A "traumática" e "desagradável" experiência de ser preso, segundo Arnaldo Antunes
Por Gustavo Maiato
Postado em 28 de maio de 2022
No final do ano de 1985, o compositor e canto Arnaldo Antunes foi preso por porte de heroína no apartamento onde morava, na cidade de São Paulo. Esse fato acompanhou o ex-Titãs e é frequentemente abordado em diversas entrevistas que o musico concede.
Em uma dessas ocasiões, em que era entrevistado por Bruna Lombardi no começo dos anos 1990, Arnaldo Antunes comentou um pouco sobre essa experiência de ser preso e como lida com isso.
"Toda entrevista que dou parece que tenho que falar da minha prisão, parece que é mais importante do que todo trabalho que eu possa ter feito. Fica aquela coisa do Arnaldo Antunes que foi preso. Claro que foi algo extremamente desagradável e traumática. Foi muito chato, passei um mês preso devido a uma distorção de ótica seja da legislação ou da polícia. Tento olhar para isso de forma que isso resulte em riqueza para mim e não ficar me lamentando dizendo que fui preso injustamente ou fui bode expiatório", disse.
Já em outro ponto da entrevista, Arnaldo Antunes comentou sobre sua relação com as drogas e disse que nada de grandioso que fez pode ser atribuído ao uso de substâncias ilícitas.
"Não tomo mais drogas, mas bebo. Isso é uma droga, é bom que fique claro. A bebida é uma droga mais prejudicial do que a maconha, que é uma droga ilegal. Não acho que a droga me ajudava a criar, ou talvez ajudasse, não sei. Não atribui nenhuma grande coisa que eu tenha feito ao fato de usar drogas. Tem coisas ruins e legais na droga. Tem gente que usa bem, outros usam mal. Consegui lidar com elas de uma maneira que para mim fosse positiva, mas não acho que ela ajude a criar. Isso é uma ilusão. É um elemento a mais de vivência, mais uma informação a ser vivida. Claro que todas as informações ajudam a criar, vejo dessa forma", concluiu.
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