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Michael Schenker: os shows do Brasil e uma análise histórica

Por Danilo Rodrigues de Matos
Fonte: Scorpions Brazil
Postado em 05 de julho de 2013

E Michael Schenker retorna ao Brasil, mais uma vez, acompanhado agora de expressões tais como "Temple Of Rock" e "Lovedrive Reunion". Expressões estas que têm sido recorrentes nas suas últimas turnês e que os apreciadores de sua música já estavam habituados. A "novidade", de fato, é a expressão "Tokyo Tapes" e a presença de Uli Jon Roth, deixando no ar uma possível repetição do que acontecera no registro "Legends Of Rock", da década anterior, ocorrido na saudosa Donington. E apenas no ar ficou, pois o objetivo do encontro era algo muito diferente.

É importante esta demarcação com o intuito do esclarecimento do leitor pouco assíduo do território caótico do "Mad Axeman". Algo que mudou na trupe de Michael Schenker neste primeiro semestre de 2013 foi, sem dúvida, o conceito dos seus shows. Ele não foi alargado: mantém a base "Lovedrive Reunion" como marca do reencontro com Herman Rarebell e Francis Buchholz, somada a direção daquilo que contempla os outros momentos de sua carreira, muito mais amplos em temporalidade e importância, já aparentando que algo está por vir, tendo como referência a permanência do vocalista Doogie White. A marca maior da importância dada a Doogie foi a sessão com as músicas "Before The Devil Knows You're Dead" e a inédita "Horizons", ambas compatíveis com a sua abordagem vocal. O que temos nos shows do Brasil é uma mescla de dois movimentos: um retrospectivo, que contempla ainda a presença de Herman, Francis e Uli como outro prospectivo, que é a configuração de uma nova banda que visa a manutenção de uma experiência sólida, que agradou Schenker e resultará também em um novo álbum no próximo mês de novembro. Ao contrário do que o público possa acreditar, o último álbum de Michael Schenker é um álbum solo, não tinha como concepção a formação de uma banda. O encontro ocasional com Herman Rarebell na Inglaterra, que estava acompanhado de Pete Way (Schenker e eles têm propriedades na mesma área urbana), foram a faísca sugestiva para jams e um convite a Francis, sugerido por Herman, e que constituiu, enfim, neste retorno saudosista ao material consistente do bom álbum "Lovedrive", de 1979. Michael Schenker não tinha o hábito de visitar este material, apenas o fez em datas comemorativas. Os demais músicos convidados para a gravação do Temple Of Rock foram um bônus e, alguns deles, muito assertivos.

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Esclarecido então qual foi o ponto de partida da "Lovedrive Reunion", podemos afirmar um dado: o que veríamos não seria a simulação de um show do Scorpions e sim de um revival da experiência em estúdio de Michael, Francis e Herman. Algo contraditório, na análise deste redator, foi a adesão de músicas como Blackout e Rock You Like A Hurricane, que contém a assinatura de Herman Rarebell, quem ajudou a escrevê-las. Algo que, inclusive, o público de São Paulo e Goiânia não viram: perda para quem esperava uma simulação do Scorpions, pouco relevante para quem esteve presente para a apreciação da obra de Michael Schenker nos seus diversos eixos. Para que não percamos o que é pertinente sobre o aspecto "revival" que mencionei, é válido deixar grifado que o mesmo ocorrera com Uli: não era um show do Scorpions, mas uma comemoração do mago (que tem acontecido não só no Brasil) dos 40 anos de seu tempo no Scorpions. Antes de tudo, foi uma celebração ao material brilhante de Uli Jon Roth e do legado que deixou. No que compete ao material do Lovedrive, como se esperava estavam presentes "Another Piece Of Meat", "Lovedrive" e "Coast To Coast", que levaram a marca do Mad Axeman. "Holiday", também não apresentada em São Paulo e Goiânia, foi um bônus belíssimo, muito em virtude do solo que Schenker escreveu para a versão que tem executado. Pode ser ouvido no seu último Blu-ray, "Live In Europe''. Nas 3 músicas de sua autoria, um som encorpado, pesado e muito próximo daquilo que o material de 79 entregou. Faixas dotadas de uma agressividade que era enfática na vida de Michael Schenker naquele momento, que ao mesmo tempo que se negava ao comprometimento definitivo com o Scorpions, gravava as primeiras demos com o baixista Billy Sheehan daquele que viria a ser o primeiro álbum da MSG, intitulado "The Michael Schenker Group", de 1980.

