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Marty Friedman: comentários sobre a nova faixa "Whiteworm"

Por Rodrigo Contrera
Postado em 02 de julho de 2017

Conheço ou acompanho (às vezes mais profundamente, outras mais na superfície) desde bem o comecinho a trajetória do guitarrista Marty Friedman. Lembro-me como se fosse hoje de quando ouvia seu trabalho instrumental, no final dos anos 80, quando ele se juntou ao Jason Becker no Cacophony, e quando depois subiu no mainstream, entrando posteriormente no Megadeth. Mas não o acompanhei nessa banda, cujo som ainda venho conhecendo. O Marty que me tocava mais, e que ainda mais me toca, é o do guitar hero, sozinho com uma banda de gente que faz o que ele imagina. Lembro-me de quando eu vi CDs dele com influências japonesas, um de seus grandes mercados, mas esse Marty também não me atraía muito. O Marty que mais me atraiu, após seu debut, foi o de Inferno.

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Whiteworm, uma nova faixa do seu novo trabalho, Wall of Sound (2017), acaba de ser postada no Whiplash, pela Carol Manzatti, e isso me levou a ouvi-la rapidamente. Daí que resolvi resenhá-la, embora brevemente.

Estilo

O estilo do Marty sempre navegou entre um rock pesado com uma boa base, bastante fácil de identificar, e melodias que com o seu toque (ou timbre) parecem retiradas de filmes românticos (ou parecem ambientar esses filmes). Aliás, até hoje não sei como é que os diretores de cinema não perceberam como o Marty seria bom na telona.

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Nos anos 80, em sua carreira solo, o Marty navegava em músicas intrincadas, que pareciam encavalar coisas que não pareciam ter nada a ver entre si. Mas que com ele combinavam. Por outro lado, ele apostava também em melodias bastante fáceis de memorizar, que expressavam um romantismo que não combinaria posteriormente com o Megadeth. Lembro-me de ter lido aqui mesmo no Whiplash o Marty explicando por que saiu da banda. Claro, ele começava a ver a si mesmo do lado de fora, e percebia que não consumia (ou seja, não gostava) do que ele mesmo fazia. Creio que parte disso caiba a esse tipo de rock, algo romântico ou oriental, que não encaixava no Megadeth.

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Por outro lado, Marty também tem um estilo agressivo com um toque particular que criou um estilo próprio. E esse estilo agressivo está, por exemplo, bastante caracterizado em Inferno. Um estilo que remete ao Marty dos anos 80, mas que também não se restringe a algo pesado que se pareça com algo que outras bandas façam. Pois, que não seja pelo timbre, eu consigo reconhecer o estilo Marty Friedman na hora quando o ouço, e não é pelas melodias, nem nada, mas por conjugar uma agressividade que sempre tem um quê de lírica.

Whiteworm

Não sei o que é um Worm branco, e nem imagino a que a faixa que comento se refere. Mas percebo que na faixa, como em quase todas as do Marty, há uma história a ser contada. Porque ele é assim. Ele conta algo com sua guitarra.

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A faixa, no caso, é um entremeado de Martys atuais e antigos, com trechos lentos, melódicos, solos muito gostosos de ouvir, mas nada fáceis de decorar, e dois momentos em que a parte rítmica apela para algo meio latino. Porque é fácil perceber que a faixa começa com um tema, cria outro, bastante tosco, para em 1 min mais ou menos, mudar para uma parte melódica, sendo que em 2 min mais ou menos muda novamente, voltando para o início, havendo novas mudanças em 2min35, mais ou menos, sendo que a partir de 3 min a parte melódica principal toma conta de tudo.

Nesse esforço de unir influências, Marty faz uma série de autoreferências (a gente quase pode ouvir Undertow na parte da melodia), uma série de quebras que ele já fez antes na carreira, assim como brinca com ritmos para dar uma aliviada a tudo o que aparece. Mas nesse seu esforço, ele não parece acrescentar muita coisa. Não que seja irritante ouvi-lo se repetir, não é. Mas é algo que a gente não sente como um a mais, como um acréscimo, como a faixa Inferno foi, por exemplo, para mim, naquela época. Por outro lado, é engraçado perceber que o próprio Marty desaconselha os guitarristas a seguirem a vertente instrumental e a fazerem isso mesmo (misturarem gêneros), como li em post aqui mesmo no Whiplash. É como se ele tivesse se acostumado a isso. Nada de errado, mas essa acomodação não agrada tanto assim. A gente meio que percebe uma certa preguiça. Algo bem distante do Marty de começo de carreira, que parecia abrir espaço no mundo com cotoveladas.

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Nesse sentido, embora agrade, essa faixa me parece bastante comum, no trabalho do Marty, e não parece realmente um novo trabalho. Parece mais uma continuação do mesmo, e por isso não posso considerá-la tão boa assim, quando à primeira vista. Como o pessoal dá nota aqui, eu daria 8,0, na boa. Uma faixa que agrada os fãs, claro, mas que não abre os olhos. A própria Carol publicou outras faixas do novo CD, que pretendo também ouvir e talvez resenhar posteriormente.

Espero que tenham curtido.

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Sobre Rodrigo Contrera

Rodrigo Contrera, 48 anos, separado, é jornalista, estudioso de política, Filosofia, rock e religião, sendo formado em Jornalismo, Filosofia e com pós (sem defesa de tese) em Ciência Política. Nasceu no Chile, viu o golpe de 1973, começou a gostar realmente de rock e de heavy metal com o Iron Maiden, e hoje tem um gosto bastante eclético e mutante. Gosta mais de ouvir do que de falar, mas escreve muito - para se comunicar. A maioria dos seus textos no Whiplash são convites disfarçados para ler as histórias de outros fãs, assim como para ter acesso a viagens internas nesse universo chamado rock. Gosta muito ainda do Iron Maiden, mas suas preferências são o rock instrumental, o Motörhead, e coisas velhas-novas. Tem autorização do filho do Lemmy para "tocar" uma peça com base em sua autobiografia, e está aos poucos levando o projeto adiante.
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