O curioso motivo que levou Titãs a quase desistir de gravar o hit "Polícia"
Por Gustavo Maiato
Postado em 30 de dezembro de 2022
O hit "Polícia" é uma das músicas mais icônicas dos Titãs e saiu no aclamado álbum "Cabeça Dinossauro". Mas por que será que a canção quase ficou de fora do tracklist?
Em entrevista ao jornalista musical Gustavo Maiato, os biógrafos Hérica Marmo e Luiz André Alzer, do livro "A vida até parece uma festa: A história completa dos Titãs", comentaram sobre o assunto.
"A democracia titânica é uma das coisas mais interessantes que descobrimos e descrevemos em vários momentos do livro. Não adiantava a maioria ganhar. Até hoje acontece isso. Eles tinham que convencer quem perdeu de que aquela era a melhor escolha. Tem vários momentos que se votam em quem vai cantar, quantas músicas cada vocalista vai ter.
No caso de ‘Polícia’, do ‘Cabeça Dinossauro’, ela quase ficou de fora, porque era uma música de um compositor só. Isso era uma coisa complicada de digerir. Eram oito compositores. Óbvio que a qualidade sempre vencia, mas tinha essa preocupação com o equilíbrio. Ela é só do Tony Bellotto, e a princípio ele queria que o Paulo Miklos cantasse. Só que o Paulo preferiu ‘Estado Violência’, que era só do Charles Gavin. Por fim, o Sérgio Britto, que não estava satisfeito com as músicas que ele ia cantar, descobriu ‘Polícia’ e resolveu entrar nessa", disse Marmo.
"Essa questão do número de vocalistas sempre foi importante para os Titãs. Eram cinco que cantavam na formação clássica. Tinha que ter uma divisão. Tem uma música que foi feita antes do primeiro disco e que só foi entrar no ‘Cabeça’, que foi a ‘Bichos Escrotos’. É uma das primeiras músicas dos Titãs, mas foi preterida por conta de ter palavrões. Na época do primeiro disco, em 1984, ainda existia um resquício de ditadura. Ficou de lado no segundo disco também e entrou no ‘Cabeça’ com um selo de proibição para a rádio", concluiu Alzer.
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