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O primeiro grande colapso físico e mental de Schenker surgiu neste contexto e a resultante foi o direcionamento da sua carreira solo. Tanto por desejo quanto por necessidade. Deste debut mencionado, o público brasileiro pôde ouvir as faixas "Armed And Ready" e a clássica instrumental "Into The Arena". Apesar dos problemas na vida pessoal e o temperamento difícil, Michael Schenker não deixou de atrair grandes músicos para trabalhar em seus álbuns. Nas músicas em questão, existem os dedos do tecladista Don Airey e do baterista Simon Phillips, que dispensam comentários. Além de suas técnicas apuradas, conseguem dar fidedignidade para o novo direcionamento do guitarrista alemão, que depositava toda a sua catarse neste álbuns. O Schenker do UFO tinha um approach mais voltado para o hard rock melódico, cujas bases ele inclusive ajudou a estabelecer. Na MSG, nós vemos a emergência de uma aproximação maior com o metal, inclusive na escolha dos membros que ajudariam a dar vida a este material. Entretanto, é válido ressaltar que a essência melódica e extremamente sentimental de Schenker não se perdera, e o hard rock ainda se manteve em voga também nestes álbuns. O ápice do seu flerte com o metal se dá no terceiro álbum desta fase inicial da MSG, chamado "Assault Attack", produzido pelo lendário Martin Birch (aquele mesmo, que obteve consagração na produção dos álbuns oitentistas do Iron Maiden). Nós brasileiros também pudemos contemplar a música título deste álbum nos shows. O vocal grave de Graham Bonnet, que foi o vocalista de estúdio, dava a tônica da faixa, algo que Doogie White não consegue reproduzir muito bem pela diferente tessitura. As demais faixas da MSG apresentadas foram a praticamente auto-referencia de Schenker, do segundo álbum, chamada "Attack Of The Mad Axeman", muito melódica e que resgata a pegada do finado Cozy Powell nas baquetas. Já a outra música foi a do quarto e último desta fase, chamada "Rock My Nights Away", que é uma boa síntese do que era a música de Michael Schenker naquela época.

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Mas, caro leitor, o que era de fato preocupação dos apreciadores de Schenker era, sem dúvida, o que ele havia escrito no UFO. Em outras palavras, o seu material setentista, que o consagrou e serviu de referência para uma lista imensa de guitarristas que o sucederam. Eram estas faixas que os "tios" de "30 e muitos", 40 anos de idade estavam ávidos para prestigiar. E Michael Schenker não deixou barato: desta época, trouxe até nós "Only You Can Rock Me", "Lights Out", "Let It Roll", "Shoot Shoot" e "Too Hot To Handle". Aqueles que estavam em Belo Horizonte ainda puderam sentir na pele as duas músicas lendárias de seu primeiro álbum pós-Scorpions, que são "Doctor Doctor" e a incrivelmente inspirada (e seu hino último), intitulada "Rock Bottom". Estas duas últimas, do álbum "Phenomenon", de 1974, demonstram a precocidade e genialidade de Michael Schenker. Problemático, egocêntrico... mas um gênio precoce. Escrever uma música como Rock Bottom com apenas 18 anos de idade foi praticamente um estatuto de que Schenker teria a sua importância histórica, entraria no hall daqueles que revolucionaram os modos de tocar um instrumento tão belo como a guitarra. Algo que o nosso grande mestre e criador da guitarra elétrica, Les Paul, já havia previsto ao dizer para Michael, num breve encontro nos anos setenta, que a mãe dele choraria quando o escutasse na rádio.

