Jimmy Page diz não haver gênio no rock - mas um gênio fez ele se contradizer
Por André Garcia
Postado em 14 de abril de 2022
É provável que o adjetivo mais comumente associado ao nome de Jimmy Page, guitarrista do Led Zeppelin, seja "gênio". Dessa forma ele já foi diversas vezes definido, tanto por outros astros do rock quanto pelos engenheiros de som com quem já trabalhou.
Mais do que meramente músico, no estúdio com o Led Zeppelin ele era ainda seu produtor musical, arranjador e líder — aquele que tinha em sua cabeça exatamente como cada música deveria soar.
No entanto, conforme publicado pela Far Out Magazine, Jimmy Page ao falar sobre seus músicos preferidos evita tal superlativo. Em certa entrevista ele recusou que mesmo seu xará Jimi Hendrix tenha sido um gênio. "O termo 'gênio' é usado muito indiscriminadamente no rock", declarou.
"Quando você ouve as estruturas melódicas que músicos clássicos elaboram e compara aquilo com um disco de rock, o rock não chega nem perto. Há um certo nível na música clássica que permite o uso do termo 'gênio', mas você caminha sobre a corda bamba quando começa a aplicá-lo a roqueiros."
No entanto, o próprio Jimmy Page se contradisse numa postagem no Instagram: ao homenagear Bob Dylan em seu aniversário, o guitarrista se referiu a ele justamente como um gênio:
"Em maio de 1965, eu experimentei a genialidade de Bob [Dylan] no Albert Hall. Ele estava sozinho, munido apenas com um violão e uma cascata de palavras e imagens em canções como 'It’s Alright, Ma (I’m Only Bleeding)' e 'She Belongs To Me', diante de uma plateia hipnotizada. Uma experiência que muda a vida."
"Em 2013", continuou Page, "Bob Dylan tocou no Albert Hall de novo. Na primeira de três noites ele apresentou músicas de seu mais recente álbum 'Tempest' e versões re-arranjadas de seu material mais antigo, incluindo 'She Belongs to Me' e 'Tangled Up In Blue'. Foi inebriante!"
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