Rock in Rio Lisboa começa assombrado por baixas vendas
Fonte: UOL Música
Postado em 27 de maio de 2004
Por Alvaro Blanco - Lisboa, 27 mai (EFE).- O Rock in Rio Lisboa começa amanhã, sexta-feira, com vendas de entradas muito abaixo do esperado pelos organizadores, apesar da fama dos artistas escalados, e cercado de severas medidas de segurança, inéditas em Portugal.
Seu promotor, o empresário brasileiro Roberto Medina, revelou que no início de maio só haviam sido vendidos 190.000 ingressos, mas ainda espera atrair ao parque Bela Vista, em Lisboa, cerca de 350.000 espectadores, ainda muito abaixo das expectativas iniciais, que estimavam o público em 600.000 pessoas.
Medina brincou ao afirmar que "os portugueses são iguais aos brasileiros", deixam para comprar o ingresso na última hora, "para desespero dos empresários".
A maior procura é para o show inaugural, amanhã, de Paul McCartney, os de sábado, dia 29, que terá Peter Gabriel e Gilberto Gil, entre outros, e o de encerramento (6 de junho), quando estão anunciados Alejandro Sanz, Sting, Mariza, Ivete Sangalo e Alicia Keys.
Apesar de até agora a venda de entradas ser baixa, Medina espera que no último dia do Rock in Rio Lisboa ele possa pendurar o cartaz de "lotação esgotada".
Mas é sintomático da falta de interesse do público pelo Rock in Rio -que acontece pouicos dias antes da Eurocopa de futebol e de outro festival-, que um banco patrocinador tenha começado a dar entradas de presente a quem realizar determinadas operações.
Apesar disso, a organização insiste que a platéia acumulada de televisão prevista se mantém em 2 bilhões de pessoas de 70 países, segundo o responsável pelos direitos de transmissão do Festival, Maurice Keizer.
O Rock in Rio demandou em investimento publicitário quase 13,5 milhões de euros, segundo um estudo, que assinala que 76 por cento foi destinado à televisão, 5 ao rádio e 4 por cento à imprensa impressa.
Apesar do fracasso relativo da venda de ingressos, o prefeito de Lisboa, Pedro Santana Lopes, adiantou que a organização anunciará no último dia do festival que Lisboa voltará a organizar o evento em 2007, mas esta vez partilhado com Sidney (Austrália) e Rio de Janeiro, e possivelmente Nova York.
Mil policiais zelarão pela segurança, mas a Associação de Profissionais de Polícia (ASPP) portuguesa denunciou que só uns dez conhecem os planos de segurança e evacuação do Parque de Bela Vista, um espaço de 200.000 metros quadrados convertido em "Cidade do Rock".
No local, em seis dias divididos em dois fins-de-semana, de 28 a 30 de maio e de 4 a 6 de junho, haverá 70 apresentações, começando pela de McCartney, que será seguido de artistas como Peter Gabriel, Sting, Britney Spears, Metallica, Alejandro Sanz, Evanescence, Charlie Brown jr., Sugarbabes, Alicia Keys, Ivete Sangalo, e a portuguesa Mariza, além de horas de música eletrnica a cargo de DJs de todo o mundo.
Medina destacou a parte social do evento, pela ajuda que se entregará à organização "Childreach", que já tem garantido 250 mil euros.
Além disso, o festival, que tem como lema "Por um mundo melhor", vai ter debates sobre a paz no planeta com a presença de personalidades como o Nobel da paz timorense José Ramos Horta, que participará de uma homenagem ao diplomata brasileiro Sérgio Vieira de Mello, assassinado no Iraque em agosto do ano passado.
Em prol da paz, o Rock in Rio Lisboa também guardará três minutos de silêncio no dia 29, às 17.00 GMT (14.00 de Brasília), e Medina pediu que os meios de comunicação de todo o mundo o respeitem "por um mundo melhor".
A cadeia privada de televisão SIC e a emissora Rádio Renascença transmitirão todo o festival, que é também é um negócio no qual serão vendidos milhões de litros de bebidas e toneladas de sanduíches e outros comestíveis.
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