The Musical Box encanta Belo Horizonte recriando Genesis
Por Maurício Gomes Angelo
Fonte: The Musical Box
Postado em 04 de outubro de 2005
No último sábado, dia 01 de Outubro, o grupo canadense The Musical Box, trazendo a turnê "The Lamb Lies Down On Broadway", de 1974-75, do Genesis, apresentou-se em Belo Horizonte.
E, de fato, todas as promessas foram cumpridas. A reconstituição do esplendor progressivo da banda inglesa vai muito além de uma mera cópia ou homenagem, é como se o próprio Genesis estivesse ali. E o ótimo público (por volta de 1000 pessoas), que compareceu ao Chevrolet Hall, certamente saiu de lá extremamente satisfeito.
Este é o tipo de show que, por merecimento, consegue resgatar o termo "concerto", antigamente aplicado a shows de rock. Slides, instrumentos, iluminação, efeitos especiais (como os de ilusão de ótica), figurino, enfim, produção, organização, performance e execução impecáveis. Denis Gagné é uma das poucas coisas que conseguem me fazer crer, por um breve momento, na reencarnação. Pois o respeitável frontman é, literalmente, a personificação de Peter Gabriel. Toda a atuação, pautada pelo consagrado dramatismo cênico de Gabriel, com coreografias, roupas, máscaras, interpretação e muito movimento, é virtuosa tanto no carisma como no vocal, de um perfeccionismo assombroso. Redundante dizer que todos os integrantes são mestres em seus instrumentos (especialmente o baterista Martin Levac), e a sincronia do conjunto - quesito difícil de se alcançar a excelência num espetáculo tão complexo - é inumana.
"The Lamb Lies Down On Broadway", este tratado irrepreensível de esmero progressivo, foi reproduzido nota por nota, nuance por nuance, proporcionando-nos uma suculenta viagem de 30 anos de volta no tempo. O encore final, quando tocaram a estupenda música que dá nome ao grupo, o abre-alas do adorado "Nursery Cryme", com a presença da figura do velho espectro criado por Gabriel, foi apoteótico. Todos aplaudiram de pé. Nada mais justo.
Cariocas e paulistas, que ainda terão a oportunidade de vê-los, está dado o meu recado: compareçam, conhecendo o Genesis ou não. Antes de tudo, é música de altissíma qualidade. Um concerto que merece ser visto muitas e muitas vezes. O faria de novo, e no dia seguinte, se tivesse a chance. Por hora, recorro somente às minhas lembranças. Um dos raríssimos eventos
do ano que merecem, sem exagero, a classificação de "imperdível". Vá. O remorso não é um companheiro muito agradável.
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