Ozzy Osboune: um verdadeiro culto do Rock Pesado
Resenha - Ozzy Osbourne (Anhembi, São Paulo, 02/04/2011)
Por Jorge A. Silva Junior
Postado em 03 de abril de 2011
Uma apresentação surpreendente e arrasadora. Assim foi a passagem de OZZY OSBOURNE por São Paulo, na noite deste sábado (2), na Arena Anhembi. O 'Principe das Trevas', mesmo com 62 anos, esbanjou vitalidade e carisma durante uma hora e meia de show. Clássicos da sua ex-banda, o BLACK SABBATH, foram os pontos altos da noite, que levaram ao delírio quase 30 mil pessoas que em diversos momentos enfrentaram uma chuva torrencial.
Final da tarde de sábado, horas antes do show de OZZY OSBOURNE em São Paulo. Tudo indicava que a cidade faria jus ao apelido de 'terra da garoa'. Enquanto o público adentrava ao Anhembi, os poucos pingos que caiam do céu não chegavam a incomodar os muitos fãs que aguardavam ansiosamente pela apresentação do Madman. E se a temperatura começava a cair no ínicio da noite, nada melhor do que um bom 'esquenta'. Foi aí que, às 20h, entrou em cena a banda de abertura (e que abertura!): SEPULTURA do Brasil. Okay, muitos podem dizer que eles não são mais os mesmos (óbvio, não?) sem os irmãos Cavalera e blá bla blá, mas uma coisa não há como deixar de admitir: os caras são ótimos ao vivo. Com um repertório certeiro, recheado de canções antigas, os fãs do Ozzy foram presenteados com um espetáculo de alto nível, que contou com petardos que foram de "Troops Of Doom", música de 1986, do álbum 'Morbid Visions', até o hino "Roots Bloody Roots", que teve uma grande resposta do público. Sobre seus integrantes: Derrick Green, vocalista muito competente, soube cativar boa parte do público, sobretudo pelas piadas e palavrões que aprendeu em português; Andreas Kisser, usando meiões do São Paulo Futebol Clube, tocou com o peso e feeling de sempre; Paulo Jr., mesmo não sendo o baixista mais técnico do mundo, há 26 anos segura bem a bronca no seu cantinho cativo; Jean Dolabella, cada vez mais versátil, não deixou a desejar em nenhum momento. Após uma hora de show, com 13 músicas tocadas, o SEPULTURA serviu como aquecimento de luxo para a chegada do 'Principe das Trevas'.
Ozzy Osbourne - Mais Novidades
Com a tradicional pontualidade britânica, às 21h30, enfim, chegou o momento esperado por todos. O senhor OZZY OSBOURNE deu às caras com nada menos do que "Bark At The Moon", do álbum homônimo, o terceiro de sua carreira solo. Pulando, correndo de um lado para o outro e até jogando beijos para a galera, o velhinho surpreendeu a todos com tamanha vitalidade. A resposta do público foi imediata. Tanto que na segunda música, "Let Me Hear You Scream", uma bandeira do Brasil foi jogada no palco e, após alguns segundos nas costas de Ozzy, ficou na beira da bateria durante todo o tempo. Aliás, bateria que deve destacada pelo ótimo Tommy Clufetos. Afinal, não podemos esperar pouca coisa de alguém que já tocou com gente do calibre de TED NUGENT e ALICE COOPER. O peso que este rapaz coloca nas baquetas é impressionante, fato comprovado durante a instrumental "Rat Salad", canção gravada originalmente pelo BLACK SABBATH no longínquo ano de 1970. Voltando ao mestre Osbourne, durante a introdução fúnebre do órgão em "Mr. Crowley", com luzes roxas no palco, o clima sinistro chegou a arrepiar até o mais incrédulo (pode usar como exemplo o redator que vos escreve). Antes de "I Don't Know", Ozzy se divertiu jogando espuma na Pista Premium com uma daquelas mangueiras de bombeiro, artefato muito usado nos grandes festivais de rock para refrescar o público, só que com água. Outro ponto positivo da apresentação foi a sequência praticamente imediata entre as músicas, sem as cansativas pausas na qual os vocalistas adoram fazer média e discursar sobre assuntos irrelevantes. Até nisso o grande Osbourne mostrou-se diferente, inclusive no meio do temporal que caía, quando se aventurou na beira do palco e acabou tão molhado quanto quem o assistia. Mesmo quando desafinou bisonhamente no final de "Faires Wear Boots", ninguém se importou. A lenda do metal ainda brindou os felizardos com os clássicos do Sabbath: "War Pigs" e "Iron Man", ambas tocadas com maestria pelo excelente guitarrista Gus G. Para quem não conhece este jovem que tem a árdua tarefa de substituir o genial Zakk Wylde, trata-se de um grego que há 12 anos deixou seu país natal para estudar música nos Estados Unidos. No que diz respeito a técnica, o guitarrista é fora de série. Um dos momentos marcantes foi quando ele se aventurou a tocar o famoso choro "Brasileirinho" e, em seguida, "Eruption", do VAN HALEN. Rob "Blasko" Nicholson também não fica atrás, com linhas de baixo pesadíssimas com influência direta dos tempos em que tocava com ROB ZOMBIE. Mais uma vez voltando ao Madman, o mais emocionante ficou guardado para o final. "I Don't Want To Change The World" e "Crazy Train" foram, sem dúvida, as músicas que mais agitaram a galera, ainda mais pelo fato daquele senhor de 62 continuar pulando e correndo (mesmo corcunda) com quase uma hora e meia de apresentação. O justo 'descanso' de Ozzy veio com a linda "Mama I'm Coming Home", cantada em verso e prosa por quase 30 mil pessoas.
