Melhores de 2021: os favoritos do redator Victor de Andrade Lopes
Por Victor de Andrade Lopes
Postado em 09 de janeiro de 2022
Esta lista não deve ser entendida como uma lista de "melhores", até porque elas só servem para gerar polêmica nos comentários e vêm sempre recheadas com os mesmos nomes óbvios de sempre para fazer média com gravadoras e agradar as massas. Aliás, como é possível elaborar uma lista de melhores antes mesmo de um ano acabar se a quantidade de horas de música lançadas é superior à quantidade de horas de que um ano inteiro dispõe?
Os itens abaixo foram selecionados e ordenados seguindo exclusivamente meu gosto como fã, e não minha análise como jornalista, embora alguns comentários se baseiem em minhas próprias resenhas dos mesmos, que você pode conferir no meu blog Sinfonia de Ideias ou aqui mesmo no Whiplash.net.
PS: O ranking original foi publicado em meu perfil no Facebook e tem também uma lista das minhas 21 músicas favoritas do ano.
10. To the Power of Eight – van Canto
Toda vez que eu decreto o "fim" do van Canto, eles dão um jeito de se reinventar de alguma forma. Digo "fim" entre aspas porque é no sentido de encontrar uma zona de conforto e lá permanecer - algo fácil para um grupo único como este. Desta vez, a reinvenção veio com a volta do vocalista Sly (ainda que como convidado), que agora harmoniza sua voz muito bem com a da já veterana Inga Scharf e a do seu substituto Hagen Hirschmann. Em To the Power of Eight, as oito vozes (na verdade o oitavo integrante é o baterista Bastian Emig) que fazem e fizeram parte do grupo alemão se juntam numa obra que consegue comportar bem todas elas e revigora o rico repertório do conjunto.
9. Call of the Wild – Powerwolf
Faz pouco tempo que eu conheço este relativamente longevo grupo alemão, mas rapidamente já os colocaria entre os 10 maiores do power metal atual. E o oitavo álbum deles, Call of the Wild, é motivo quase suficiente para isso. Duplo, cheio de convidados e forte do começo ao fim, a obra nos cativa ao mesmo tempo em que nos golpeia sem dó.
8. Omega – Epica
Agora que o Within Temptation se enveredou por caminhos experimentais - e tem sido muito feliz, devo adicionar! -, o Epica garantiu com segurança o posto de segundo maior grupo de metal sinfônico do mundo. O magnífico Omega, que explora sonoridades diversas envoltas em orquestrações apoteóticas, é um álbum que já nasceu clássico e lendário e que mantém seus olhos arregalados e sua boca aberta por mais de uma hora.
7. A Shadow of My Future Self – Ross Jennings
Livre para experimentar, o vocalista do sexteto inglês de metal progressivo Haken realizou uma estreia solo surpreendente e rica que faz um verdadeiro festival para os ouvidos. Bebendo um pouco do progressivo mas misturando com pop, soul e otras cositas más, Ross mostrou que o Haken exibe apenas uma faceta de sua voz.
6. The Darkside of Human Nature – Dinnamarque
Vou confessar aqui que não esperava tanto assim deste disco, mas eu fiquei em estado de "uau!" quase o tempo todo enquanto ouvia o dito-cujo. Incorporando elementos progressivos, sinfônicos e até exóticos ao seu som calcado em power metal/heavy tradicional, o quarteto lançou uma obra de altíssimo nível. E o metal nacional agradece.
5. We Are the Truth – Hasse Fröberg & Musical Companion (HFMC)
Fora do The Flower Kings, o guitarrista e vocalista Hasse Fröberg brilha ainda mais liderando seu projeto solo, um quinteto de rock progressivo à la Suécia de muito bom gosto. We Are the Truth, quinto lançamento dos caras em apenas 11 anos, encerrou 2021 num tom otimista e esperançoso - ou pelo menos esses foram os tipos de sentimentos que suas faixas me suscitaram. Torço para que causem o mesmo efeito em você!
4. Swagger & Stroll Down the Rabbit Hole – Diablo Swing Orchestra
Você consegue não se apaixonar por este grupo sueco inclassificável? Eu não. E nem quero. Eu quero é morar dentro das músicas experimentais, densas, inusitadas e loucas que eles fazem. Tipo essas que compõem a lista de faixas de Swagger & Stroll Down the Rabbit Hol, quinto lançamento de estúdio do octeto. Metal, swing, jazz, música clássica, música latina, enfim, tudo que você possa imaginar é jogado no liquidificador e vira... bem...só ouvindo para saber.
3. Vera Cruz – Edu Falaschi
E não é que o ex-vocalista do Angra voltou com tudo? Superando até mesmo o seu próprio projeto paralelo Almah, o cantor paulista investiu 100 mil talkeis numa das obras mais ambiciosas (e bem executadas) do metal nacional deste século. Misturando power metal furioso e conceitual com algumas surpresas (por exemplo, uma participação de ninguém menos que Elba Ramalho), Edu fez história com Vera Cruz - mas também fez polêmica, pois as comparações com o Angra foram inevitáveis. E até tolas, eu diria.
