SEIYA) ENDING
SET LIST – TARJA TURUNEN
The Bitter End – DISCO THE SHADOW SELF – 2016
500 Letters – DISCO COLOURS IN THE DARK – 2013
Demons in You – DISCO The Shadow self – 2016
Litte Lies – Disco What Lies Beneath - 2010
Eagle Eye – Disco The Shadow Self - 2016
Diva - Disco The Shadow Self - 2016
Calling from the wild – the Shadow Self - 2016
Supremacy (Muse Cover) - Disco The Shadow self - 2016
Tutankhamen / Ever Dream / The Riddler / Slaying the Dreamer
(Nightwish cover)
Until Silence / The Reign / Mystique Voyage / House of Wax
(Acoustic)
Lanterna Dos Afogados
(Os Paralamas do Sucesso cover) (Acoustic)
The Phantom of the Opera
(Andrew Lloyd Webber cover)
Love to Hate – The Shadow self - 2016
Encore:
I Walk Alone – Disco My Winter Storm - 2007
Innocence – The Shadow Self - 2016
Die Alive - My winter storm - 2007
Until my last breath – What Lies beneath - 2010
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