Para fechar a arrasadora noite na companhia do 'Principe das Trevas', a mais clássica canção do BLACK SABBATH: "Paranoid". Foi uma hora e meia de um show arrasador, que debaixo de muita chuva, serviu para literalmente lavar a alma de quem teve a sorte de presenciar um verdadeiro culto do Rock Pesado. Obrigado, Mr. Osbourne!
OZZY OSBOURNE em São Paulo
Local: Arena Anhembi
Data: 02 de abril de 2011
Abertura: SEPULTURA
Duração: 1h
Vocal: Derrick Green
Guitarra: Andreas Kisser
Baixo: Paulo Jr.
Bateria: Jean Dolabella
1. Arise
2. Refuse/Resist
3. Dead Embryonic Cells
4. Convicted In Life
5. Choke
6. Seethe (música nova)
7. Troops Of Doom
8. Septic Schizo
9. Escape To The Void
10. Meaningless Movements
11. Territory
12. Inner Self
13. Roots Bloody Roots
OZZY OSBOURNE
Duração: 1h30
Turnê: Scream
Guitarra: Gus G.
Baixo: Rob "Blasko" Nicholson
Bateria: Tommy Clufetos
Teclado: Adam Wakeman
1. Back At The Moon
2. Let Me Hear You Scream
3. Mr. Crowley
4. I Don't Know
5. Faires Wear Boots (BLACK SABBATH)
6. Suicide Solution
7. Road To Nowhere
8. War Pigs (BLACK SABBATH)
9. Shot In The Dark
10. Rat Salad (BLACK SABBATH)
11. Iron Man (BLACK SABBATH)
12. I Don't Want To Change The World
13. Crazy Train
14. Mama I'm Coming Home
15. Paranoid (BLACK SABBATH)
Outras resenhas de Ozzy Osbourne (Anhembi, São Paulo, 02/04/2011)
Receba novidades do Whiplash.NetWhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps



Os 11 melhores álbuns de rock progressivo conceituais da história, segundo a Loudwire
Regis Tadeu indica disco "perfeito" para uma road trip: "Todo mundo detesta, mas é bom"
Quando David Gilmour salvou um show do Jimi Hendrix; "eles estavam muito nervosos"
Os shows que podem transformar 2026 em um dos maiores anos da história do rock no Brasil
O melhor disco de Raul Seixas, apurado de acordo com votação popular
O guitarrista que Jimmy Page admitiu estar fora de seu alcance: "Não consigo tocar"
Irmãos Cavalera não querem participar de último show do Sepultura, segundo Andreas Kisser
Após negócio de 600 milhões, Slipknot adia álbum experimental prometido para esse ano
A obra-prima do Dream Theater que mescla influências de Radiohead a Pantera
Fender lança linha de instrumentos em comemoração aos 50 anos do Iron Maiden
O maior compositor do rock'n'roll de todos os tempos, segundo Paul Simon
Robert Plant acrescenta o Rio de Janeiro à turnê brasileira em 2026
A banda clássica que poderia ter sido maior: "Influenciamos Led Zeppelin e Deep Purple"
Obituary anuncia turnê sul-americana com 5 datas no Brasil em fevereiro de 2026
O único "filme de rock realmente bom" da história, segundo Jack Black
A prática ultrapassada da universidade brasileira que Charles Gavin dos Titãs não concorda
A melhor música de rock de cada ano desde 1970, segundo a Loudwire
"Mike Shinoda sempre colocava meu filho para baixo", diz mãe de Chester do Linkin Park


Geezer Butler e Tony Iommi homenageiam Ozzy Osbourne, que faria 77 anos nesta quarta-feira
A canção pop inofensiva que Ozzy Osbourne jamais ousaria cantar para não ser mal interpretado
O maior frontman de todos os tempos, segundo o saudoso Ozzy Osbourne
Camiseta oficial de Ozzy Osbourne zoa Roger Waters por fala que irritou a todos
Ozzy Osbourne ganhará homenagem póstuma de Birmingham no dia em que completaria 77 anos
O maior frontman de todos os tempos para Ozzy Osbourne; "é Deus pra mim"
Em 2000, Ozzy Osbourne e Tony Iommi gravaram com o Wu-Tang Clan
O fã que conheceu Ozzy Osbourne no Rock in Rio e iniciou uma amizade de 40 anos
O álbum dos anos 80 que conquistou Ozzy Osbourne
O álbum pop dos anos oitenta que conquistou o coração de Ozzy Osbourne
Metallica: Quem viu pela TV viu um show completamente diferente
Maximus Festival: Marilyn Manson, a idade é implacável!



