Rock in Rio: Whitesnake e Foo Fighters velhos e novos clássicos na Cidade do Rock
Por Igor Soares
Postado em 03 de outubro de 2019
Fotos: Igor Soares
Certa vez Dave Grohl disse que não queria ser lembrado, pro resto da vida, apenas como "o baterista do Nirvana". Passados 25 anos, o FOO FIGHTERS, aquele despretensioso projeto gravado em uma fita cassete se transformou em uma das mais consagradas e carismáticas bandas de rock do planeta e capaz de colocar pra cantar, durante duas horas, uma multidão de mais de 100 mil pessoas. De volta ao Rock in Rio depois de 18 anos, a banda americana entrou no palco já com o jogo ganho, mas antes disso muita coisa aconteceu na Cidade Rock.
O dia de apresentações começou nublado, e o excelente show do EGO KILL TALLENT apesar de não abrir o tempo, abriu diversas rodas no meio da galera. Sem medo da chuva o quarteto mandou ver, agitou o público com músicas de seu primeiro álbum e foi muito bem recebido. O DETONAUTAS veio logo depois com seus hits radiofônicos, sem muitas novidades, mas acompanhados dos caras do PAVILHÃO 9 fizeram uma mistura "interessante" e que teve como ponto alto o cover para "Killing in The Name" do Rage Against The Machine.
O primeiro show no Palco Mundo era um dos mais esperados daquele dia do festival, o encontro de CPM 22 e RAIMUNDOS, duas bandas brasileiras pra lá de consagradas tocando músicas que o público sabia cada vírgula de suas letras na ponta da língua. Bola dentro do festival, que avaliando depois o que viria em seguida poderia até ter colocado esse show em um horário melhor.
Os veteranos e desfalcados TITÃS se apresentaram no Palco Sunset. Com apenas três dos seus membros originais, aos poucos o grupo parece estar perdendo a energia e o vigor que sempre foi marcante no seu som. As participações de Ana Cañas, Érika Martins e Edi Rock nem de longe trouxeram algo de novo para o show que passou bem longe de empolgar a plateia como antigamente.
Logo depois veio o "show de humor" do TENACIOUS D no Palco Mundo que tirando a participação do brasileiro Júnior Groovador, não foi nada engraçado. Show dispensável e de certa forma uma bola fora do evento que poderia ter escalado algo melhor para o horário nobre do festival.
O WHITESNAKE veio depois com um show digno de entrar para a lista dos melhores do evento. David Coverdale, do alto dos seus 68 anos de idade e cantando muito bem, teve o público na mão durante o show inteiro. Dono de uma voz marcante e uma simpatia sem igual, o vocalista fez a multidão cantar clássicos como "Love Ain't No Stranger", "Is This Love", "Here I Go Again" e "Burn". Um showzaço que merecia, de verdade, ter rolado no Palco Mundo.
Antes da atração principal da noite era a vez do WEEZER, que chegou sem muito barulho e fez um show até divertido, inclusive mais engraçado que o da banda de Jack Black, com direito ao vocalista Rivers Cuomo se esforçando para falar português e alguns "covers de buteco" do mais recente disco da banda. Destaque mesmo apenas para excelente balada "Island In The Sun" que funcionou muito bem ao vivo em um show que, pela carreira da banda, confesso que esperava muito mais.
Mas a multidão queria mesmo o FOO FIGHTERS e quando eles vieram, chegaram arrebentando tudo com "The Pretender" e "Learn To Fly" abrindo o setlist. O resultado não poderia ser outro, público respondendo a altura do tamanho da banda. A empolgação seguiu por todo o show, com os brasileiros cantando até as mais recentes "Run" e "The Sky Is a Neighborhood" com o mesmo entusiasmo. Seriam novos clássicos? Aliás esse adjetivo é algo que começa a se tornar comum quando se fala dessa banda. Será que estaríamos diante da mais nova banda clássica do rock? Afinal, mesmo com muita gente ainda torcendo o nariz para Dave Grohl & Cia, é impossível não reconhecer o tamanho e a importância da banda nos dias hoje.
Sucessos como "Times Like These", "My Hero" e "Walk" mantiveram o público animado e interagindo bastante com a banda, que ainda teve tempo para "brincar" de Queen em "Under Pressure" com Taylor Hawkins no vocal e Dave Grohl na bateria.
O show ia caminhando para o seu final e a metralhadora de hits continuava, com o público cantando tudo em "All My Life", "Monkey Wrench", "Big Me", "Best Of You" e na excelente "Everlong" que fechou com chave de ouro esse que sem dúvidas foi mais um grande show da banda no Brasil.
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Rock In Rio 2019
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