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Escombro: vocal é conduzido a distrito policial após música contra a PM

Por Igor Miranda
Fonte: UOL
Postado em 11 de junho de 2019

O jornalista Maurício Dehò, do portal UOL, reportou que o vocalista Lucas Ferreira, o JG, da banda de hardcore Escombro foi levado a um distrito policial após um show em um festival do estilo, União Underground Fest, no último sábado (8).

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JG chamou a atenção de dois policiais ao anunciar a música "S.O.P. (Sistema Padrão Operacional)", do álbum "Maldita Herança" (2017) - a versão de estúdio conta, inclusive, com a participação do chef Henrique Fogaça, do "MasterChef Brasil", nos vocais. O cantor fez um discurso contra a polícia, enquanto corporação, e não aos policiais de forma individual.

O cantor destacou que os policiais queriam intervir e levá-lo imediatamente para prestar esclarecimentos no distrito policial, porém, isso não aconteceu: eles tocaram a música e concluíram o show. Antes da apresentação chegar ao fim, o vocalista chegou a pedir desculpas aos agentes, que se posicionaram próximo ao palco.

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Na página do UOL, há vídeos do ocorrido:
https://entretenimento.uol.com.br/noticias/redacao/2019/06/10/show-de-hardcore-acaba-no-dp-apos-musica-contra-a-pm-vocalista-relata-ameacas.htm

Apesar disso, JG afirma que outras seis viaturas chegaram ao local. "Eles fizeram uma barganha para que eu fosse conduzido ao DP. Falaram que se eu não fosse, iam acabar com o festival de forma violenta", disse o vocalista ao UOL.

O vocalista disse que ficou quatro horas detido e "chegou a ser deixado nu e sofreu ameaças verbais e agressões físicas - ainda que diga que não as pode comprovar, já que não deixaram marcas", conforme descrito pelo UOL. "Eles me conduziram para o 21º DP. Durante a condução, um dos PMs me ameaçou, dizendo a seguinte frase: 'Quem você pensa que é? Você vem para Brasília tocar e fala uma coisa dessas? Brasília não é igual a São Paulo, que a polícia é relaxada. Aqui em Brasília você pode vir tocar e infelizmente pode acontecer alguma coisa com você e você pode sumir e nunca mais voltar para SP'", contou JG ao UOL.

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O cantor responderá por desacato e por incitação à violência. Ele foi liberado após assinar um termo circunstancial.

A Polícia Militar do Distrito Federal disse, em nota enviada ao UOL, que estava fazendo a segurança do evento quando JG "ofendeu instituições de segurança pública e policiais militares". Isso, segundo o Código Penal (artigo 286), prevê pena de 3 a 6 meses de detenção ou multa a quem "incitar publicamente a prática de crime". Já o artigo 331 prevê de 6 meses a dois anos de detenção ou multa "a quem desacatar funcionário público no exercício da função ou em razão dela".

"A equipe solicitou ao organizador do evento que informasse ao vocalista que, por conta dos xingamentos, ele seria conduzido à delegacia por desacato. O vocalista foi levado à DP, onde assinou Termo Circunstanciado de Ocorrência. O artista não foi algemado e esteve todo o tempo amparado por um advogado", diz a nota enviada ao UOL.

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Confira, a seguir, a reportagem completa do UOL:
https://entretenimento.uol.com.br/noticias/redacao/2019/06/10/show-de-hardcore-acaba-no-dp-apos-musica-contra-a-pm-vocalista-relata-ameacas.htm

A organização do União Underground Fest publicou uma nota de esclarecimento em suas redes sociais. Confira na íntegra:

"Salve, galera! Muitas coisas têm saído na mídia por causa do ocorrido no festival com nosso grande amigo @jotacaoveio. Vamos aos pontos:

1 - O festival respeita o livre pensar de cada um. Não faria sentido criar um festival denominado UNIÃO UNDERGROUND sem respeitar as diferenças.

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2 - Muito foi veiculado que houve truculência por parte da polícia no festival. O que de fato houve foi que dois policiais militares estavam de serviço circulando pelo show e se sentiram ofendidos por uma letra da banda @escombro.hc e comunicaram que o festival deveria ser paralisado e que o vocalista estaria detido para prestar esclarecimentos. Não houve gás de pimenta ou qualquer tipo de violência como alguns veículos estão divulgando. O vocalista, antes de ser conduzido à delegacia, se desculpou publicamente, ainda no palco, perante os policiais que estavam ali presentes com o objetivo de acalmar os ânimos, pedindo a compreensão por parte do público para que o evento pudesse transcorrer da melhor forma possível. Quanto ao ocorrido com o vocalista no trajeto para a delegacia, ele tomará as providências que achar cabíveis, contando com o apoio da produção do evento.

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3 - A produção do festival disponibilizou um advogado para que o problema fosse resolvido o quanto antes, tanto que o cantor voltou ao festival antes do término do show da banda @penseoficial.

4 - O Administrador Regional da Candangolândia foi de uma sensatez extraordinária se fazendo presente, mediando as conversas com os policiais e garantindo que o show continuasse transcorrendo para não frustrar o grande público presente. Reiteramos o nosso muito obrigado.

Agradecemos também ao público presente que curtiu todas as apresentações e se manifestou de forma ordeira e pacífica diante do ocorrido. Vocês foram incríveis!"

URL do post:
https://www.facebook.com/UUFest/photos/a.449765432212634/622925531563289/?type=3&theater

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Sobre Igor Miranda

Jornalista formado pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU), com pós-graduação em Jornalismo Digital pela Universidade Estácio de Sá. Começou a escrever sobre música em 2007 e, algum tempo depois, foi cofundador do site Van do Halen. Colabora com o Whiplash.Net desde 2010. Atualmente, é editor-chefe da Petaxxon Comunicação, que gerencia o portal Cifras, Ei Nerd e outros. Mantém um site próprio 100% dedicado à música. Nas redes: @igormirandasite no Twitter, Instagram e Facebook.
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