Fernanda Lira e Rafael Bittencourt dão a real sobre os haters da internet
Por Bruce William
Postado em 25 de abril de 2022
Fernanda Lira (Crypta, ex-Nervosa) esteve batendo um longo papo com Rafael Bittencourt (Angra) para o podcast Pré-Amplifica. Dentre os inúmeros assuntos tratados está a relação da Fernanda (e do Rafael) com os haters, confira a seguir a transcrição adaptada desse trecho, feita pelo Whiplash.net.
Começa com Rafael perguntando para Fernanda se ela sofre com haters, e ela responde: "Muito. Assim, sofrer não sofro porque não dou a mínima". Rafael emenda: "Você se diverte com haters? Porque a gente se diverte", e Fernanda manda de volta: "Algumas coisas são interessantes assim, que meus amigos mandam umas coisas tipo 'mano, esse você tem que ler'. Umas coisas bem bizarras como, por exemplo, que eu pago anúncios nos sites. 'Toda semana tem matéria', dizem, em seguida perguntando: "Quem paga anúncio pra ficar sendo escrotizado?", e Rafael responde, em tom irônico: "Eu paguei muito anúncio nos últimos anos, eu investi legal!" Então Fernanda comenta que, se separados eles já chamam atenção dos haters, imagine como vai ser quando os haters comentarem sobre os dois juntos, e prossegue dizendo que ela entende que o hate existe para tudo, e que ela recentemente passou por uma situação muito grande de sofrer ataques nas redes sociais por causa de uma entrevista que ela deu (Nota: Fernanda acaba não explicando exatamente qual foi o assunto ou a entrevista).
Em seguida ela emenda: "E nessa mesma semana aconteceu do pessoal um hate no Napalm Death. Napalm Death! Um dos criadores de alguns dos gêneros dentro e fora do Metal. E aí o Shane, o baixista, ele e a banda lançaram uma série de camisetas azul, rosa, pra colorir o povo do Metal. A galera chamou o cara de poser. O Shane Embury sendo chamado de poser!!" exclama Fernanda com cara de indignação. "E o Napalm Death sendo chamado de banda falida!!! Eu falei 'se o Napalm Death é uma banda falida, quem sou eu na fila do pão??" (risos).
Prossegue Fernanda: "Então é assim, a gente vê hate em cima do Iron Maiden, do Black Sabbath, do Judas Priest, existe hate pra tudo, se as pessoas fazem existe hate, se as pessoas não fazem existe hate. Então, que que tem que fazer? (dá de ombros) Faz, deixa falar, eu acho uma pena porque eu acho que... (reflete um pouco) de verdade, eu entendo de onde vêm, as pessoas que tomam seu tempo pra ficar criticando aquilo que não gosta, mas eu acho uma pena porque no tempo que está ali, podia investir numa coisa que ele gosta, numa banda nacional que ele gosta. O Whiplash é um site colaborativo, vai lá e escreve uma matéria sobre uma banda que você gosta, faz o pré-release da banda do seu amigo..."
Daí Rafael coloca sua opinião: "Mas veja bem, é complicado... os caras escrevem a matéria, dão o caminho ou criam esses títulos, essas manchetes tipo clickbait. Bait é isca, isca de click, coisa e tal. As pessoas tendem a cair nessa isca, porque é isso que as pega, se você cria um negócio legal e ninguém pega, então quem está esperando clique vai fazer o contrário. Então é uma questão do comportamento humano", diz Rafael, citando um vídeo da advogada e apresentadora Gabriela Prioli, onde ela fala sobre os haters e diz, dentre outras coisas: "o hater é um fã do avesso". "No fundo ele te admira", prossegue Rafael, "Ele está ali te seguindo, participando, foi escolha dele, então porque ele foi atraído, pra te criticar? Pra te odiar? Na verdade ele não sabe que ele te admira".
Depois de elocubrar um pouco mais sobre o assunto, Fernanda conclui: "O que essas pessoas não entendem é que, quanto mais você taca hate na internet, mais você faz o algoritmo gostar dessas pessoas que você está tacando hate (...) e vai ter 500 comentários, 200 comentários, o algoritmo vai entender que isso é bom, independente de ser 200 comentários de puro hate ou de puro amor. Então você está ajudando a banda que você odeia! Você faz o algoritmo entender que aquela banda é relevante, pelo bem ou pelo mal. Porque nem todo mundo odeia ou tem o mesmo gosto que você. Então às vezes uma pessoa ouve tanto falar daquele artista que decide ver qual é, e acaba indo lá e curtindo. Então você, com seu hate, contribuiu para a banda ganhar um novo fã".
Este trecho pode ser conferido a partir dos 38 minutos do vídeo abaixo.
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