Revista Rolling Stone chega a 1.000 edições
Fonte: Terra Música
Postado em 15 de maio de 2006
A revista americana Rolling Stone, que desde o seu nascimento há 39 anos oscila entre a contracultura e o jornalismo convencional do showbiz, com capas que a tornaram um dos ícones de sua época, completa nesta semana 1.000 edições.
O primeiro número da revista quinzenal, fundada em São Francisco por Jean Wenner e Ralph Gleason graças a US$ 7,5 mil adquiridos em um empréstimo de amigos e familiares, foi concebida no dia 9 de novembro de 1967 com a primeira das várias capas que John Lennon ocupou, neste caso vestido como um soldado britânico da Primeira Guerra Mundial (1914-1918).
Embora se tratasse de uma fotografia promocional do filme anti-belicista How I Won the War, do qual participava o Beatle, a foto "mostrava claramente os caminhos culturais e políticos que acabaram definindo a Rolling Stone", explicava Wenner, que ainda dirige a revista, em um artigo a respeito do aniversário.
"Naqueles primeiros anos, estávamos pensando tanto em chegar à imprensa a tempo como em causar polêmica", acrescentou.
Era uma época repleta de desafios e de música nova que exigiam um enfoque diferente.
A Rolling Stone foi a segunda revista de crítica de rock criada nos Estados Unidos, depois da Crawdaddy!, nascida em 1966, e uma das primeiras do mundo.
Além de estar atenta à nova música, a Rolling Stone construiu a sua imagem reunindo entre seus funcionários os representantes mais simbólicos do "new journalism" americano - como Tom Wolf e Hunther Thompson, o pai do "jornalismo gonzo" - e, sobretudo, elaborando suas capas com esmero.
"Após alguns anos aprendemos que as capas mais noticiosas, mais quentes e mais sexys eram a chave para vender muitas revistas nas bancas", disse Wenner.
A partir desse ponto de vista, a chegada da fotógrafa Annie Leibovitz à revista em 1970 teve uma importância capital. "Com ela, as capas da Rolling Stone passaram a ser espontâneas e particularmente artesanais", lembrou o fundador.
"Sem dúvida", acrescentou, "a melhor capa que já fizemos é a da foto de John (Lennon) e Yoko (Ono) tirada na véspera da morte" do músico, em 1981.
Na foto mencionada, Yoko aparece vestida estirada em uma cama e Lennon, nu, abraçando-a quase em posição fetal.
A fotografia em preto e branco - eleita recentemente como a melhor capa dos últimos 40 anos -, foi, segundo Leibovitz, uma casualidade.
"O interessante é que ela disse que tiraria a parte superior de sua roupa e eu disse 'fique vestida', sem ter preconcebido em nada a foto".
Para manter a fórmula, a Rolling Stone nunca abandonou suas posições políticas.
O exemplo recente mais evidente é o número dedicado a George W.Bush no qual perguntava se era o "pior presidente" que o país já teve, argumentando que sua presidência é quase "uma desgraça histórica colossal".
AFP
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