2. Helloween – Helloween
Este lançamento histórico era o meu disco do ano até a semana passada, vejam só. Falando estritamente de heavy metal, ele pode ser sim considerado o grande lançamento de 2021. Sorry, Iron Maiden! Acolhendo de volta o vocalista Michael Kiske e o guitarrista/vocalista Kai Hansen, o ex-quinteto hoje septeto alemão realizou uma das maiores voltas às raízes do século XXI, o que é estampado na capa retrô, inclusive. E tudo isso sem abdicar das modernidades que o grupo veio incorporando na era Andi Deris/Sascha Gerstner. O resultado está aí: presença garantida em listas de finais de ano e a conquista do topo das paradas alemãs, feito inédito para o medalhão do power metal.
1. Churches – LP
Fiquei muito na dúvida se deveria incluir este álbum na versão Whiplash.net desta minha lista anual. Alguns questionarão se isto sequer é rock, e eu mesmo nem mandei pra cá a resenha que fiz deste disco. Mas pensando bem, há elementos óbvios em faixas como "The One That You Love" e "How Low Can You Go". Os mais radicais dirão que estou louco, os mais mente aberta abraçarão a cantora. Aí eu me lembrei que eu escrevo para estes últimos, então cá está. Meu disco favorito de 2021, embora eu só o tenha ouvido na ultimíssima semana do ano. Com 15 faixas muito envolventes, bem produzidas e cantadas com a emoção que elas pedem, Churches é um grande lançamento que consolida ainda mais a frutífera carreira desta cantora que ajudou a moldar a música do século XXI, seja em sua carreira solo, seja escrevendo para os outros.
Menção honrosa: Liquid Tension Experiment 3 – Liquid Tension Experiment
Quando o lendário baterista Mike Portnoy apareceu no segundo disco solo do seu ex-colega de Dream Theater, o guitarrista John Petrucci, o sonho de um novo disco do quarteto de metal progressivo instrumental Liquid Tension Experiment ressurgiu com força. Sem perder tempo, os caras começaram 2021 com este tão aguardado retorno. Enquanto o disco novo do Dream Theater me agradou, mas não tanto para constar aqui, este aqui, embora também não tenha me causado orgasmos auditivos, merece constar na 11ª colocação simbólica pela significância dessa volta 20 anos depois e pela qualidade em si.
Revelação: The Pharaoh's Temple – Thomas Thunder
Um disco de um baterista de 14 anos cuja banda de apoio consiste em ninguém menos que Bumblefoot, Derek Sherinian e Tony Franklin? Como você não ficou sabendo disso? Pois é, esta é a pergunta que me fiz enquanto ouvia esta obra. Para um compositor tão jovem, o trabalho surpreende com o peso e o profissionalismo das canções e abre caminho para uma carreira bem promissora.
Revelação nacional: Nine Mirrors – No One Spoke
O posto anteriormente ocupado pelo próprio Dinnamarque hoje fica com o No One Spoke, grupo de metal sinfônico catarinense com uma violinista na formação. Após uma bem-sucedida campanha de financiamento coletivo, eles lançaram sua estreia Nine Mirrors e mostraram que o Brasil também pode criar boas obras do gênero mesmo na cena independente.
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Capa favorita: The Absolute Universe – Transatlantic
A escolha deste ano foi um tanto difícil, pois na verdade nenhuma capa me deixou, assim, cheio de emoção. Tivemos várias capas boas, mas acabei pegando a do Transatlantic, que começou 2021 com esta louca ideia de lançar três versões diferentes do mesmo disco - cada qual com uma capa diferente. Todas são assinadas por Thomas Ewerhard, com Pavel Zhovba levando o crédito pelo dirigível que é marca registrada do quarteto internacional. Saindo da Terra e navegando pelo espaço, o veículo parece ser o transporte ideal para esta banda que extrapolou os próprios limites numa obra que soma mais de duas horas de ótima música.
Grande decepção: Heart, Mind and Soul – Hardline
Infelizmente, este ano teve até briga para constar aqui. O horrendo Music of the Spheres, em que Coldplay desperdiça um conceito digno de rock progressivo num festival de pop fraco e sem graça? O fraco Skywards, em que o guitarrista Jens Ludwig (Edguy) une forças ao vocalista brasileiro Nando Fernandes (Sinistra, Brother Against Brother) mas se perde em power metal sem gás?Acabei ficando com Heart, Mind and Soul, do Hardline. O quinteto estadunidense parecia ter dado sinais de que voltaria ao rock de gente grande com seu ótimo Life (2019), mas pôs tudo a perder aqui, quando decidiu que agora quer ficar no soft rock de rádio.
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