John Frusciante conta como "espíritos" auxiliam seu processo criativo
Por André Garcia
Postado em 06 de dezembro de 2022
Poucas coisas são mais pessoais, abstratas e subjetivas do que o processo criativo de um artista. Ao analisar grandes músicos tentando explicar seu processo criativo, é recorrente a imagem de que, quando iluminados, não estão de fato tocando, e sim canalizando, como uma antena.
Red Hot Chili Peppers - + Novidades
John Frusciante, guitarrista do Red Hot Chili Peppers, é um dos que se sentem dessa forma em seus momentos mais criativos. Em entrevista para a Music Radar enquanto promovia "Stadium Arcadium", então o trabalho mais recente do Red Hot Chili Peppers, ele falou, entre outras coisas, sobre o assunto:
"No 'Blood Sugar [Sex Magik]' eu fui muito cuidadoso para não pensar, para tocar por fora de minha mente racional. Eu desligava meu cérebro, soltava meus dedos e ouvia o resto da música, ouvia o baixo, a bateria… e não a mim mesmo, exceto pelo som que saía da minha guitarra."
"Comecei a sentir que aquilo vinha de um inteligência superior que controlava o que eu estava fazendo. Eu não sabia como explicar ou expressar aquilo. Eu chamava aquilo de 'espíritos'. Ficou muito claro para mim que a música vinha de alguma outra coisa, não de mim. Mas se você desliga seu cérebro, nota que a música existe além de qualquer coisa que percebemos com nossos sentidos. Não conseguimos entender como pode aquela música estar no ar e chegar por meio de nós, como um veículo… mas ela chega."
Red Hot Chili Peppers
Considerado a personificação do rock californiano, o Red Hot Chili Peppers foi formado em 1983 por Anthony Kiedis e Flea. Desde o princípio, a banda sempre teve em seu DNA a mistura de ritmos, especialmente punk rock, funk e rap.
Com a entrada de Chad Smith na bateria e John Frusciante na guitarra, no começo da década seguinte eles chegaram ao estrelato com "Blood Sugar Sex Magik" (1991), alavancado por estrondosos hits como "Give It Away" e "Under the Bridge".
Por mais que a década de 90 tenha começado bem, ela reservava para a banda um inferno astral. Após a saída de seu guitarrista em 1992, lançou "One Hot Minute" (1995) — com Dave Navarro na guitarra — muito mal recebido, derrubou a popularidade do quarteto. Quando parecia que tudo estava perdido, com o retorno de Frusciante e o lançamento de "Californication" (1999), a banda fez mais sucesso do que nunca. Essa nova fase rendeu ainda "By The Way" (2002) e "Stadium Arcadium" (2006).
Com a nova saída de John Frusciante em 2009, assumiu a guitarra Josh Klinghoffer. Embora tenha se esforçado na gravação de "I'm With You" (2011) e "The Gateway" (2016), jamais caiu na graça dos fãs. Com o novo retorno de Frusciante em 2019, a banda lançou "Unlimited Love" e "Return of the Dream Canteen" (ambos em 2022).
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