Expurgo: entrevista com uma das referências do grind nacional
Por Mário Pescada
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Os mineiros do EXPURGO, ao longo de quase 20 anos de estrada, com muito trabalho e apresentações insanas, foram ocupando aos poucos o devido espaço que a banda merece no cenário da música extrema. São, sem sombra de dúvidas, uma das maiores referências do grind nacional, com seu som carregado de influências do punk, hardcore e death metal.
Através da gravadora Back Hole Productions, lançaram dois petardos: "Burial Ground" (2010) e "Deformed By Law" (2018), fora uma pancada de EP´s, splits, K7, tributos ao NAPALM DEATH e DISRUPT, etc.
Um dos maiores prêmios por tanta ralação foi a honra de serem convidados para tocar no "Obscene Extreme Fest" (OEF) em 2018 na República Tcheca, ao lado de grandes nomes do punk, grind, death, etc. O OEF é considerado o maior festival de música extrema do mundo!
Para conhecer um pouco mais dessa baita banda, o 80 Minutos foi atrás do guitarrista Philipe Belisário (PB) para uma entrevista conduzida pelo colaborador Mário Pescada (MP). Confira!
(MP): Em julho desse ano completa dois anos da participação do EXPURGO no "Obscene Extreme Festival" (OEF), considerado o maior festival de música extrema do mundo. Vocês tocaram no mesmo dia que CRIPPLE BASTARDS, BIRDFLESH, MOB-47, ROTTEN SOUND, ASPHYX, NAPALM DEATH, WORMROT...já caiu a ficha para você?
(PB): Olá a todos, obrigado pelo convite. Caiu cara, caiu! Na verdade, tô precisando é voltar, mas não para tocar, tocar é muito compromisso, quero ir pra acampar lá, extravasar e assistir aos shows sujo de lama.
(MP): Lá no OEF, quais shows você assistiu e que mais curtiu? O que você viu de diferente desse festival para os daqui?
(PB): Olha, o tal da banda de Singapura WORMROT mexeu comigo, só de escrever essa reposta aqui me causa arrepios, me pegou pela alma. Eu nem era tão fã deles, mas passei a ser depois do show, tem algo ali ao vivo que é magia, coisa rara que não se explica, a música deles é forte, profunda. CRIPPLE BASTARDS, GENERAL SURGERY e o GRAVE foram incríveis também. MOB-47 decepcionei, talvez palco fosse muito grande para sujeira deles. A principal diferença para os festivais daqui talvez seja a completa falta de seguranças no local, lá é insano o carnaval que o público faz. Carnaval mesmo: fantasias, gente doida, pelada, etc. Não tem rigidez ou cobrança de ninguém em cima de ninguém.
(MP): Vocês postaram na página do Facebook da banda um trecho do documentário sobre a "Deforming Europe Tour 2018", referente a passagem pelo OEF, Alemanha, Bélgica e Polônia. O que e quando esse projeto, tocado pelo pessoal da Goblin Tv, deve sair?
(PB): Deve sair este ano, ficou lindão viu, mostra o rolê todo sem censuras e a Goblin ainda foi além e tiveram a manha total de deixar essa banda de carroceiro com cara de cinema. Excelente, muito ansioso para ver isso lançado.

(MP): Para março do ano passado, a banda tinha duas datas agendadas no Peru e uma data na Colômbia, onde tocariam no "Insanity Assault Festival", vocês estavam anunciados como "uma das bandas mais representativas do grindcore sul americano". Foi a primeira travada que a pandemia trouxe para vocês?
(PB): Velho, um ano organizando, o rolê seria surreal, íamos tocar em Cuzco, ir ao Machu Picho, depois Lima, Medellín, tudo como banda headliner (o que não sei se é bom ou ruim afinal). O voo era num domingo. Na sexta à noite, a gente arrumando as malas... bum... fecham-se as fronteiras e inicia-se essa nova era. Desde então, a banda não se reúne pessoalmente. Mas vai passar isso tudo uma hora e essa tour vingará.
(MP): Vi uma entrevista da banda no Canal Scena em que vocês falam de um convite que rolou para tocar no Japão - esse também deu ruim por causa da pandemia. Como que ia ser? Era uma mini tour, foi dito o nome das bandas que iam tocar junto? A cena noise/grind é forte por lá e eles gostam muito das bandas brazucas, qualquer estilo que seja.
(PB): Esse vai rolar ainda, é uma logística mais complexa e cara que a Europa, estamos nos organizando. A cena noise/grind lá é pirada, só banda massa, a pegada japonesa na arte é muito peculiar eu gosto de praticamente tudo que vem de lá.
(MP): Vocês participaram do disco "Siege Of Grind" (2013), um tributo ao NAPALM DEATH só com bandas brasileiras, com a música "All Links Severed". Em 2016, vocês abriram o show deles justo aqui em BH. Como que foi poder encontrar com eles, já que são uma grande referência no som de vocês? Chegaram a falar desse disco?
(PB): Pessoalmente acho que me falta sorte com o NAPALM DEATH, esta gravação foi a única que não participei, estava numa fase complicada. Leandro, ex-baixista, quem gravou as guitarras e os caras fizeram tudo, fui ver só bem depois. Daí quando finalmente fomos tocar com o NAPALM DEATH eu adoeço, toquei cheio de remédio na cabeça e não entendi bem as coisas. Mas ainda assim foi demais, né. E foi bem legal também o movimento que rolou na internet pedindo para gente abrir o show (nota: refere- a movimentação dos fãs que fizeram pressão na organizadora do evento para colocar o EXPURGO abrindo o show, a princípio, não haveria banda de abertura).

Acesse o site do 80 Minutos para ler o restante dessa entrevista.
Para adquirir material do EXPURGO, entre em contato direto com a banda através das suas redes sociais.
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FONTE: 80 Minutos
https://80minutos.com.br/interview/95