Red Hot Chili Peppers: A opinião de John Frusciante sobre o "One Hot Minute"
Por André Garcia
Postado em 07 de janeiro de 2023
Na primeira metade dos anos 90, o Red Hot Chili Peppers substituiu John Frusciante por Dave Navarro. No entanto, enquanto o primeiro tinha uma química perfeita com seus colegas, o segundo jamais combinou.
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Dessa forma, a banda foi de um extremo a outro de "Blood Sugar Sex Magik" (1991) a "One Hot Minute" (1995) — enquanto o primeiro fez um tremendo sucesso e levou a banda ao topo, o segundo não agradou aos fãs e nem à crítica, e acabou sendo o patinho feio da discografia. Além de Flea e Anthony Kiedis meio que quererem esquecer sua existência, Frusciante em 2002 confessou que sequer tinha o ouvido:
"Eu não levo em consideração aquele disco em minha visão pessoal da história da banda, até porque eu nunca ouvi ele. Eu nunca ouvi."
Em entrevista posterior, disponível no YouTube, ele já tinha finalmente o ouvido, e confessou não ter agradado:
"Você tem que entender como é ser o membro de uma banda com uma química perfeitamente equilibrada, e aí então chega outra pessoa e a química não está mais equilibrada. Soa tão... fora para mim. Acho que isso não afeta a ninguém no nível que afeta a mim, sabe?"
"Eu também tenho um problema com música feita só porque a banda fez sucesso", prosseguiu ele, "e não porque eles estavam realmente fazendo música. É como quando sinto que alguém só está fazendo música porque o contrato com a gravadora disse para fazer. Eu tenho problema com isso, sabe? Para mim, aquele disco foi muito forçado. Não foi algo feito por eles como um grupo de amigos, foi feito apenas porque eles eram uma banda de sucesso. Eu tenho problema em ouvir algo feito só para cumprir contrato, porque soa como tal."
"Aquele disco 'One Hot Minute' simplesmente não me atrai. E, ainda por cima, Chad [Smith], Flea, Anthony [Kiedis]... ninguém se orgulha dele. Não tenho certeza quanto a Chad, mas Flea e Anthony curtem uma coisa ou outra, mas não têm muito apreço por ele. Para eles, poderia muito bem não ter existido", concluiu.
Red Hot Chili Peppers
Considerado a personificação do rock californiano, o Red Hot Chili Peppers foi formado em 1983 por Anthony Kiedis e Flea. Desde o princípio, a banda sempre teve em seu DNA a mistura de ritmos, especialmente punk rock, funk e rap.
Com a entrada de Chad Smith na bateria e John Frusciante na guitarra, no começo da década seguinte eles chegaram ao estrelato com "Blood Sugar Sex Magik" (1991), alavancado por estrondosos hits como "Give It Away" e "Under the Bridge".
Por mais que a década de 90 tenha começado bem, ela reservava para a banda um inferno astral. Após a saída de seu guitarrista em 1992, lançou "One Hot Minute" (1995) — com Dave Navarro na guitarra — muito mal recebido, derrubou a popularidade do quarteto. Quando parecia que tudo estava perdido, com o retorno de Frusciante e o lançamento de "Californication" (1999), a banda fez mais sucesso do que nunca. Essa nova fase rendeu ainda "By The Way" (2002) e "Stadium Arcadium" (2006).
Com a nova saída de John Frusciante em 2009, assumiu a guitarra Josh Klinghoffer. Embora tenha se esforçado na gravação de "I'm With You" (2011) e "The Gateway" (2016), jamais caiu na graça dos fãs. Com o novo retorno de Frusciante em 2019, a banda lançou "Unlimited Love" e "Return of the Dream Canteen" (ambos em 2022).
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