Steely Dan: Donald Fagen escreve sobre Walter Becker
Por Rodrigo Contrera
Fonte: Donald Fagen profile
Postado em 05 de setembro de 2017
"Walter Becker foi meu amigo, meu parceiro de escrita e de banda desde que estudamos juntos no Bard College em 1967. Nós começamos escrever pequenas pecinhas num piano que ficava numa pequena sala no lobby de Ward Manor, uma velha mansão à margem do rio Hudson em que os estudantes dormiam.
Nós compartilhávamos o gosto por vários assuntos: jazz (dos anos 20 até os 60), W.C. Fields, os Irmãos Marx, ficção científica, Nabokov, Kurt Vonnegut, Thomas Berger, e os filmes do Robert Altman são alguns que me vêm à mente. Também música soul e blues de Chicago.
Walter havia tudo uma infância dura - eu irei economizar os detalhes. Mas, por sorte, ele era esperto como uma raposa, um excelente guitarrista e um grande compositor. Ele tinha uma visão cínica sobre a natureza humana, inclusive a própria, e era alegre até a histeria. Como toda uma série de garotos de famílias destroçadas, ele tinha o dom da mímica criativa, lendo a psicologia interior das pessoas e transformando-a em arte bastante incisiva. Ele costumava escrever cartas (que não foram jamais enviadas) na voz muito singular de minha esposa Libby que faziam com que ríssemos desbragadamente.
Seus hábitos fizeram o melhor dele no final dos anos 70, e nós nos distanciamos um pouco nessa época. Nos anos 80, quando eu me aproximei do NY Rock e da Soul Revies com Libby, nós nos voltamos a nos juntar, revivendo o conceito Steely Dan e criando uma nova banda incrível.
Pretendo manter a música que criamos juntos viva tanto quanto eu possa, juntos em Steely Dan. Nós sentiremos para sempre sua falta."
Donald Fagen
3 de setembro de 2017
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