Críticas de "Bohemian Rhapsody", do Queen, apontam filme raso e "homofóbico"
Por Igor Miranda
Fonte: Ultimate Guitar
Postado em 30 de outubro de 2018
As primeiras críticas sobre "Bohemian Rhapsody", cinebiografia do Queen sob a visão do vocalista Freddie Mercury, estão sendo divulgadas nesta semana. O filme estreia no Brasil nesta quinta-feira (1°) e, na sexta (2), chega aos cinemas dos Estados Unidos.
Scott Mendelson, da Forbes, disse que "Bohemian Rhapsody" tem um tom homofóbico. "O filme não consegue se libertar da fórmula de cinebiografia, especialmente nos desvios à vida pessoal de Mercury, que, inexplicavelmente, reformula sua história de vida para um 'Afterschool Special' sobre os perigos de farrear e sexo gay. Freddie é apresentado como bissexual, mas o film argumenta que ele teria ficado bem se ficasse em um relacionamento heterossexual e monogâmico com Mary Austin. Seja homofóbico ou slut-shaming, é nojento", afirma.
Steve Rose, do The Guardian, destacou a interpretação de Rami Malek, mas deu apenas duas estrelas ao filme - para ele, o longa tem um "subtexto moralista problemático". "O filme mostra os anos de selvageria de Mercury como um sintoma de sua homossexualidade. Nós vemos Mercury sozinho em Munique, viciado em drogas, sem seus amigos verdadeiros e explorados por seus novos amigos, que, em maioria, são homens farristas vestidos de couro. Isso reduz a homossexualidade de Mercury a algo como: 'ele entrou para a turma errada'", diz.
Segundo Owen Gleiberman, da Variety, "Bohemian Rhapsody" não consegue ser um filme melhor mesmo com um desempenho imponente de Rami Malek. "Apesar do assunto eletrizante, é uma cinebiografia convencional, meio-termo e recortada, que percorre por eventos em vez de se aprofundar neles. E trata a vida pessoal de Freddie - sua identidade sexual romântica, sua solidão, suas aventuras irresponsáveis em clubes gays - com a reticência de luvas infantis", afirma.
Já faz algum tempo que o guitarrista Brian May e o baterista Roger Taylor estão com o conceito de "Bohemian Rhapsody" finalizado - eles serão, inclusive, os produtores executivos do longa. Em entrevistas, eles afirmam que a ideia é fazer um filme mais "familiar", que pode, de certa forma, ocultar detalhes sobre a vida pessoal de Freddie Mercury.
O cantor era bissexual, mas May e Taylor já revelaram, anteriormente, que a orientação sexual do vocalista não era conhecida por eles nos tempos de Queen. A ausência de menções à sexualidade de Mercury teriam feito, inclusive, com que o ator Sacha Baron Cohen - inicialmente cotado para interpretá-lo no filme - desistisse do papel.
O papel de Freddie Mercury acabou ficando com Rami Malek após Sacha Baron Cohen ter discordado do viés que o longa-metragem teria: Cohen queria que a história mostrasse a vida pessoal de Mercury, com direito a classificação indicativa para maiores de 18 anos, enquanto que o roteiro indicava foco na trajetória profissional do cantor.
Em 2016, Sacha Baron Cohen explicou a Howard Stern por que abandonou o elenco do filme. "Não deveria ter ficado tanto tempo envolvido, pois na primeira reunião, anos atrás, um dos membros da banda disse: 'esse filme será ótimo, porque o que acontece no meio é excelente'. Perguntei o que seria e ele respondeu: 'Freddie morre, ué'. Deduzi que seria como 'Pulp Fiction', em que o meio é o fim, mas ele disse: 'não, será normal'. Perguntei o que teria na segunda metade e ele explicou: 'vamos mostrar como a banda seguiu em frente fazendo sucesso'. Eu falei: 'cara, ninguém vai querer ver um filme em que o protagonista morre de Aids no meio e a carreira de seu grupo continua'", afirmou.
Receba novidades do Whiplash.NetWhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps



O guitarrista preferido de Mark Knopfler, do Dire Straits, e que David Gilmour também idolatra
Nova música do Megadeth desbanca - temporariamente - Taylor Swift no iTunes dos EUA
Megadeth, Anthrax, Trivium e Evergrey apoiarão Iron Maiden em turnê pela Europa
Fernanda Lira expõe comentários preconceituosos e recebe apoio de nomes do metal
O subestimado guitarrista base considerado "um dos maiores de todos" por Dave Mustaine
Organização do Bangers Open Air promete novidades; "Vocês não perdem por esperar!"
Jinjer, In Flames e Killswitch Engage confirmados no Bangers Open Air, afirma jornalista
Nick Holmes diz que há muito lixo no nu metal, mas elogia duas bandas do estilo
Nicko McBrain compartilha lembranças do último show com o Iron Maiden, em São Paulo
A "melhor banda de rock'n'roll em disco", segundo Bono, do U2
As 3 teorias sobre post enigmático do Angra, segundo especialista em Angraverso
A banda de forró que se fosse gringa seria considerada de rock, segundo produtora
As melhores de Ronnie James Dio escolhidas por cinco nomes do rock e metal
A canção proto-punk dos Beatles em que Paul McCartney quis soar como Jimi Hendrix
O clássico riff do AC/DC que Malcolm Young achou que era uma merda, a princípio
O dia que fã disse a líder do Nenhum de Nós que hit "Camila" era sobre ele e Renato Gaúcho
A reação de filha de Elvis Presley ao descobrir que Michael Jackson era virgem aos 35 anos
Como Renato Russo se tornou vítima do próprio personagem que ele criou
A razão que fez Freddie Mercury se recusar a tocar clássico do Queen: "Som horrível"
30 clássicos do rock lançados no século XX que superaram 1 bilhão de plays no Spotify
A música do Queen que Freddie Mercury só tocava no "piano errado"
A canção do Queen que Brian May achou que era piada até ouvir "estou falando sério"
O disco do Queen que Régis Tadeu considera constrangedor - mesmo tendo um hit atemporal
O clássico do Queen que Elton John achou título péssimo: "Vocês vão lançar isso?"
A clássica canção do Queen que Elton John detestou e achou o título "absolutamente ridículo"
3 bandas clássicas que felizmente mudaram de nome antes de fazer sucesso
O ritual assustador no show do Queen que apavorou o Kid Abelha no Rock in Rio de 1985
O álbum do Queen considerado "o mais bem gravado da história do rock" por Axl Rose em 87