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Belo Horizonte não apenas ouviu Doctor Doctor e Rock Bottom. Tiveram também o privilégio de ouvir uma versão estendida e cheia de feeling do solo de guitarra desta última. Impressionante, pois era algo que o mais esperançoso dos apreciadores de Schenker jamais imaginaria: que algum dia ele voltasse a tocar da forma que tocava nos anos setenta, que culminaria no clímax do álbum "Strangers In The Night", lançado em 1979. Seguramente, quem esteve nos 3 shows de uma maneira geral e conhece a obra de Schenker, não sentirá desconforto ao fazer tal afirmação. Michael Schenker resgata através destas músicas e shows em terras tupiniquins aquela mesma vibração, harmonia, melodia e toda tensão emocional que foram a fundação da sua música. Música que nasceu em tempos de tormenta, catarse e conflito, o que justifica em parte a razão dos sentimentos de Schenker ressoarem tanto nestas músicas da primeira era do UFO, principalmente. Quando Michael deixou o Scorpions para se unir ao UFO, foi para a Inglaterra sem saber falar uma palavra sequer em inglês. Sua única companhia foi Gaby, que seria sua futura esposa e também outro grande trauma de sua vida (papo para uma outra oportunidade). Além do constante isolamento, algo interessante também de mencionar é uma fala de seu irmão, Rudolf Schenker, sobre como Michael se sentia com os membros do UFO, que Rudolf considera a "base dos seus males": numa antiga entrevista, Rudolf conta que Michael, além da barreira do idioma, sofria muito com a suposta ditadura do vocalista Phil Mogg e este o deixava inseguro como músico e guitarrista, principalmente depois do ingresso de Paul Chapman sem consultá-lo. A impossibilidade de falar em inglês e entender o que se passava marcou Michael. Rudolf diz que, ao contrário do Scorpions, o UFO não era uma banda democrática e que, por frustração, Michael se fechou como jamais havia feito desde então. No que compete à fidedignidade deste relato, é importante lembrar que Rudolf sempre foi um conselheiro pessoal de Michael, a quem ele procura quando está com dúvida sobre qual decisão tomar.

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Aliado a todas estas variáveis, o comportamento introspectivo e personalidade introvertida de Michael Schenker tornaram-no ainda mais recluso, e assim criou sua música, tendo como base estas suas próprias vivências. Foi também nesta época que Michael Schenker parou de ouvir músicas alheias para se focalizar nas suas próprias criações, algo que se tornou não apenas conduta, mas também sua filosofia. A única referência às bases sentimentais de sua música costuma ser a clássica "Theme From An Imaginary Western", da banda "Mountain" e escrita por Leslie West (algo que ele mesmo menciona quando perguntado).

Toda esta contextualização foi no sentido de clarificar o que traziam estas músicas da era UFO (como as demais que analisei no mesmo movimento), que certamente os públicos presentes nas 3 datas pôde sentir de maneira muito clara. Michael Schenker não é apenas um guitarrista técnico, mas que chama a atenção principalmente pela maneira como se expressa... e sempre acompanhado da sua velha companheira e também marca identitária do seu som, que é o modelo de guitarra Flying V. Algo que a empresa que o patrocina, a Dean Guitars, soube muito bem explorar. Por uma hora e meia, pouco mais ou pouco menos dependendo de onde você esteve, Schenker desfila com vários modelos de suas Flying Vs: Yin Yang, Strangers In The Night, Kaleidoscope. Mas o grande sabor e atrativo para seu apreciadores foi vê-lo novamente como o modelo Retro, que marcou uma era nas suas mãos, praticamente de 1980 até os primeiros anos do século XXI. Não víamos esta guitarra desde o fim do contrato com a Gibson e ela foi, sem dúvida, mais um atrativo neste shows históricos no Brasil, muito mais do que este texto e suas limitações!

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