Whitesnake: O talento de Coverdale continua magicamente absurdo
Resenha - Whitesnake (Wembley Arena, Londres, 17/05/2003)
Por Romulo Rios
Postado em 17 de maio de 2003
Slide it in, vovô!
Depois de 25 anos de ‘Snake Charme’
o talento de David Coverdale
continua magicamente absurdo!
Whitesnake não deixou por menos em sua apresentação em Londres na ‘Wembley Arena’ no ultimo dia 17 de maio. Não que isso seja alguma surpresa, claro que não; eles são uma banda com presença de palco, pura e simples – não há amadorismo!
Na sua ultima apresentação na Inglaterra alguns anos atrás, David Coverdale não foi tão bem assim. Exagerando no modismo e no estilo, ele apresentou aos fãs Ingleses uma performance fraca, dando motivo para ser chamado até mesmo de cafona. Sua infelicidade foi palpável!
Agora de volta com uma banda estupenda, aparentemente escolhida a dedo, membro por membro, a velha diva esteve mais uma vez em frente de um grande publico, e não fez feio. O tempo parece ter lapidado Coverdale, e ele se apresentou com genuína afeição por suas canções e fãs. Em sendo o aniversário de 25 anos do Whitesnake, seria um pouco grosseiro apontar que isso vale apenas para Coverdale, mas é uma verdade, não podemos negar. O Whitesnake tem sido um veículo para sua tremenda voz, e também para sua ávida ambição. Por enquanto uma vai superando a outra, e ainda podemos ver que Coverdale realmente aprendeu com seus próprios erros quando o Whitesnake se tornou global. Os guitarristas Reb Beach e Doug Aldrich e o baixista Marco Mendoza foram um caso à parte. Eles são musico de muita competência, mas nenhum deles e’ maior que as canções ou que o nome Whitesnake.
Na introdução da noite, Coverdale prometeu cantar "seja lá o que vocês quiserem", e cumpriu sua palavra. Aquelas canções que não estavam na lista – as notáveis "Ain’t Gonna Cry No More" e "Blindman" – ele cantou de forma incrível à capela (sem qualquer acompanhamento) no intervalo entre uma canção e outra.
A lista de canções foi sabiamente ditada com músicas que agitaram a platéia, e como não poderia faltar, também rolaram os hinos românticos que são sua marca registrada. "Bad Boys" e o clássico "Slide In It" serviram de abertura. Mais tarde "Slow And Easy" e a exuberante "Fool For Your Lovin" vieram apenas para levar o show ao seu ponto mais alto, já que Coverdale as incluiria no repertório sem sobra de dúvida.
Inevitavelmente, porém, para quebrar o rítmo, vieram as baladas para dar um tom um pouco mais lento ao show, dando ainda mais ênfase à voz de Coverdale: "Love Ain’t No Stranger", "Is This Love" e "Ain’t No Love (In The Heart Of The City)" foram uniformemente estupendas, embalando toda a banda com uma vontade incrível, inspirando até um surpreendente solo de bateria de Tommy Aldridge durante uma versão estendida de "Crying In The Rain".
O grande final do show teve o seu lado cômico, com Coverdale perseguindo uma dupla de enfermeiras boazudas ao redor da bateria, ate se entregar para dar inicio a "Still Of The Night" e fazer o concerto chegar ao seu climax de um jeito igualmente absurdo e emocionante.
Em certa parte do concerto Coverdale havia dito: "Minha filha esta aqui hoje" - uma pausa meio sem jeito, com um tímido sorriso nos lábios - "com seu marido... Isso mesmo. Eu vou provavelmente ser um maldito vovô em breve!" E ele pareceu tão feliz quanto qualquer outro homem ao falar do assunto.
Depois desse aperitivo, só’ nos resta pensar que vale a pena conferir a coletânea comemorativa dos 25 anos da banda, já que aparentemente cada música foi minuciosamente escolhida pelo próprio David Coverdale.
Dias esplêndido ainda então por vir para David e sua turma!
Setlist:
01 - Bad Boys
02 - Slide It In
03 - Slow And Easy
04 - Love Ain't No Stranger
05 - Is This Love
06 - Walking In The Shadow Of The Blues
07 - Ain't No Love (n The Heart Of The City)
08 - Crying In The rain
09 - Fool For Your Lovin'
10 - Give All Your Love
11 - Here I Go Again
12 - Still Of The Night
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