Grave Digger: Vinte e cinco músicas e duas horas e meia de show
Resenha - Grave Digger (DirecTV, São Paulo, 07/05/2005)
Por Rafael Carnovale
Postado em 07 de maio de 2005
Fotos: Carolina Oliveira
Vinte e cinco músicas.
Duas horas e meia de show.
Celebração dos 25 anos de uma das melhores bandas de heavy metal da Europa.
Gravação de um DVD ao vivo.
Uma "performance" especial.
Um "set" que englobaria toda a extensa carreira desta talentosa banda, com músicas de todos os álbuns, além da divulgação do excelente e recém lançado (recém mesmo, pois por problemas admnistrativos a primeira prensagem do cd foi vendida no show) "The Last Supper".
O que mais você queria saber para estar presente neste grande show?
A nova turnê do Grave Digger prometia muito, mas muito. Dava até para esquecer o preço meio salgado do ingresso, como 2800 fãs fizeram, comparecendo num sábado gelado, para assistir esta, que prometia ser uma "performance" histórica de Chirs Botendahl (vocais), Manni Schimdt (guitarra), Jens Becker (baixo), Stefan Arnold (bateria) e Hans Peter (teclados).
Por problemas de força maior perdemos o show de abertura dos curitibanos do Child of Flames, e ao invés de ficarmos colhendo opiniões pela platéia deixamos o espaço do fórum livre para qualquer usuário dar sua própria opinião sobre este show. Ficam nossas desculpas ao pessoal da banda, e a promessa de que cobriremos um show da mesma, assim que for possível.
Por volta de 22hs, as luzes se apagaram e pudemos perceber que ao invés de uma mega-produção de palco a banda optou por algo mais simples. Não havia nenhum artefato especial, ou sequer um pano de fundo com capa do novo cd. Era apenas a banda e um eficientíssimo jogo de luzes. "Passion" (intro do novo cd) começou a rolar e a galera foi ao delírio (tudo devidamente registrado por diversas câmeras), quando o folclórico tecladista Hans Peter (desta feita com olhos estilo "laser" avermelhados ao invés da tradicional maquiagem) tomou seu lugar, num elevado a esquerda da bateria. Seguiu-se a entrada de Stefan, Manni e Jens que começaram a detonar tudo com "The Last Supper". Mr Botendahl apareceu e foi o líder de sempre, levando a galera a loucura (por sinal esta música ficou excelente ao vivo). "Desert Rose", do mesmo cd, veio em seguida, juntamente com "The Grave Dancer","Shoot Her Down", "Reaper" e "Paradise".
Entre um berro e outro da platéia, pudemos notar como a banda estava em grande fase. A começar por Chris, que se já sente os efeitos da idade, ainda sabe agitar como poucos e mostrar o quão feliz estava por poder registrar aquele momento em DVD ("vocês agora são parte da história do Grave Digger" , disse o mesmo). Em dado momento, duas bandeiras brasileiras foram jogadas ao palco. Chris, em sinal de respeito, montou um "mini-altar" em frente a bateria de Stefan. Precisa dizer qual foi a reação do público.
Mas o show estava apenas no início: "Excalibur" é executada, além de "The House", "Circle of Witches" e "Valhalla" (um dos pontos altos). Curiosamente a diversidade do "set-list", que realmente foi abrangente e bem escolhido, ressaltou um fato curioso: enquanto alguns fãs se esgoelavam cantando todas as músicas, alguns cantavam apenas as mais recentes (leia-se "Knights of the Cross" para frente, além de algumas do recém re-lançado "Heavy Metal Breakdown"). Mas isso não afetou o clima fantástico que pairava no DirecTV, e ficou cada vez mais alto com "Son of Evil", "The Battle of Bannockburn", "The Course of Jacques" e a nova "Grave in no man’s Land". Vale ressaltar o excelente trabalho da cozinha de Jens e Stefan, e a habilidade de Manni (que só peca por ser pouco interativo com o público, mas compensa com sua técnica apurada), tanto nos temas novos como nas músicas antigas. Já Hans Peter é "a figura". Estático, parado em frente a seu teclado, em nível mais alto do que a bateria, o mesmo consegue ser presente, discreto, e eficiente.
A balada "Yesterday" veio em seguida, sendo um dos pontos fracos do "set", seguida por "Morgane Lefay", "Symphony of Death", a clássica "Witchunter", "The Dark of the Sun", e duas pedradas que mexeram com a galera: "Knights of the Cross" e "Twilight of the Gods", encerrando o "set" normal.
Passados alguns minutos, aonde nem o forte ar condicionado do DirecTV conseguia resolver o pequeno problema da "sauna" presente, a banda retorna com força total, executando "Rebellion" (teve neguinho se matando nessa" e a nova e já clássica "The Grave Digger", do cd de mesmo nome. Outra rápida pausa, e mais três pedradas: "Rheingold", "The Round Table" e a mística "Heavy Metal Breakdown", que encerrou um "set" abrangente, coeso e empolgante. As duas horas e meia passaram como se fossem 40 minutos, e neste momento víamos que se a banda resolvesse emendar mais duas horas a galera ainda teria fôlego. Nesta mesma hora, Chris anunciava que a banda ainda tocaria no dia 8 na Led Slay, num show extra.
Um grande show. Uma grande banda, com sua melhor formação (digo sem medo) e que gravou um excelente DVD, comprovando que o Grave Digger é como um bom vinho. Quem esteve presente se deu bem e ainda vai lembrar de tudo quando assistir o mesmo. Já quem não esteve... vai sentar e chorar...
Outras resenhas de Grave Digger (DirecTV, São Paulo, 07/05/2005)
Receba novidades do Whiplash.NetWhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps



Valores dos ingressos para último show do Megadeth no Brasil são divulgados; confira
A canção do Genesis que a banda evitava tocar ao vivo, de acordo com Phil Collins
Festival Sonic Temple anuncia 140 shows em 5 palcos para 2026
Os 50 melhores discos da história do thrash, segundo a Metal Hammer
As 10 melhores músicas da fase progressiva do Genesis segundo leitores da revista Prog
Bangers Open Air confirma Within Temptation, Feuerschwanz e Eluveitie para 2026
O álbum "esquecido" do Iron Maiden nascido de um período sombrio de Steve Harris
Produtor brasileiro que vive nos EUA critica novo tributo a Andre Matos
O primeiro álbum do Pink Floyd que David Gilmour chamou de "obra-prima"
Tecladista anuncia que o Faith No More não volta mais
Como "Welcome To The Jungle", do Guns N' Roses, soaria se gravada pelo Sepultura?
Dave Mustaine confirma que regravou "Ride the Lightning" em homenagem ao Metallica
O disco de reggae que Nando Reis tem seis exemplares; "Quase como se fossem sagrados"
System of a Down está no melhor momento da carreira, diz Serj Tankian
Como o "sofrimento" de um incrível vocalista gerou uma maravilhosa balada sobre dor e cura
Bruno Sutter explica porque abandonou carreira de humorista
O riff dos Beatles que para Dave Grohl tem mais peso do que Black Sabbath ou Motorhead


A importância de "Thriller" do Michael Jackson para cantor do Grave Digger
Deicide e Kataklysm: invocando o próprio Satã no meio da pista



